Os dados oficiais do desmatamento no Brasil são
alarmantes e não alarmistas como muitos costumam dizer.
Há
muito que ouvimos as notícias de taxas recordes deste tipo de desastre
ambiental em nosso país. Mas, para darmos continuidade à nossa leitura
precisamos esclarecer três informações importantes: a primeira se refere a
quais biomas serão tratados nesse artigo – são eles: Amazônia, Cerrado e Mata
Atlântica. Isso, obviamente não diminui a importância dos demais biomas não
citados.
A
segunda questão se refere aos dados que aqui serão mencionados – são aqueles
disponibilizados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE). Por fim, a
terceira questão se refere à porção da Amazônia que será tratada – Amazônia
brasileira, assim, não falaremos sobre a Amazônia legal que compreende outros
países e parte do pantanal e cerrado brasileiro.
É
preciso destacar outro fator bem importante quando se debate sobre o
desmatamento nesses três biomas: cada um deles têm suas peculiaridades em
relação aos motivos pelos quais isso acontece.
No
caso do cerrado, bioma que compreende boa parte da região centro-oeste do país
e que tem como fundamental importância conter a água de grandes bacias
hidrográficas, é principalmente impactado pelo agronegócio das grandes
commodities como, por exemplo, soja, milho, algodão e, em alguma parte, a
pecuária.
Já a Mata Atlântica, que compreende praticamente todo o litoral brasileiro e que, dentre os biomas é o mais impactado, pois sua degradação acontece desde a chegada dos portugueses ao território brasileiro, temos principalmente a expansão urbana e, em alguns casos plantações e pecuária.
Histeria superando de longe a análise serena e equilibrada no debate nacional e internacional sobre as queimadas na Amazônia.
Na
Amazônia que compreende basicamente a região norte do país, tem-se,
principalmente, o avanço imperativo do agronegócio e da pecuária.
Cada
um desses biomas tem seu papel fundamental na manutenção na biodiversidade
brasileira, que vale a menção, é uma das maiores do mundo, e em relação aos
serviços ecossistêmicos que esses locais fornecem (recursos hídricos, renovação
da qualidade do ar, do banco de sementes e uso do solo, entre outros).
Talvez,
seja esse o ponto de principal discussão das políticas públicas: qual a função
de cada um desses biomas para a vida humana? Logicamente, essa é uma visão
totalmente utilitarista, mas infelizmente, é algo que precisa estar inserido
nas discussões e nos debates sobre a preservação dos locais citados.
Além
disso, vale mencionar que boa parte das áreas preservadas desses biomas se
encontram em áreas de conservação onde vivem populações tradicionais
(indígenas, quilombolas e caiçaras) fato que também não pode ser desconsiderado
nas construções das políticas de preservação.
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