O anúncio foi feito pela
Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), um órgão de pesquisa
ligado ao governo dos EUA. Segundo o instituto, o esperado é que a La Niña dure
até abril, quando as condições passarão a transicionar para o estado neutro (ou
seja, sem La Niña ou El Niño).
La Niña e El Niño são
fenômenos climáticos opostos e cíclicos, que envolvem variações na temperatura
das águas do Pacífico causadas pelo padrão de ventos.
“O menino” acontece quando o
oceano fica mais quente, e ele causa um aumento médio da temperatura global,
secas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil e chuvas intensas nas regiões Sul
e Sudeste.
Já “A menina” é o oposto: ocorre quando há um resfriamento do Oceano Pacífico na sua porção equatorial, e causa os efeitos inversos do seu irmão.
Os ventos no Equador sopram para o oeste graças ao efeito Coriolis. Se eles enfraquecem (ou se invertem) no Pacífico, temos El Niño. E uma primavera tórrida.
Os dois fenômenos se
intercalam com fases de neutralidade, mas isso não ocorre de forma tão
previsível e regular – os ciclos costumam durar entre dois e sete anos.
Cientistas até conseguem fazer algumas projeções sobre o comportamento
climático, que ficam mais precisas quanto mais dados são coletados, mas não dá
para cravar, e por isso atualizações são publicadas regularmente por órgãos de
pesquisa.
O que dá para afirmar sobre
esse La Niña é que ela, de fato, chegou atrasado – esperava-se que o fenômeno
começasse entre agosto e novembro/24. Além disso, ele deve durar menos tempo do
que o normal. E, justamente por isso, seus efeitos típicos estão estranhamente
fracos, ainda que existam.
Isso acontece, vale dizer,
depois de um El Niño estranhamente forte, que ocorreu durante a maior parte de
2023. Esse evento climático causou temperaturas muito altas aqui no Brasil,
além de alterar os padrões de chuvas no país.
O El Niño fortão também contribuiu para colocar 2023 e 2024 no topo dos anos mais quentes já registrados na história. O La Niña vem para resfriar um pouco o planeta depois disso, mas, como dissemos, seus efeitos estão mais tímidos do que o normal.
Vale lembrar que, independentemente dos efeitos do El Niño ou La Niña, a temperatura global está aumentando ao longo das décadas por conta da interferência humana; a emissão de gases do efeito estufa leva ao aquecimento global, e as variações causadas por esses efeitos climáticos são pontuais, incapazes de alterar essa tendência de longo prazo. (msn)
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