Representantes
do governo brasileiro já chegaram à COP 26 sabendo da má notícia, mas
insistiram em vender uma imagem supostamente sustentável.
A
estimativa da taxa oficial de desmatamento na Amazônia Legal divulgada hoje por
meio do Programa Prodes, aponta que 13.235 km² foram desmatados entre
agosto/2020 e julho/2021.
O
anúncio chega na semana seguinte ao encerramento da COP 26, onde o governo
brasileiro tentou limpar sua imagem, mesmo sabendo que mais um recorde de
desmatamento já havia sido batido, uma vez que o documento divulgado tem data
de 27/10/21, ou seja, antes da COP 26. O anúncio também ocorre ao mesmo tempo
em que o cerco para o desmatamento começa a se fechar: a comissão da União
Europeia publicou em 17/11/21 o projeto da nova legislação do bloco que veda a
compra de produtos ligados ao desmatamento.
“Apesar das tentativas recentes do governo em limpar sua imagem, a realidade se impõe mais uma vez. Os mais de 13 mil km² não surpreendem quem acompanhou os últimos três anos de desmonte na gestão ambiental brasileira e as tentativas de enfraquecer o arcabouço legal para a proteção do meio ambiente. Fica evidente que as ações necessárias por parte do Brasil para conter o desmatamento e as mudanças climáticas não virão deste governo que está estacionado no tempo e, ainda vê a floresta e seus povos como empecilho ao desenvolvimento”, declara Cristiane Mazzetti, porta-voz da campanha da Amazônia do Greenpeace.
Desmatamento na Amazônia tem a maior taxa em 15 anos.
Os dados divulgados pelo INPE representam um aumento de 21,97% na taxa de desmatamento em relação ao ano anterior. Esta é a maior taxa de desflorestamento já registrada, desde 2006. Na média, houve um aumento de 52,9% na área desmatada nos três anos de governo Bolsonaro (média de 11.405 km² entre 2019 e 2021) em relação à média dos três anos anteriores (média de 7.458 km² entre 2016 e 2018). “O governo atual, com sua política antiambiental, elevou drasticamente o patamar de desmatamento na maior floresta tropical do planeta. Estes são níveis inaceitáveis perante a emergência climática que vivemos no Brasil e no mundo, com extremos climáticos e seus impactos cada vez mais devastadores e frequentes”, comenta Cristiane. “E essa situação só vai piorar, se o Senado aprovar o PL da Grilagem, que beneficia invasores de terras públicas e incentiva ainda mais desmatamento”, completa.
Amazônia Legal tem maior desmatamento desde 2006.
No
período em que a taxa foi medida, 32% dos alertas de desmatamento se
concentraram nas Florestas Públicas Não Destinadas, alvo frequente de grilagem
de terras. A última audiência pública do Senado para discutir o PL 2633/2020,
já aprovado na Câmara dos Deputados deve acontecer na próxima semana, com isso
a matéria pode ser votada em Plenário logo na sequência. (ecodebate)
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