Clima e Meio Ambiente
Declaração feita por
climatologista português da Organização Meteorológica Mundial, Álvaro Silva,
lista perturbações enfatizando efeitos em áreas como saúde e economia; análise
do especialista destaca como a adaptação ao calor extremo precisa ser
acelerada.
A redução de gases de efeito
estufa é a resposta simples, mas de grande execução necessária para reverter o
calor extremo de forma rápida segundo o especialista em clima da Organização
Meteorológica Mundial, OMM.
Calor extremo em julho/2024 revela rapidez do aquecimento global
Álvaro Silva disse à ONU News, de Lisboa, que duas ondas de calor consecutivas que atingiram a Antártida nos últimos dois anos contribuíram para temperaturas globais recordes. Mas destacou que esse é apenas o efeito visível.
Componentes do sistema
climático
Numa visão geral sobre o
impacto das ondas de calor e eventos extremos relacionados ele apontou fatores
que estão contribuindo para temperaturas globais recordes.
“Este aquecimento global é
apenas uma vertente visível das mudanças climáticas. A temperatura média global
tem vindo a aumentar. Esteve na última década 1,2ºC acima dos valores
pré-industriais. Este, mas há outros componentes do sistema climático que estão
também a ser alterados e bastante alterados e impactados. É o caso do aumento
do nível médio do mar, da acidificação do mar, do degelo e de glaciares e
calotas polares e de outros exemplos. É claro que depois destes impactos há
alterações bastante adversas em diferentes setores e ecossistemas”.
Em junho deste ano, estima-se que a extensão diária do gelo marinho na Antártida tenha sido “a segunda menor já registrada”, num fenômeno que se segue à observação da menor extensão na Antártida em termos de gelo marinho em 2023.
Nos últimos 20 anos, as mortes relacionadas ao calor na Europa aumentaram em cerca de 30%
Temperaturas recordes
As consequências de ondas de
calor foram impactantes na América do Norte onde neste 1º de agosto “mais de
160 milhões de pessoas, cerca de metade da população dos Estados Unidos,
estavam sob alerta”.
“Há uma série ações a nível
de governos e individual que têm de ser levadas a cabo. O calor extremo é, de
facto, um fator que gera perturbações graves na economia e na saúde da
população e que tem que ser bastante atacado. A própria adaptação ao calor
extremo tem que ser acelerada porque há um crescimento das ondas de calor, da
intensidade, da duração e de eventos que acontecem fora do período típico”.
Álvaro Silva observou que julho foi o mais quente já registrado na Ásia, enquanto na África, as temperaturas recordes foram observadas no Marrocos como tendo tido "um impacto importante em termos de saúde humana e mortes".
Onda de calor: Brasil está preparado para as ondas de calor de 2024?
Resposta é angustiante
As ondas de calor intensas no
sul e sudeste da Europa também causaram vítimas e impactos severos na saúde.
(news.un.org)
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