A estimativa
reflete o cenário principal de um estudo publicado na revista Proceedings of
the National Academy of Sciences.
Pontos de não
retorno ocorrem quando o aquecimento global empurra as temperaturas para além
de um limite crítico, levando a impactos acelerados e irreversíveis. Entre os
pontos de ruptura mais investigados pelos cientistas está o tipping point da
Amazônia, que pode ser atingido se a floresta perder mais de 25% de sua área de
ocorrência. A concretização desta hipótese secaria o bioma e o transformaria em
uma bomba de emissão de carbono, além de alterar o regime de chuvas na América
do Sul.
O trabalho
publicado hoje foi realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de
Nova York, da Universidade de Delaware e da London School of Economics and
Political Science. Os autores – Simon Dietz, James Rising, Thomas Stoerk e
Gernot Wagner – destacam que o cenário principal do estudo pode ser muito
conservador, e que os custos dessas rupturas podem ser significativamente
maiores: há uma chance de 10% de os pontos de não retorno pelo menos dobrarem
os custos dos impactos da mudança climática, e uma chance de 5% de que eles
tripliquem.
“Os cientistas
climáticos há muito tempo enfatizam a importância dos pontos de ruptura do
clima, como o degelo permafrost, a desintegração da camada de gelo e as
mudanças na circulação atmosférica. No entanto, exceto por alguns poucos
estudos fragmentados, a economia climática ignorou esses dados ou os
representou de forma altamente estilizada”, afirma Simon Dietz, autor principal
do artigo e professor da London School of Economics and Political Science.
“Fornecemos estimativas unificadas dos impactos econômicos de todos os oito
pontos de ruptura climática coberta pela literatura econômica até o momento.”
• Ponto de não
retorno da floresta tropical amazônica (também chamado de dieback ou tipping
point) liberando CO2, que flui de volta ao ciclo do dióxido de
carbono;
• Colapso da
circulação meridional de capotamento do Atlântico (AMOC), interferindo em uma
série de sistemas climáticos e na regulação da temperatura do planeta;
• Desintegração
da Folha de Gelo da Antártida Ocidental, aumentando a elevação do nível do mar;
• Desintegração
da Folha de Gelo da Groenlândia, o que aumenta a elevação do nível do mar;
• Perda de gelo
marinho ártico, resultando em mudanças na forçagem radiativa, que afeta
diretamente o aquecimento.
•
Descongelamento do permafrost, levando ao feedback de carbono, resultando em
emissões adicionais de CO2 e metano, que fluem de volta para os
ciclos dos dois gases;
• Dissociação
dos hidratos de metano oceânicos resultando em emissões adicionais de metano,
que fluem de volta para o ciclo do metano.
• Variabilidade da monção de verão indiana afetando diretamente o PIB per capita na Índia.
(ecodebate)
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