Bloco de gelo tem área maior
do que a da cidade de São Paulo. Esse é o maior desprendimento registrado desde
o início da década de 1960.
Imagens do satélite Sentinel
1 mostram desprendimento de iceberg
Um iceberg de 1.580 km2,
área maior que a da cidade de São Paulo (1.521 km2), se desprendeu
da plataforma de gelo Amery, uma das maiores da Antártida. O fenômeno já era
esperado por pesquisadores.
O novo iceberg, chamado D28,
se desprendeu totalmente da plataforma no último dia 25 de setembro. A
informação foi divulgada em 30/09/2019 pelo Twitter do programa de observação
da Terra da União Europeia em parceria com a Agência Espacial Europeia,
Copernicus.
O tweet mostra duas imagens
capturadas e processadas pelo satélite Sentinel 1. Na primeira, de 20 de
setembro, é possível ver uma rachadura em Amery. Na segunda, registrada de
cinco dias depois, o iceberg já está completamente separado da plataforma de
gelo.
O último grande
desprendimento de um iceberg gigantesco na Antártida ocorreu no início da
década de 1960, segundo a Nasa, quando um bloco de 9.800 km2 se
rompeu.
Especialistas disseram que o
desprendimento não tem relação com as mudanças climáticas. "Há muito com o
que se preocupar na Antártida, mas não há motivo de alarme não esse caso
particular", afirmou Helen Fricker, do Instituto de Oceanografia Scripps à
emissora britânica BBC.
O fim triste das geleiras.
Morte de uma geleira.
A Islândia prestou homenagem
à primeira geleira do país a desaparecer devido às mudanças climáticas.
Okjökull perdeu seu status de geleira em 2014. Em 18 de agosto, o país realizou
um funeral simbólico e inaugurou uma placa de cobre em homenagem à geleira
morta. "Nos próximos 200 anos todas as nossas principais geleiras deverão
seguir o mesmo caminho", prevê a mensagem cravada na placa.
Risco na Antártida
Acredita-se que a geleira
Thwaites, parte da camada de gelo da Antártida Ocidental, represente um grande
risco para o aumento do nível do mar no futuro. Caso derreta, o bloco gelado
pode elevar em 50 centímetros o nível do mar, segundo revelou um estudo da NASA
no início de 2019. A Antártida abriga 50 vezes mais gelo do que todas as
geleiras de montanha do mundo juntas.
Beleza ameaçada na Patagônia
A galeira Grey, no Chile,
fica nos campos gelados da Patagônia, que representam a maior extensão de gelo
do Hemisfério Sul fora da Antártida. Pesquisadores estão monitorando de perto o
derretimento na região, já que isso poderia ajudá-los a entender o que pode
acontecer com outras geleiras, como as da Antártida e da Groenlândia, em climas
mais quentes no futuro.
Geleira empacotada
A geleira do Ródano, na
Suíça, dá origem ao rio Ródano. Há vários anos cientistas têm coberto seu gelo
com mantas brancas resistentes aos raios ultravioleta durante o verão, na
tentativa de retardar seu derretimento. Pesquisadores acreditam que o clima
mais quente poderá erradicar dois terços do gelo nas geleiras alpinas até o
final deste século.
Derretimento na Nova Zelândia
A geleira Franz Josef, na
Ilha Sul da Nova Zelândia, é um destino turístico popular. A massa de gelo
costumava seguir um padrão cíclico de avanço e recuo. Mas, desde 2008, Franz
Josef vem diminuindo rapidamente. Se antes os guias costumavam levar os
turistas a pé diretamente até o glaciar, agora a única maneira de alcançá-lo é
de helicóptero.
O gelo africano desaparece
As geleiras do monte
Kilimanjaro também estão em risco. Em 2012, pesquisadores apoiados pela NASA
estimaram que o gelo restante na montanha mais alta da África deve desaparecer
até 2020. O Kilimanjaro é uma das principais atrações turísticas da Tanzânia e
um gerador crucial de receita num país onde a maioria das pessoas vive abaixo
do limite da pobreza.
Perigo no meio do rio
O estado americano do Alasca
abriga milhares de geleiras. Um estudo divulgado em 2019 revelou que algumas
delas estão derretendo 100 vezes mais rápido do que os cientistas previam
anteriormente. Em agosto de 2019, dois alemães e um austríaco foram encontrados
mortos após andar de caiaque num lago em Valdez. Autoridades acreditam que os
turistas morreram pela queda de gelo glacial.
Esta cresce, mas não o
suficiente
Jakobshavn, a maior geleira
da Groenlândia, está crescendo, conforme revelou um estudo da NASA no início de
2019. Mas, embora uma borda da geleira tenha engrossado ligeiramente desde
2016, a camada de gelo em geral ainda está derretendo rapidamente, superando em
muito a expansão. Cientistas acreditam que o crescimento se deva a um afluxo de
água fria do Atlântico Norte, um fenômeno temporário. (dw)
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