Por que importa: “Os ursos
polares são considerados mensageiros dos sintomas da mudança climática, que
afetarão toda a vida, inclusive os humanos”, diz Steven Amstrup, cientista
chefe da Polar Bears International.
“Os impactos podem ocorrer mais
cedo – e, de fato, no Alasca, eles já estão ocorrendo antes do que projetamos”.
–
Steven Amstrup, da Polar Bears International
O que há de novo: o novo estudo, em coautoria de Amstrup e publicado na revista Nature Climate Change, marca a primeira vez que os cientistas foram capazes de prever quando, onde e como os ursos polares provavelmente desaparecerão. Os modelos anteriores não foram avaliaram as diferentes condições de vida no Ártico e os níveis de subpopulações de gelo marinho.
A extinção dos ursos-polares já tem data prevista para acontecer: muito em breve.
# O professor da Universidade
de Wyoming, Merav Ben-David, que estuda ursos polares com Amstrup há 20 anos,
mas não participou deste trabalho, disse que a modelagem seria uma ferramenta
essencial para a conservação.
Antecedentes: Os ursos polares
dependem do gelo marinho para caçar presas. O gelo está desaparecendo em
regiões como o Alasca, que no ano passado viu uma perda de gelo sem precedentes
no mar de Bering e uma rápida redução nos mares de Chukchi e Beaufort.
# Os cientistas reconheceram
mudanças significativas no gelo do mar Ártico no final dos anos 90, disse
Ben-David. “Desde então, começamos a ver os efeitos das mudanças climáticas nos
ursos polares”.
# As fêmeas podem se reproduzir
sem o gelo. Mas, com acesso limitado a alimentos, Ben-David disse que eles não
têm nutrientes para alimentar os filhotes e energia para caçar – deixando-os
“incapazes de nutri-los e criá-los na idade adulta”.
O que eles fizeram: “Ao estimar
quão magros e quão gordos os ursos polares podem ser, e modelar seu uso de
energia, conseguimos calcular o número limite de dias que os ursos polares
podem jejuar antes que as taxas de sobrevivência de filhotes e / ou adultos
comecem a declinar, disse o autor do estudo Péter Molnár, da Universidade de
Toronto Scarborough”, em comunicado.
# O artigo explora o que está
reservado para os ursos polares em dois cenários diferentes de emissão de gases
de efeito estufa.
# Em um cenário de emissões
moderadas (conhecido como) caminho representativo da concentração 4.5, eles
encontraram ursos polares no mar de Laptev, norte da Rússia, e no mar de
Beaufort, norte do Alasca, enfrentariam “possível” colapso reprodutivo até
2080. Subpopulações em outros lugares também seria ameaçado.
# Sob um cenário de crescimento
de emissões muito alto (RCP 8.5), as ilhas Queen Elizabeth do Canadá “podem ser
o único lugar em que os ursos polares podem continuar a prosperar” até 2080,
disse Amstrup.
# Outras subpopulações
enfrentariam algum nível de ameaça de falha reprodutiva – com esse resultado
“inevitável” para aqueles no mar de Barents, entre a Rússia e a Noruega, e a
baía de Hudson, no sul do Canadá.
Sim, mas: alguns pesquisadores
acreditam que o cenário é improvável porque o custo das tecnologias de baixo
carbono está caindo e o uso global de carvão também.
# Amstrup disse que é
importante considerar, pois alguns líderes ainda estão pressionando pelo uso de
combustíveis fósseis e “ainda temos que ver muita mudança na taxa de aumento
das concentrações de CO2”.
O que prestar atenção:
Movimentos como os 2019 e greves climáticas têm motivados governos para agirem,
com vários países europeus prometendo grandes cortes e emissões e iniciativas
verdes, diz o cientista climático Robert McLachlan, do New Zealand Centre for
Planetary Ecology.
# Isso poderia ajudar a mitigar a ameaça às populações de ursos polares.
Urso-polar é visto bem magro perto de Tilichiki, na Rússia, a centenas de quilômetros de seu habitat natural, em foto de 16/04/2019.
Mudanças climáticas podem levar
ursos polares à extinção em menos de 80 anos, diz estudo.
Cientistas alertam para riscos de se manter as emissões de gases estufa no ritmo atual: queda na reprodução colocará em risco a permanência da espécie até 2100. (ecodebate)
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