Emergência
Climática – Cientistas alertam que mudanças climáticas estão acontecendo ‘antes
e pior’ do que o previsto.
A maior geleira dos Alpes suíços,
o Aletschgletscher, está derretendo rapidamente e pode desaparecer
completamente em 2100.
Cientistas
especializados em clima apresentaram em 22/09/19 um relatório que
expõe de que forma, nos últimos anos, o aquecimento global, o aumento de nível
dos mares, a diminuição das geleiras e a poluição por carbono aceleraram.
O
relatório, apresentado durante Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas em
23/09/19, destacou a disparidade crescente e evidente entre os objetivos e a
realidade do combate às mudanças climáticas.
O
documento, elaborado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), inclui
detalhes sobre a situação do clima global e apresenta tendências das emissões e
concentrações atmosféricas dos principais gases que contribuem para o efeito
estufa.
Entre
outras conclusões, o relatório afirmou que o acelerado derretimento das
geleiras e os consequentes aumento do nível dos oceanos e eventos climáticos
extremos são responsáveis pelo aumento recorde da temperatura média global, que
está 1,1°C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900) e 0,2°C mais quente do
que no período de 2011-2015.
O
documento destacou a urgência de transformações socioeconômicas fundamentais e
ações de controle das emissões de CO2 em setores essenciais para
evitar um aumento perigoso da temperatura global, que pode ter impactos
potencialmente irreversíveis. O relatório também analisou ferramentas para
apoiar tanto a atenuação quanto a adaptação.
A
avaliação, feita pelas principais organizações científicas e por especialistas
em clima, ocorreu antes da Cúpula de Ação Climática da ONU e em meio à “greve
climática que aconteceu na semana anterior e contou com milhões de estudantes
de todo o mundo que foram às ruas para exigir ações reais por parte de
políticos e grandes corporações para reverter os impactos do que o
secretário-geral da ONU, António Guterres, chamou de uma ‘emergência
climática’”, disse o documento.
As
conclusões apresentadas pelos especialistas manifestaram senso de urgência. Na
medida em que cresce o reconhecimento de que impactos climáticos estão ocorrendo
com maior força e rapidez do que foi calculado na década passada, os cientistas
apontaram que agora existe um risco real de que limiares críticos possam ser
ultrapassados.
O
relatório mostrou que a temperatura média global média do período de 2015 a
2019 caminha para ser o mais quente de qualquer período equivalente já
previamente registrado. Estima-se que o período seja 1,1°C mais quente do que
nas eras pré-industriais (1850–1900).
Ondas
de calor generalizadas e duradouras, incêndios recordes e outros acontecimentos
devastadores como ciclones tropicais, inundações e secas tiveram um impacto
significativo no meio ambiente e no desenvolvimento socioeconômico, apontou o
documento. Além disso, à medida que as alterações climáticas se intensificam,
cidades ficam particularmente vulneráveis a impactos como estresse térmico,
devendo desempenhar papel fundamental na redução das emissões de CO2
no nível local e global.
Neste
contexto, o cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Paris de 2015
exige ações imediatas e abrangentes, que englobam a descarbonização
complementada por medidas políticas substanciais, proteção e melhoria de
sumidouros de carbono e biodiversidade, bem como o esforço para remover o CO2
da atmosfera.
“Estratégias
para mitigação e a intensificação da gestão de riscos adaptáveis são
necessárias daqui para frente. Nenhuma (estratégia) basta isoladamente, dado o
ritmo e a magnitude dos impactos das alterações climáticas”, disse o relatório,
alertando que será necessário triplicar a ambição para frear o aumento da
temperatura global em mais de 2°C acima dos níveis pré-industriais.
Os
cientistas afirmaram que “apenas ações imediatas e abrangentes englobando a
descarbonização profunda complementada por medidas políticas, a proteção e a
melhoria de sumidouros de carbono e a biodiversidade e esforços para remover CO2
da atmosfera nos permitirão alcançar (os objetivos) do Acordo de Paris”.
“Os
dados científicos e resultados apresentados no relatório representam as últimas
informações oficiais deste tema. Ele destaca a necessidade urgente de
desenvolver ações concretas que impeçam os piores efeitos das alterações
climáticas”, disse o Grupo Consultivo Científico à Cúpula do Clima, chefiado
pelo secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, e por Leena Srivastava, vice
chanceler da Escola TERI de Estudos Avançados.
Degelo
na Groenlândia e na Antártida deixa cientistas preocupados.
Nível
do mar está subindo mais depressa do que previsto, apontam cientistas.
O
relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC),
produzido em 2013, previa que o nível do mar subiria no máximo de um metro até
ao ano de 2100. (ecodebate)
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