O
Brasil está passando por um forte e rápido processo de envelhecimento
populacional. A estrutura etária brasileira rompeu com séculos de estabilidade
após o início da queda da taxa de fecundidade, no final da década de 1970. A
cada ano, diminui a base da pirâmide e aumenta o número absoluto e a proporção
de idosos na população.
Em 22/11/2018 fiz uma exposição sobre “O envelhecimento
populacional no Brasil”, no II Congresso Nacional de Envelhecimento Humano, em
Curitiba. A apresentação pode ser acessada no link disponível abaixo, na
referência deste artigo.
O
gráfico resume os valores absolutos e relativos do envelhecimento populacional
brasileiro. Nota-se que, em 1950, havia 2,6 milhões de idosos (com 60 anos e
mais), representando 4,9% da população total. Este número deu um salto para
29,8 milhões em 2020 (representando 14% do total populacional). O número
absoluto de idosos vai dobrar nas próximas duas décadas e deve alcançar 60
milhões de idosos entre 2040 e 2045.
Idosos
realizando exercícios físicos.
A
população brasileira vai atingir o pico populacional em 2047, com 233 milhões
de habitantes, iniciando uma fase de decrescimento no restante do século. Mas a
quantidade de idosos vai continuar crescendo até 2075, quando atingirá o pico
de 82 milhões de idosos de 60 anos e mais. Segundo as projeções da ONU (que são
muito parecidas com as projeções do IBGE), o número de idosos no Brasil será em
torno de 75 milhões em 2100.
Para
garantir qualidade de vida para a população brasileira envelhecida é preciso
aproveitar o 1º bônus demográfico (que vai até 2037) e, especialmente, garantir
o 2º bônus demográfico, que não tem prazo de validade, mas depende do aumento
das taxas de poupança e investimento e do aumento geral da produtividade da
economia.
Pirâmide
etária do Brasil, segundo o IBGE (dados do Censo 2010). Observa-se uma redução
no número de nascimentos, o que em algumas décadas afetará a capacidade do país
em produzir. A redução da população mais jovem pressionará para baixo o valor
dos benefícios previdenciários aos mais idosos.
As
políticas públicas não podem focar apenas os idosos, pois seria impossível manter
uma boa qualidade de vida para a Terceira Idade, sem grandes investimentos
também nas crianças, nos jovens e nos adultos em idade de trabalhar. O
investimento em saúde, educação e no “Pleno emprego e trabalho decente” é
fundamental para garantir a solidariedade intergeracional. (ecodebate)
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