Se de um lado as medidas compensatórias ambientais podem modificar a paisagem da cidade trazendo mais o “verde”, mais saúde e qualidade de vida, por outro, podem evitar os impactos ambientais causados pelos fenômenos de clima extremo.
Ao criar áreas de recreação em parques e jardins da cidade, promove-se a prática esportiva e reduz o risco de doenças, ao mesmo tempo que se preserva as águas, fauna e flora. Salienta-se que as sombras de árvores como a Sibipiruna podem reduzir entre 12 e 16°C em termos de Conforto Térmico, e ainda pode aumentar a umidade do ar.
Os jardins verticais e os terraços verdes também podem ser muito eficientes para mitigação das ilhas de calor.
Cidades grandes como São Paulo desenvolveram legislações especificas para promover uma implementação de estratégias de mitigação ou adaptação ambiental com a finalidade de colaborar com a redução de ilhas de calor.
O Plano Diretor da cidade de São Paulo, Lei nº 16.050 de 31 de julho de 2014, apresenta um instrumento urbanístico denominada “quota ambiental” para atrelar o desenvolvimento urbano à preservação e a requalificação da cidade no que tange a melhoria do microclima, da biodiversidade e da drenagem, sendo estes os indicadores de qualidade ambiental a serem mapeados e mensurados, como objetos de políticas públicas.
Desta forma, o Decreto 55.995 de 10/03/2015, lança a primeira ação para a implementação da “quota ambiental” como instrumento urbanístico de requalificação ambiental, permitindo que os jardins verticais e coberturas verdes sejam implantados com os recursos municipais advindos da Secretaria do Verde da PMSP, recebidos através do recolhimento dos Termos de Compensação Ambiental (TCA). Decreto Nº 55994 de 10/03/2015 introduziu alterações no artigo 4º do Decreto nº 53.889, de 8 de maio de 2013, regulamentando o Termo de Compromisso Ambiental – TCA.
Essa medida mudou a paisagem
da cidade de São Paulo, onde edifícios novos incorporaram os jardins verticais
nas suas fachadas, empenas cegas de edifícios já executados instalaram os
chamados “paredes verdes” incentivadas com a redução do IPTU e a Avenida 23 de
Maio ganhou lindíssimos jardins verticais. Sabe-se que ao olhar um bonito
jardim, a pessoa se sente mais motivada a trabalhar e a viver mesmo em meio aos
carros.
Um estudo realizado pelo
Laboratório de Conforto Ambiental da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Presbiteriana Mackenzie em parceria com a UNICAMP, apontou que a
vegetação plantada nas fachadas dos edifícios é capaz de umidificar o ar da
cidade, reduzir o calor e melhorar o conforto térmico humano. As imagens de
térmicas apontaram a capacidade de arrefecer o microclima.
Neste estudo foram utilizados
uma estação meteorológica móvel e realizadas entrevistas com os pedestres no
Minhocão. A respostas dos entrevistados apontaram que 36% se sentiam mais
confortáveis ao se aproxima dos paredões verdes.
Paredões verdes podem ser um indicador simples e prático para verificar a adequação de materiais, indicando necessidade de resfriamento de superfície e apontando áreas onde os Jardins Verticais sejam mais eficientes no controle do microclima urbano.
A melhoria do conforto térmico ao ar livre é um passo importante para alcançar a sustentabilidade dos espaços urbanos. (ecodebate)
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