O volume de água no Sistema Cantareira, principal
manancial responsável pelo abastecimento de água da Região Metropolitana de São
Paulo, está abaixo da média histórica desde o início de 2021. Segundo dados
disponibilizados pela Sabesp, nos últimos oito meses as chuvas registradas não
correspondem às médias pluviometrias dos outros anos. Atualmente, o Sistema
Cantareira funciona com 37% do volume operacional.
Em janeiro, o índice pluviométrico era de 181,6 mm,
mais baixo que o de 265,1 mm que é a média para a época. Fevereiro seguiu no
mesmo patamar, que foi inclusive o recorde do ano. A média histórica para o
mês, entretanto, é de 203,1 mm. Já em março, o sistema Cantareira registrou
152,3 mm, contra uma média histórica de 176,2 mm.
A diminuição das chuvas foi sentida a partir de abril, quando a média do mês atingiu o drástico índice de apenas 9 mm. A média histórica do mês é de 83,1 mm. Já em maio o índice aumentou para 37,3 mm, e em junho caiu novamente para 26,1 mm. As médias dos meses respectivos são de 77,4 mm e 57,1 mm.
Em julho, as chuvas voltaram a encher o sistema Cantareira, com 29,6 mm registrados no mês. Já em agosto, o índice caiu novamente, com 21,2 mm no mês. Ambos os valores também estão abaixo das médias históricas da temporada, que tem como índice o valor de 45,3 mm para julho e 33,2 mm para agosto.
Há mais de duas semanas, o Sistema Cantareira entrou
em alerta após o índice armazenado ficar abaixo de 40%, quando começou a atuar
com 39,2% do volume operacional. De acordo com a ANA (Agência Nacional das
Águas), a captação de água do sistema é condicionada ao nível de armazenamento
de água do manancial ao término de cada mês. A faixa é considerada normal
quando o volume útil acumulado é igual ou maior que 60%. Abaixo de 40% o estado
é considerado de atenção e entre os índices de 30% e 40%, a faixa é de alerta.
Na ocasião, a Sabesp informou ao UOL que não havia
risco de desabastecimento. Numa entrevista à Rádio Eldorado em 25/0/21, o
diretor-presidente da companhia, Benedito Braga, descartou novamente a possibilidade
de um racionamento e afirmou que mudanças nos padrões de consumo e na
infraestrutura do Sistema Cantareira diferem o cenário atual da crise hídrica
de 2014.
Atualmente, segundo Braga, a companhia retira quase 10 mil litros a menos do Sistema por segundo, graças à transposição de bacias hidrográficas e à redução de consumo da população. "Nós aprendemos com a crise hídrica", disse. "Antes, desperdiçava-se muita água, hoje temos outro comportamento".
Volume de chuva no Cantareira no 1º trimestre de 2021 foi menor do que no período anterior à crise hídrica, em 2013; especialista vê risco de seca.
Chuvas de verão são importantes para garantir
recarga dos mananciais para os meses mais secos do ano. Tendência é que chova
ainda menos com o fim do verão e haja possibilidade de seca em 2022. Sabesp
nega risco, mas diz que população deve economizar.
“Estamos indo de mal a pior”. (uol)
Nenhum comentário:
Postar um comentário