Último inverno trouxe menos gelo para o Mar de
Bering do que qualquer outra estação desde a primeira medição.
Em
seu ritmo anual de crescimento e derretimento, o gelo que encobre o mar do
Oceano Ártico geralmente recua ao longo da primavera. Mas nem toda região
derrete igualmente - no final de abril de 2018, a cobertura de gelo do Mar de
Bering estava muito abaixo da média para essa época do ano.
Situado
na borda norte do Oceano Pacífico, o Mar de Bering se conecta ao Oceâno Ártico
por meio do "estreito de Bering" - única conexão existente entre dois
oceanos. Quando as bordas de gelo derretem e recuam a cada primavera, elas
distribuem água fresca e nutrientes no mar.
Mudanças
no tempo e na localização da água de degelo podem afetar as florações dos
fitoplânctons que, por sua vez, podem atingir todo o ecossistema de Bering.
Entenda como ocorre a floração dos fitoplânctos.
O
primeiro mapa abaixo mostra a extensão de gelo no Mar de Bering no dia 29 de
abril de 2018, e o segundo serve de comparação com condições consideradas
"normais" para o mesmo mês. Todas as áreas brancas tiveram uma concentração
de gelo de pelo menos 15% e cobrem uma área total que os cientistas chamam de
"extensão de gelo".
Mar de Bering em abril
de 2018
Mar de Bering em abril de 2013
Nesta
época do ano, é normal que o Mar de Bering esteja coberto por mais de 500 mil
quilômetros quadrados de gelo. Entretanto, no fim de abril deste ano o mar já
estava praticamente sem nenhuma camada de gelo. Isso representa um recorde
baixo durante a maior parte de 2018 (e assim tem sido assim desde 12 de fevereiro).
A
queda da quantidade de gelo no Mar de Bering desempenhou um papel importante na
baixa extensão quase recorde em todo o Ártico em 2018. Mas, mesmo antes de
atingir a máxima anual, condições incomuns provocaram este cenário durante o
inverno de 2017-2018. Um exemplo disso é o congelamento anual, que começou
tarde. Com isso, algumas áreas viram pouco ou nenhum gelo em terra firme.
De
acordo com uma análise realizada pelo International Arctic Research Center e
pela NOAA - Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, o último
inverno trouxe menos gelo para o Mar de Bering do que qualquer outra estação
desde a primeira medição, registrada em 1850.
John Walsh,
cientista do International Arctic Research Center da Universidade de Alasca
Fairbanks, nos Estados Unidos, explicou que o que pode ter causado a quantidade
de gelo inesperada no Mar de Bering foi a junção de três fatores: temperaturas
acima do normal durante o outono e o início do inverno, a água quente no Mar de
Bering e um dos invernos mais tempestuosos dos últimos 70 anos (embora não seja
o mais tempestuoso).
Na
primavera, a extensão de gelo media 61,704 km2 (29/04/2018).
A série de abaixo faz uma comparação entre o gelo daquele dia com o das mesmas
datas desde 2013. A extensão do dia 29 de abril de 2013 era de 679,606
quilômetros quadrados, próximo à média registrada entre 1981 e 2010 (linha
preta no mapa). O gelo no mar no final de abril deste ano era apenas 10% do
normal. (terra)
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