A Amazônia é essencial para o
equilíbrio do clima mundial, pois absorve bilhões de toneladas de CO2.
No entanto, a degradação da floresta tem reduzido a sua capacidade de absorver
carbono, contribuindo para o aumento do aquecimento global.
Impacto no ciclo da água
A Amazônia regula 16% da água
do planeta, influenciando os padrões de chuva na América do Sul. A degradação
da floresta afeta essa capacidade, prejudicando o clima regional.
Impacto nas correntes de ar
A Amazônia influencia as
grandes correntes de ar globais, que são cruciais para os padrões climáticos
mundiais. Alterações nessas correntes de ar podem ter efeitos imprevisíveis no
clima global.
Ameaça à biodiversidade
A Amazônia abriga uma grande
diversidade de espécies, e a degradação da floresta coloca em risco essa
biodiversidade.
Entre os principais fatores que contribuem para a degradação da Amazônia estão a extração de madeira, queimadas, a proximidade a atividades humanas e secas.
O relatório internacional “Dez novas percepções sobre o Clima”, com a contribuição do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), destacam que a Amazônia está perdendo sua capacidade de regular o ciclo da água e remover carbono da atmosfera, o que pode ter impactos catastróficos em escala global.
A degradação da floresta,
impulsionada por fatores como fogo, extração de madeira, expansão agrícola,
construções e eventos climáticos extremos, reduzem a resiliência do bioma.
Perda de capacidade de
remoção de carbono:
Em 2022 Amazônia acumulava 47,2 bilhões de toneladas de carbono em sua vegetação, já perdeu mais de 10,6 bilhões de toneladas devido à degradação. A diminuição da capacidade da floresta de absorver CO2 contribui para o aumento do aquecimento global. Estudos apontam que áreas de floresta impactadas pelo fogo de forma reiterada têm uma redução de até 68% na capacidade de conter dióxido de carbono (CO₂) na biomassa da vegetação. Queimadas únicas já reduzem em cerca de 50% o estoque de carbono nas áreas afetadas.
Impacto no ciclo da água:
A Amazônia regula 16% da água
do planeta. A degradação da floresta afeta sua capacidade de influenciar os
padrões de chuva na América do Sul por meio da evapotranspiração, prejudicando
o clima regional. A fumaça das queimadas, por sua vez, pode reduzir a umidade
liberada pela floresta, impactando os “rios voadores” que levam umidade para
outras regiões.
Risco de colapso e
savanização:
A continuidade da destruição da Amazônia pode levar a um ponto sem retorno, transformando-a em uma savana empobrecida. A perda de resiliência da floresta a torna mais vulnerável à seca, que se intensifica com o aquecimento global. Pesquisadores observam que, em vez de se transformar em uma savana, a floresta amazônica está se tornando uma floresta secundária, mais pobre e com menos estoque de carbono. As espécies florestais, mais sensíveis, são as mais afetadas pelo fogo, com risco de extinção local.
Ameaças à biodiversidade:
A Floresta Amazônica abriga
uma diversidade única de espécies, e a perda de resiliência coloca em risco
essa rica biodiversidade. O empobrecimento da floresta causado pelo fogo
compromete serviços ecossistêmicos cruciais, como a regulação da chuva, o
sequestro de carbono e a polinização.
Fatores de degradação e
urgência de ação
Os principais fatores que
contribuem para a perda de resiliência da Amazônia incluem a extração de
madeira, queimadas, a proximidade a atividades humanas e secas. A combinação de
extração de madeira e queimadas causa estresse na floresta, diminuindo sua
capacidade de recuperação. As áreas mais próximas a estradas e assentamentos
humanos são mais vulneráveis.
A realidade no Brasil é de um enfraquecimento das leis ambientais e da fiscalização, favorecendo a exploração ilegal de terras e o agronegócio predatório. O desmatamento, combinado com o fogo, torna-se um processo irreversível.
Estudo indica que oito em cada dez árvores exclusivas da Mata Atlântica estão sob risco de extinção.
Medidas necessárias
O relatório e outras
pesquisas apontam para a urgência de ações para proteger a Amazônia. É
fundamental:
• Fortalecer leis ambientais
para combater a degradação em todos os países da Amazônia.
• Continuar financiando
programas de monitoramento e rastreamento de commodities.
• Apoiar povos indígenas e
comunidades locais no desenvolvimento de uma economia sustentável.
• Priorizar a proteção da
Amazônia com medidas robustas de preservação.
• Promover uma economia que
valorize os serviços ecossistêmicos da floresta, incentivando cadeias
produtivas sustentáveis.
• Limitar o desmatamento e as
emissões de gases de efeito estufa.
Apesar da gravidade da
situação, ainda há tempo para reverter a tendência de degradação da Amazônia. A
colaboração internacional é essencial, pois o colapso da Amazônia afetaria não
apenas o Brasil, mas o mundo todo.
A pergunta não é apenas quão
perto estamos do colapso, mas o que estamos dispostos a fazer para evitá-lo.
(ecodebate)
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