Ações contra o aumento da
temperatura precisam acelerar, alerta ONU.
Setor de energia é o maior
responsável pelas emissões globais e por isso estão no centro da solução para
alcançar as metas do Acordo de Paris.
Começou em 02/12/2019 a
COP-25, em Madri (Espanha) para discussão sobre as mudanças climáticas. De
acordo com o Relatório de Gap de Emissões de 2019 do Programa Ambiental das
Nações Unidas (UNFCCC), a menos que as emissões globais de gases de efeito
estufa caiam 7,6% ao ano entre 2020 e 2030, o mundo perderá a oportunidade de
seguir o caminho da meta de temperatura de 1,5°C do Acordo de Paris. A
estimativa é de que as ações dos países precisarão aumentar em cinco vezes o
atual progresso, o que indica a possibilidade de que novas metas possam ser
necessárias para alcançar a meta de Paris.
De acordo com a UNFCCC, se
continuarmos em nossa trajetória atual, estima-se que as temperaturas globais
possam mais que dobrar até o final deste século. Ao se confirmar esse
prognóstico, deverá acarretar em consequências negativas para a humanidade e
afirmou que ameaçará até mesmo a existência no planeta. E apontou que para
estabilizar o aumento da temperatura global em 1,5°C até o final deste século,
é necessário reduzir as emissões em 45% até 2030 e alcançar a neutralidade
climática até 2050.
O órgão das Nações Unidas
alerta que este é um desafio extremamente difícil, mas absolutamente necessário
para o sucesso, saúde e segurança de todos neste planeta, tanto a curto quanto
em longo prazo.
Segundo a secretária
executiva da ONU sobre Mudança Climática, Patricia Espinosa, a janela de
oportunidade do mundo para lidar com as mudanças climáticas, classificada por
ela como pequena, está se fechando rapidamente. E que os países precisam
implantar com urgência todas as ferramentas da cooperação multilateral para
tornar a COP25 a plataforma de lançamento mais ambiciosa para colocar o mundo
em um caminho transformacional em direção ao baixo carbono e resiliência. A questão
do financiamento e tecnologia são vistos como cruciais para os países em
desenvolvimento promoverem o desenvolvimento mais verde de suas economias.
“Embora tenhamos visto algum progresso em
relação ao financiamento relacionado ao clima para os países em
desenvolvimento, continuaremos a instar os países desenvolvidos a cumprir sua
promessa de mobilizar US $ 100 bilhões anualmente até 2020”, disse Espinosa em
comunicado. “Também devemos ver que os fluxos financeiros globais refletem a
profunda transformação em toda a sociedade de que precisamos: longe de
investimentos pesados em carbono e em direção a um crescimento mais sustentável
e resiliente. Gotas no balde não são suficientes: precisamos de uma mudança
radical”, acrescentou a executiva.
Em 2020, os países deverão
enviar planos nacionais de ação climática novos ou atualizados, chamados
Contribuições determinadas nacionalmente, ou “NDCs”. A conferência ocorre sob a
Presidência do Governo do Chile e será realizada com o apoio logístico do Governo
da Espanha.
A Agência Internacional de
Energia (AIE) lembra que o setor produz a maioria das emissões globais de gases
de efeito estufa. Por isso está no centro do desafio das mudanças climáticas e
que esta é uma das principais prioridades da entidade. Para alcançar a redução,
aponta que é necessário descarbonizar a eletricidade, impulsionar a inovação,
enfrentar setores difíceis, como refrigeração e produtos químicos, e
desenvolver políticas integradas.
Recentemente a AIE lançou a edição 2019 de sua
publicação anual World Energy Outlook que trouxe o cenário de desenvolvimento
sustentável. Nesse capítulo, descreve um caminho que é totalmente compatível
com os objetivos do Acordo de Paris, mantendo também um forte foco na
confiabilidade e acessibilidade da energia para uma população global em
crescimento. O dia 10 de dezembro na COP 25 será o chamado Dia da Energia.
Além da geração, a agência
destaca a importância da eficiência energética para ajudar a reduzir as
emissões de carbono. Contudo, cobra dos governos medidas políticas mais fortes
para reverter a desaceleração de iniciativas nesse sentido. Outro relatório da
agência apontou que o progresso global em eficiência energética recuou no ano
passado para sua taxa mais lenta desde o início desta década. (canalenergia)
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