Dados da Organização das
Nações Unidas (ONU) revelam que no mundo anualmente morrem mais de 7 milhões de
pessoas por doenças cardiorrespiratórias e cânceres de pulmão, doenças
relacionadas à poluição do ar. Desse percentual, as crianças são as mais afetadas
por respirarem mais ar por kg de peso corporal do que os adultos e, por terem
menor estatura, respiram ainda mais poluentes que agridem seus pulmões, cérebro
e sistema imunológico – ainda em construção.
As doenças respiratórias crônicas afetam as vias aéreas e outras estruturas do pulmão. As mais comuns são a pneumonia e as doenças pulmonares obstrutivas crônicas, como asma e bronquite – ocupacionais e hipertensão pulmonar.
“Todas as faixas etárias são afetadas pela exposição ao ar poluído. E a exposição de gestantes e bebês pode elevar o percentual de morte fetal e agravar o risco de mortalidade infantil, além de aumentar o risco de obesidade e diabetes, por conta da inflamação que a poluição gera no corpo”, destaca Flavia Antunes Michaud, diretora-presidente do Instituto Opy, entidade focada em ações relacionadas ao cuidado dos primeiros 1000 dias de vida e na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis.
Flavia alerta,
principalmente, para a importância de cuidados preventivos. “Parece óbvio, mas
a amamentação exclusiva é uma prática altamente eficaz: ajuda a contribuir para
redução da mortalidade, aumenta a expectativa de vida e fortalece o sistema
imunológico. Crianças amamentadas têm menos alergias, infecções, diarreias e
doenças respiratórias. Além disso, a nutrição infantil na primeira infância tem
um papel protetivo muito importante pra vida”, ressalta.
Mas diante do quadro atual, atrelado aos cuidados com a primeira infância, ações de monitoramento da qualidade do ar nos ambientes em que as crianças passam a maior parte do tempo e desenvolver estratégias que reduzam os efeitos das altas concentrações de poluentes tornam-se imprescindíveis.
De acordo com a médica e diretora- executiva do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Vormittag, apenas cerca de 2% dos municípios no Brasil possuem estações de monitoramento de qualidade do ar, dificultando em muito o diagnóstico do ar tóxico a que as crianças estão expostas na escola ou em suas casas. “Isso acarreta um obstáculo para a proteção de sua saúde, especialmente o desenvolvimento de doenças respiratórias como a pneumonia e a asma”, conclui a médica. (ecodebate)
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