Verdadeiro ganho ocorre quando as empresas
compreendem que ser sustentável é um diferencial.
É comum a imagem de
garrafas e outros objetos de plástico boiando em águas de paraísos ecológicos
que, de outra maneira, seriam límpidas e cristalinas. Ao longo de décadas, o
plástico se tornou um dos vilões preferenciais da proteção ao meio ambiente.
E não sem certa dose de
razão. Boa parte das qualidades que apreciamos no plástico — como a leveza,
resistência e durabilidade — faz dele, depois de descartado de maneira
incorreta, uma ameaça em potencial à natureza.
A imagem tão repetida,
no entanto, não reflete mais a realidade, pelo menos no que diz respeito aos
setores mais conscientes. Já há algum tempo, desenvolvemos tecnologias que dão
conta de reciclar os produtos, garantindo a sustentabilidade do negócio.
A verdade é que cuidar
do meio ambiente, para os produtores de plástico, se tornou também um excelente
negócio. O verdadeiro ganho ocorre quando as empresas compreendem que a
sustentabilidade é um diferencial competitivo.
Várias iniciativas vêm
sendo tomadas com esse objetivo. São ferramentas básicas a gestão de
indicadores de ecoeficiência, que promove o uso racional dos insumos, e a
análise de ciclo de vida do produto, que avalia seu impacto ambiental.
Mais recentemente, o
setor desenvolveu o ecodesign
de produtos, que os tornam amigáveis ao ambiente desde sua concepção. Somam-se
a eles os bioplásticos, derivados de fontes renováveis, como a cana-de-açúcar.
Além disso, investe na gestão do pós-consumo e na Economia Circular, que é
baseada no princípio dos três R: redução, reuso e reciclagem.
Aproveitando a Ocean
Conference, que ocorreu em Nova York entre 5 e 9 de junho, a Associação
Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) apresentou seu compromisso em
estimular suas associadas a seguir uma filosofia de responsabilidade ambiental.
Junto com a Exchange 4 Change Brasil, a Associação vai trabalhar o Programa de
Economia Circular, que visa promover redes de negócios, identificar
oportunidades ao longo da cadeia, fomentar parcerias e o uso do design no
desenvolvimento de novos produtos. O programa também vai apresentar algumas
ações já implementadas e seus impactos, com destaque para o envolvimento em
iniciativas globais, como o Operation Clean Sweep — programa internacional que
atua junto à indústria do plástico para evitar a presença de pellets (grânulos) de resina
e outros elementos plásticos no ambiente marinho.
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Especialmente no que se
refere à preservação da vida marinha, a Abiplast atuará em conjunto com a
Universidade de São Paulo no desenvolvimento de um amplo diagnóstico do estado
de lixo marinho em torno da costa brasileira e programas educacionais.
Hoje,
se me acusam de ecochato, respondo que a sustentabilidade é mesmo um saco — um
saco de lixo reciclado. (globo)
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