terça-feira, 9 de abril de 2024

Mudanças climáticas disseminam doenças infecciosas

Mudanças climáticas alimentarão a disseminação de doenças infecciosas.

As mudanças climáticas interferem na saúde podendo influenciar na propagação de vetores, na qualidade das águas e na produção de alimentos, além de contribuir para a poluição do ar. As doenças mais sensíveis a essas mudanças são as infecciosas, como leishmaniose, malária e dengue e outras arboviroses.
Uma equipe de especialistas em doenças infecciosas pediu mais conscientização e preparação no campo da medicina para lidar com o impacto das mudanças climáticas na disseminação de doenças.

Seu artigo, no JAMA, levanta o alarme sobre o surgimento e disseminação de patógenos nocivos. Os autores também pedem à comunidade médica que atualize sua educação e treinamento e tome medidas para combater o aquecimento global.

Mudanças no cenário de doenças infecciosas

Doenças infecciosas podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas. Muitas dessas doenças são transmitidas de animal para humano ou de humano para humano.

Um tipo de doença infecciosa é a doença transmitida por vetores. Eles são causados por patógenos transportados por vetores como mosquitos, pulgas e carrapatos. Algumas doenças causadas por vetores são dengue, malária e Zika.

Os padrões de chuva em mudança estão expandindo o alcance dos vetores e seus períodos ativos. Invernos mais curtos e mais quentes e verões mais longos também estão ligados a mais doenças transmitidas por vetores.

Por exemplo, doenças causadas por carrapatos (como babesiose e doença de Lyme) também estão ocorrendo no inverno. Eles também estão sendo encontrados em regiões mais a oeste e norte do que no passado.

Outra preocupação é a malária. Os mosquitos que transmite a doença estão se expandindo para o norte, uma mudança induzida pelo clima. A mudança dos padrões de chuva levou a mais mosquitos e a uma maior taxa de transmissão de doenças.

Doenças zoonóticas, como peste e hantavírus (carregados por roedores), também estão mostrando mudanças na incidência e localização. Os especialistas observaram mudanças nos padrões de migração de animais e faixas naturais. Devido à sua perda de habitat, os animais selvagens estão se aproximando dos seres humanos. Com isso vem um risco maior de doenças animais derramando-se para os seres humanos e para novos patógenos se desenvolverem.

O estudo também apontou para o surgimento de novas infecções fúngicas, como Candida auris (C. auris), e mudanças na localização de alguns patógenos fúngicos. Por exemplo, a infecção fúngica Coccidioides (também conhecida como febre do Vale) era endêmica de áreas quentes e secas dos EUA, como na Califórnia e no Arizona. Mas a febre do Vale foi recentemente diagnosticada até o norte do estado de Washington.

Mudanças nos padrões de chuva e na temperatura da água costeira também podem afetar a propagação de doenças transmitidas pela água, como E. coli e Vibrio. De acordo com a equipe, o nível do mar está subindo, e as tempestades e inundações costeiras que costumavam ser eventos raros ou extremos estão acontecendo com mais frequência. (ecodebate)

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