O que eu observei no encontro
foram os representantes de iniciativas como a “Race to Zero” e “Business
Ambition for 1.5°C” fazerem um balanço de seus progressos desde o Acordo de
Paris e discutirem estratégias para uma recuperação sustentável com o objetivo
de enfrentar as crises causadas pela pandemia do COVID-19 e as alterações
climáticas. Escutei com atenção o discurso do secretário geral da ONU, António
Guterres, com sua fala sobre a urgência de ações, pois as políticas climáticas
não estão à altura das metas, e sobre a imprescindível necessidade dos países
signatários encontrarem soluções inovadoras pós-pandemia como empregos
sustentáveis e a redução da emissão de carbono.
A cada encontro, em cada
discurso, confirmo e reafirmo minha convicção da grande importância das
instituições de ensino na formação de líderes para o futuro. Instituições
comprometidas com a agenda global que irão desenvolver em seus alunos a
criticidade para a tomada de decisão dentro das organizações em prol de
resultados que irão impactar o futuro de todos.
Hoje, a ONU conta com o The Principles for Responsible Management Education (Os Princípios para uma Educação Executiva Responsável), o PRME, que possui mais de 800 escolas de negócios e instituições de ensino signatárias ao redor do mundo.
A reunião que ocorreu teve o objetivo de ser um “aquecimento” para a cúpula virtual “Climate Ambition Summit”, co-convocada pelas Nações Unidas, Reino Unido e França, em parceria com o Chile e a Itália, que ocorreu em 12/12/2020, data do aniversário do Acordo de Paris (compromisso mundial sobre as alterações climáticas que prevê metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa). Neste encontro os governos nacionais deverão anunciar novos compromissos ambiciosos nas metas já estipuladas no Acordo.
Nos últimos cinco anos, o
avanço dos países para solucionar o desafio climático ocorreu na contramão do
aumento dos desastres relacionados às mudanças climáticas como ondas de calor,
secas, incêndios florestais, inundações, etc.
Porém, o Acordo de Paris teve
sua importância para limitar os danos do aumento da temperatura média global. A
Cúpula realizada no sábado soa animadora com novos compromissos de
neutralização de carbono anunciados por Coreia do Sul, Japão, União Europeia e
pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, para 2050 e para 2060
pela China e pelo Brasil.
Enquanto a sobrevivência do mundo está em jogo, o que se espera da Cúpula é que os alertas realizados incessantemente pela ciência não sejam mais ignorados; que a sinergia entre a Academia, o setor público e o privado criem vínculos cada vez mais produtivos em prol da agenda global; que os signatários do Acordo de Paris apresentem seus compromissos não apenas revistos, mas que sejam viáveis política e economicamente e que esses compromissos tenham rápida aplicabilidade e retorno.
Ainda temos tempo, mas ele se esgota a cada indecisão ou, pior, a cada decisão equivocada dos líderes mundiais. (ecodebate)
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