A Indústria 4.0, também
conhecida como a Quarta Revolução Industrial, contempla um sistema de
tecnologias refinadas e avançadas, que estão provocando mudanças substanciais
nas formas de produzir e nos modelos de negócios, tanto no Brasil quanto no
cenário internacional. Alguns exemplos dessas tecnologias são a inteligência artificial,
a robótica, a internet das coisas e computação em nuvem, dentre outros.
A Indústria 4.0 está
progredindo de forma substancial e passa a favorecer uma produção mais alinhada
em termos de economia circular e produção mais limpa, visando negócios e resultados
mais éticos, com exatidão, precisão e eficiência.
No agronegócio como um todo e
mais especificamente ao setor de alimentos, o combate às perdas e ao
desperdício de alimentos requer um olhar diferenciado voltado para as práticas
operacionais, produtivas e de consumo, acarretando mudanças em toda a sua
cadeia da produtiva.
Uma das principais mudanças relaciona-se a transformar as perdas e o desperdício de alimentos, ou qualquer tipo de resíduo alimentar, em algo útil novamente e reintroduzi-lo na cadeia de valor. E este conceito é a base do pensamento da Economia Circular.
Portanto, buscar sustentabilidade e se preparar para a economia circular tanto no agronegócio quanto na indústria de alimentos e bebidas é muito mais do que apenas se preocupar com o meio ambiente. Também pode contemplar uma maneira de aumentar a afinidade da marca com seus clientes, gerar economia de investimentos e minimizar perdas e descartes.
Quando implementada da
maneira correta, a economia circular na indústria de alimentos e bebidas leva a
redução de desperdícios, auxilia na eficiência dos processos, traz
contribuições para o uso mais inteligente de energia e outros recursos
produtivos, podendo impulsionar inovações, agregando valor ao negócio, além de
gerar vantagem competitiva aos produtos e serviços oferecidos.
Sendo assim, torna-se
imprescindível a migração das configurações de manufatura tradicionais em
manufatura inteligente, favorecendo o nível de adaptabilidade, confiabilidade e
flexibilidade das empresas, levando a resultados com alta qualidade,
decorrentes de produção de baixo custo e um melhor alinhamento com os conceitos
básicos de economia circular.
Como saída, empresas poderão
voltar-se mais para a venda de serviços, mesmo tendo sua origem como manufaturas,
conforme aponta Catherine Weetman (2019). No transporte privado, por exemplo,
pode-se transformar um produto (veículos) em um serviço (transporte), trazendo
benefícios para área de logística, economia de combustível, menor geração de
poluição, utilização de mão de obra, permitindo a utilização de produtos e
estoques, sem necessariamente ter que adquiri-los.
Uma mudança de modo produtivo associada a mudança de percepção de valor por parte do cliente.
Adriana Madeira é pós-doutora em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, FEA-USP. É professora do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie e membro do Grupo de Extensão AgriMack- Mackenzie Agribusiness, organizado pelo Centro Mackenzie de Liberdade Econômica.
Nelson Roberto Furquim é Engenheiro de Alimentos. Docente do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Coordenador do Grupo de Extensão AgriMack- Mackenzie Agribusiness organizado pelo Centro Mackenzie de Liberdade Econômica. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário