Plano nacional para combater a poluição plástica no
mar lança consulta pública com questionário online.
Campanha Mares Limpos visa combater poluição dos
oceanos causada pelo consumo e produção de plástico.
A poluição plástica é um problema grave no Brasil?
Você ou a sua organização tem boas ideias para minimizar o lixo que invade
nossos oceanos?
O
Ministério do Meio Ambiente quer saber essas e outras opiniões do público sobre
o tema, para fundamentar a construção do Plano de Ação Nacional para o Combate
ao Lixo no Mar. Para isso, lançaram um questionário online para entender o que
os diversos setores da sociedade pensam e propõem para uma das maiores ameaças
aos oceanos: o lixo.
O
lançamento aconteceu a Waste Expo Brasil, em São Paulo, dando início à etapa de
consulta pública para a elaboração do Plano Nacional – um dos compromissos
voluntários assumidos pelo Brasil na Conferência dos Oceanos da ONU, em junho
de 2017. O plano, que também é impulsionado pela Campanha Mares Limpos, da ONU
Meio Ambiente, tem lançamento previsto para junho do ano que vem e deverá
conter uma série de medidas para evitar a poluição da zona costeiro-marinha
brasileira.
Estima-se
que 80% do lixo encontrado nos oceanos tenha origem em atividades que ocorrem
em terra (indústria, turismo, gestão inadequada de resíduos sólidos, entre
outros). A produção e o consumo deste material têm aumentado exponencialmente
nos últimos anos. Enquanto a humanidade levou mais de 50 anos para produzir
4,15 bilhões de toneladas de plástico, a mesma quantidade saiu das indústrias
nas últimas duas décadas, entre 2002 e 2015.
Durante
o evento de lançamento, o Secretário de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental
do Ministério do Meio Ambiente, Jair Tannus, relembrou que para a construção do
Plano Nacional e consequentemente frear a poluição dos mares, a sociedade tem
um papel central: “O questionário convida todos os atores a se engajarem. O
Brasil firmou um compromisso voluntário na ONU e entendemos que, com o
lançamento da consulta pública, cada cidadão, entidade, ente público e empresa
também poderá assumir esse compromisso de fazer ações para combater ou
minimizar de alguma forma o lixo no mar. É importante que cada um faça a sua
parte para que a gente consiga alcançar nossos objetivos”.
O
questionário online convida cada um a relatar a sua percepção (ou de sua
organização) sobre a poluição dos oceanos e a propor até três ações para
combater o lixo gerado em terra e o lixo gerado no mar. O preenchimento leva,
em média, 10 minutos, e pode ser feito no link bit.ly/QuestPlanoNacionalLixonoMar, até 08/01/2019. Os dados
captados serão enviados para o Instituto Federal do Paraná para análise e
posterior avaliação pela Comissão Organizadora do Plano, do qual a ONU Meio
Ambiente faz parte.
A
Gerente da Campanha Mares Limpos no Brasil, Fernanda Daltro, que participou da
Waste Expo no painel sobre Soluções Inteligentes para o Gerenciamento de
Resíduos Plásticos, destacou que o problema está no fato de não conseguirmos
gerir o plástico que estamos gerando. “Quanto mais produtos de uso único
produzimos e consumimos, maior é a geração de resíduos – principalmente
resíduos plásticos”. O Plano Nacional é um passo importante para minimizar a
poluição plástica que invade nossos oceanos. Ele será o arcabouço institucional
sob o qual ações prioritárias estarão elencadas, ações que podem contemplar,
por exemplo, a regulamentação de itens plásticos descartáveis, o estímulo à
inovação na indústria e no redesign de produtos e embalagens, campanhas de
sensibilização da sociedade, e ações sistemáticas para retirar o passivo de
áreas comprometidas.
Por
ano, são consumidas até 5 trilhões de sacolas plásticas em todo o planeta.
A
cada minuto, são compradas 1 milhão de garrafas plásticas e 90% da água
engarrafada contém micro plásticos.
Metade
do plástico consumido pelos humanos é descartável (e evitável).
Pelo
menos 13 milhões de toneladas vão parar nos oceanos anualmente.
Isso
prejudica 600 espécies marinhas, das quais 15% estão ameaçadas de extinção.
As
prioridades serão identificadas a partir das respostas da sociedade ao
questionário. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário