quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Lixo eletrônico: problema do século XXI

Telefones celulares, MP3, MP4, computadores, televisores, videogames, impressoras, baterias… Os britânicos fizeram as contas: um cidadão inglês terá produzido, em média, 3,3 toneladas de sucata digital ao longo de sua vida útil. Só para se ter uma ideia, este material daria para construir um boneco gigante de sete metros de altura. Foi exatamente isso que um grupo de empresas e instituições europeias fez para chamar a atenção da população. Trata-se do The Weee Man (o homem lixo eletrônico). A obra foi produzida em 2006, mas, de lá para cá, novas previsões foram feitas. Hoje, a estimativa é de oito toneladas. O homem lixo eletrônico cresceu.
O problema é mundial. Aqui no Brasil, não há uma estatística oficial do lixo eletrônico produzido por cada indivíduo. No entanto, os números do consumo indicam que o brasileiro não fica muito atrás do Weee Man. De acordo com a empresa Gartner, a previsão de vendas de computadores para este ano, mesmo com a crise internacional, é de 257 milhões, sendo 10 milhões para o Brasil. A consultora Teleco afirma que o mercado nacional de celulares deve receber um acréscimo de 21 milhões de novos aparelhos, alcançando um total de 150 milhões de usuários. Se pensarmos no barateamento dos equipamentos, na democratização do acesso, na vida útil dos mesmos e no desejo dos consumidores de substituir os aparelhos a cada novidade do mercado, dá para imaginar o quanto de lixo vem sendo multiplicado.
A sucata produzida tem dois destinos: ou ela é reaproveitada por projetos de inclusão digital – o que pouco acontece – ou é reciclada. O problema é que organizações internacionais vêm denunciando que vários países ricos, em nome da inclusão digital e da reciclagem, doam equipamentos e, com eles, muitos entulhos. Países africanos, bem como a Índia e a China, estão se transformando em grandes depósitos.
No ano passado, a organização não-governamental Greenpeace informou ter identificado dois deles em Gana, na África. Nos depósitos, trabalhadores – incluindo crianças – destroem com pedras computadores e aparelhos de TV, em busca de metais que podem ser vendidos. O plástico, carcaças e cabos das máquinas são simplesmente queimados ou descartados. Algumas amostras do solo indicam a presença de metais tóxicos 100 vezes acima do limite tolerável. Chumbo, mercúrio, cádmio, arsênico e berílio são alguns dos componentes químicos utilizados na fabricação de diversos equipamentos eletrônicos.


“Muitos dos elementos químicos podem afetar o desenvolvimento do sistema reprodutor de crianças, além de interferir no desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. Em Gana, China e Índia, os trabalhadores são expostos a esses elementos”, afirmou Kevin Bridgen, da unidade de ciência do Greenpeace.

O que fazer então? Os especialistas aconselham a prolongar, ao máximo, a vida útil dos aparelhos e, quando for o caso, dar, aos mesmos, um destino adequado. No Brasil, há algumas instituições que recebem equipamentos obsoletos para programas de inclusão digital, bem como empresas que recolhem baterias e outras sucatas para uma reciclagem que atende às normas ambientais.
Dicas da revistapontocom:
Para as crianças – O canal por assinatura Rá Tim Bum, dedicado ao público infantil, apresenta diariamente a série animada Os Reciclados. Latinha, vidraça, petboy, pilhado, biorgânico e papel defendem o meio ambiente da poluição e dos maus tratos.
Quando o dever chama, eles se transformam em Os reciclados, uma turminha com super poderes, sempre atenta às artimanhas do vilão Lixão e seus comparsas.
Cidades e soluções – Lixo eletrônico foi tema de um dos programas da série Cidades e Soluções, exibida no Canal Futura e na Globo News. Assista ao vídeo. confira 
Mandamentos – Confira os dez mandamentos do usuário consciente. confira
Roteiro – Portal do G1 traz dicas para o usuário saber o que fazer na hora de descartar o lixo eletrônico. confira
Cinema Wall-E – Após entulhar a Terra de lixo e poluir a atmosfera com gases tóxicos, a humanidade deixou o planeta e passou a viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos, com robôs sendo deixados para limpar o planeta. Wall-E é o último destes robôs, que se mantém em funcionamento graças ao auto conserto de suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo existente no planeta, que forma torres maiores que arranha-céus, e colecionar objetos curiosos que encontra ao realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno robô: Eva. A princípio curioso, Wall-E logo se apaixona pela recém-chegada. (revistapontocom)

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