domingo, 15 de janeiro de 2023

Impactos do aumento das secas extremas

Consenso científico: há fortes evidências de que a mudança climática induzida pelo homem levou a um aumento do risco de seca (Hoegh-Guldberg et al, 2018).

Atividades humanas, há um aumento nas temperaturas médias da superfície em todo o mundo.

A seca é mortal: De 1970 a 2019, a seca foi um dos perigos que levaram às maiores perdas humanas, com um total de aproximadamente 650.000 mortes.

Entre todas as mortes relacionadas ao clima durante o período, mais de 90% ocorreram em países em desenvolvimento (WMO, 2021b).

A seca é cara: as perdas econômicas devido à seca aumentaram muito nas últimas décadas (WMO, 2021b).

A seca é devastadora: Estima-se que 55 milhões de pessoas em todo o mundo são diretamente afetadas pelas secas todos os anos, tornando-se o perigo mais sério para gado e colheitas em quase todas as partes do mundo.

A seca afeta mulheres e meninas de forma desproporcional: maiores cargas e sofrimento são infligidos a mulheres e meninas em países emergentes e em desenvolvimento em termos de níveis de educação, nutrição, saúde, saneamento e segurança (Algur et al., 2021).

Quase 160 milhões de crianças estão expostas a secas severas e prolongadas – até 2040, estima-se que uma em cada quatro crianças viverá em áreas com extrema escassez de água.

A seca é subestimada: As secas têm impactos profundos, generalizados e subestimados nas sociedades, ecossistemas e economias, com apenas uma parte das perdas reais contabilizadas.

As políticas de preparação para a seca fazem a diferença: medidas proativas para reduzir riscos e aumentar a resiliência de ecossistemas e comunidades pode ser alcançado por meio de políticas sustentáveis de gestão de terras e restauração de ecossistemas.

A restauração de terras é econômica: no Níger, os agricultores reduziram substancialmente os riscos de seca criando novos sistemas agroflorestais em 5 milhões de hectares em 20 anos, com custos médios abaixo de US$ 20 por hectare.

A educação estimula a prontidão: por meio de um programa de educação baseada na restauração ecológica, agricultores da Amazônia colombiana implantou 71 novos viveiros, produzindo 400 mil mudas de 21 espécies florestais nativas.

Assuntos da mídia: um estudo de caso da Califórnia em 2017 mostra que um aumento de cerca de 100 histórias de seca em dois meses foi associado com uma redução de 11 a 18 por cento no uso doméstico típico de água.

Virar a maré: Limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, acompanhado de regeneração da terra e melhores práticas de gestão da água, espera-se que reduza substancialmente a probabilidade de eventos de seca extrema (Hoegh-Guldberg, O, 2018).

Novos horizontes: uma mudança de paradigma das abordagens ‘reativas’ e ‘baseadas em crises’ abordagens de gestão da seca ‘proativas’ e ‘baseadas no risco’ são indispensáveis.

Países que enfrentaram emergências de seca nos últimos dois anos (2020-2022).

Afeganistão; Cazaquistão; Níger; Angola; Quênia; Somália; Brasil; Lesoto; Sudão do Sul; Burkina Faso; Mali; Síria; Chile; Mauritânia; Paquistão; Etiópia; Madagáscar; Estados Unidos; Iraque; Malauí; Zâmbia; Irã; Moçambique.

FIG. 1: Países que enfrentaram emergências de seca nos últimos dois anos (2020-2022).

A seca no mundo (1900-2022).

• Mais de 10 milhões de pessoas perderam suas vidas devido a grandes eventos de seca no século passado, causando vários cem bilhões de dólares em perdas econômicas em todo o mundo, e os números estão aumentando (Guha-Sapir, D. et al., 2021).

• A seca severa afeta a África mais do que qualquer outro continente, com mais de 300 eventos registrados nos últimos 100 anos, respondendo por 44% do total global. Mais recentemente, a África subsaariana experimentou as consequências dramáticas de desastres climáticos cada vez mais frequentes e intensos (Taylor et al., 2017; Guha-Sapir, D. et al., 2021).

• No século passado, 45 grandes eventos de seca ocorreram na Europa, afetando milhões de pessoas e resultando em mais de US$ 27,8 bilhões em perdas econômicas. Hoje, uma média anual de 15% da área terrestre e 17% da população da União Europeia é afetada pela seca (Guha-Sapir, D. et al., 2021; European Agência Ambiental, 2017).

• Nos EUA, quebras de safra e outras perdas econômicas devido à seca totalizaram várias centenas de bilhões de dólares no último século – US$ 249 bilhões somente desde 1980 (NOAA-NCEI, 2021).

• Ao longo do século passado, o maior número total de humanos afetados pela seca estava na Ásia (Guha-Sapir, D. et al., 2021).

Impactos da seca na sociedade humana.

• Mais de 1,4 bilhão de pessoas foram afetadas pela seca no período de 2000 a 2019. Isso torna a seca o segundo desastre que mais afeta pessoas, depois das enchentes. A África sofreu secas com mais frequência do que qualquer outro continente, com 134 secas, das quais 70 ocorreram na África Oriental.

• Estima-se que o efeito de secas severas tenha reduzido o produto interno bruto da Índia em 2 a 5% (UNDRR, 2021).

• Como resultado da seca do milênio australiana, a produtividade agrícola total caiu 18% no período de 2002 a 2010.

• O ônus da coleta de água – especialmente em terras áridas – recai desproporcionalmente sobre mulheres (72%) e meninas (9%), que, em alguns casos, gastam até 40% de sua ingestão calórica transportando água (UNDRR, 2021).

• Durante os últimos 2 anos (2020 e 2021), déficits generalizados de precipitação foram registrados em todo o continente sul-americano.

• A seca é um dos principais impulsionadores da volatilidade do rendimento das culturas e, em particular, causa baixos rendimentos que podem levar a perdas financeiras substanciais.

Ação humana contribuiu para seca no Brasil e no mundo.

Desmatamento e aquecimento provocado pela emissão de CO2 agravaram falta de chuvas nas regiões, apontam cientistas. Futuras secas podem se tornar mais severas e mais frequentes, alertam cientistas. (ecodebate)

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