Números
de desmatamento do INPE omite redução no desflorestamento da última década
Entrevista com Ciro Siqueira (engenheiro agrônomo
amazônia), sobre divulgação de desmatamento da Amazônia pelo INPE (Prodes)
Em
entrevista ao Notícias Agrícolas, o eng.agr. Ciro Siqueira contestou a
divulgação feita ontem pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais), de que houve aumento extraordinário do desmatamento na Amazônia.
Segundo
o engenheiro (especialista em meio-ambiente e morador no norte do Pará), a
divulgação foi feita para escandalizar e não corresponde à verdade quando
comparada com os dados históricos registrados por órgãos que medem a velocidade
do desflorestamento amazônico.
Com
dados do sistema de monitoramento Prodes, o INPE informou que entre agosto de
2018 e julho de 2019 houve um aumento de 29,5% no desmatamento nos Estados do
Amazonas, Pará, Rondônia.
Ciro
Siqueira contesta esses dados ao estender esses números ao registrado na
última década. "É nítida a diferença entre o que foi mostrado ontem e
a realidade do registrado nos últimos anos. Comparativamente pode-se dizer
que houve diminuição no deflorestamento". (veja o gráfico).
Para
ele, o movimento ambientalista faz uma "asfixia econômica"
sobre a população amazônica, impedindo que o povo obtenha renda de maneira
legal, tendo em consequência que apelar para práticas ilegais de
desenvolvimento, que impacta no desmatamento.
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"Na Amazônia não se pode fazer nada que gere renda, emprego, ocupação.
Quando o governo escolhe tirar essa asfixia econômica, os ambientalistas aparecem.
O que os ambientalismo sério deveria fazer seria apresentar uma
proposta para desenvolver de forma sustentável o povo da Amazônia, mas ninguém
sabe como fazer. E se você não achar um jeito de desenvolver o povo amazônia,
esse desmatamento toda vez vai surgir", afirma.
Ciro
Siqueira vê até de certa forma positiva a divulgação do INPE feita ontem.
Segundo ele, os dados do sistema Prodes desmentiu o alarmismo feito em
meados do ano quando, com base no Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo
Real (Deter), a mídia mundial informava que o Brasil estava destruindo a
Amazônia.
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"Agora o INPE mostra outra realidade, diferente do alarmismo
feito na metade deste ano. Na época vimos alguns formadores de opinião falando
que os dados do desmatamento iriam subir 100%, 200%; agora vem o
levantamento e mostra que houve crescimento de 30%, e isso já vem numa
tendência de aumento nos últimos anos", explica.
Segundo
ele, estas "previsões alarmistas" divulgadas na metade deste ano
vieram de números do Deter, que "por questões técnicas, não é adequado
para utilização para comparações mês a mês".
Para
o engenheiro agrônomo, a pressão internacional sobre o governo Bolsonaro
vai obrigá-lo a agir da mesma forma que os governos anteriores fizeram
colocando a repressão das Forças Armadas e IBAMA sobre a população. "A
gente precisa dar ao governo a chance de nos ajudar, tirar as amarras que
impedem o desenvolvimento regional" completou.
Veja
abaixo fotos enviadas pelo Engenheiro Agrônomo Emerson de Souza, dos trabalhos
de limpeza de área desmatada legalmente (de acordo com o Código Florestal) no
município de em Abel Figueiredo (norte do PA). Na sequência abaixo, o povo
da amazônia, trabalhando e sobrevivendo.
Foto em Abel Figueiredo (PA).
Foto em Abel Figueiredo (PA). (noticiasagricolas)
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