Segundo pesquisadores americanos, com o gelo marinho do continente extremo encolhendo em níveis recordes devido ao aquecimento global, as “baleias assassinas”, como são chamadas as orcas (que, na verdade, são grandes golfinhos) está expandindo seus campos de caça mais ao norte e passando mais tempo nas águas polares.
Avistamentos cada vez mais frequentes e ao norte sugerem que as baleias assassinas estão aprendendo a se adaptar às águas recém-derretidas do oceano Ártico.
Esses
mamíferos gigantes, que estão no topo da cadeia alimentar, correm o risco de
criar um “desequilíbrio ecológico” no Ártico ao se alimentar de espécies
ameaçadas de extinção, alertou um estudo da Universidade de Washington
divulgado este mês.
O
que explica as mudanças no padrão de migração das orcas
Quando
uma equipe da Agência France-Presse de notícias (AFP) visitou o vasto fiorde
Skjervoy no Oceano Ártico, entre 70 e 80 orcas puderam ser vistas se reunindo
em clãs familiares de cerca de 10 membros, incluindo filhotes com menos de um
ano de idade.
Avistamentos
cada vez mais frequentes mais ao norte sugerem que o gigante marinho preto e
branco, cujos machos podem crescer até oito metros de comprimento e pesar seis
toneladas, está aprendendo a se adaptar às águas recém-derretidas do Oceano
Ártico.
“Por
meio de pesquisas acústicas, detectamos orcas no Mar de Barents em novembro
entre Svalbard e Franz Josef Land, então eles estão claramente seguindo a borda
do gelo”, disse Marie-Anne Blanchet, do Instituto Polar Norueguês.
Com
uma população global estimada em 50 mil indivíduos, esses predadores são
encontrados em quase todos os mares do mundo, e, segundo os cientistas, se
alimentam de presas árticas, como a beluga e, provavelmente, de algumas
espécies de focas.
As
mudanças nos padrões de migração das baleias também estão ligadas ao fato de
que seu alimento preferido, o arenque, também está se mudando para o norte, por
razões que ainda não são claras. “São predadores com grande capacidade de
adaptação, por isso são oportunistas”, disse Blanchet.
Ártico
está esquentando 300% mais rápido do que todo o planeta
Segundo
esse estudo mais recente, o aumento da migração de superpredadores é uma
consequência da estação cada vez mais longa, quando o oceano Ártico está livre
de gelo. “Não é necessariamente que as baleias assassinas não tenham sido
relatadas nessas áreas antes, mas que, desta vez, parecem ter permanecido na
área por longos períodos de tempo”, explicou a coautora Brynn Kimber.
Ártico
está esquentando 3 vezes mais rápido do que o resto do planeta, impactando a
extensão da camada de gelo e os ecossistemas que dependem dela. O gelo do mar
Ártico, que também está ficando mais fino, encolheu em média mais de 13% por
década nos últimos 40 anos.
No
final do verão de 2012, atingiu seu nível mais baixo já registrado, 3,4 milhões
de km2, quase metade do tamanho que tinha durante os anos 1980.
Analisando 8 anos de dados, a equipe de Kimber também detectou a presença de orcas no mar de Chukchi, entre o Alasca e a Rússia, durante os meses em que costumava ser congelado, bem como com maior frequência durante o verão.
Impressionante: "pedras zen" se equilibram em pedestais de gelo na Sibéria. (olhardigital)
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