O
fenômeno La Niña, que se configurou entre o final de 2024 e o início de 2025,
segue atuando, mas com intensidade fraca. “Outros fatores, como águas oceânicas
mais aquecidas e oscilações intrasazonais, especialmente a Oscilação de
Madden-Julian, terão maior impacto na configuração, distribuição, posição e
intensidade das chuvas pelo Brasil”, explica Maria Clara Sassaki, porta-voz da
Tempo OK, consultoria especializada em previsões de alta precisão.
Fevereiro
segue chuvoso no Brasil, com impacto do La Niña e Zona de convergência do
Atlântico Sul.
Previsão aponta continuidade das chuvas intensas, enquanto temperaturas seguem dentro da normalidade na maior parte do país.
“A primeira semana do mês de fevereiro/2025 seguiu marcada por um canal de umidade entre o Sudeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil, com previsão de chuvas volumosas, que inclusive podendo causar transtornos, como alagamentos e deslizamentos na metade sul de Minas Gerais, incluindo a região do Cerrado e a Zona da Mata Mineira, em São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Bahia”, afirma Sassaki. Essas instabilidades também prejudicam a geração de energia eólica na Bahia e na porção central, o que faz com que o fator de capacidade caia de 20% a 35% no Subsistema Nordeste. Já no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e metade sul do Paraná, a previsão é de pouca chuva, com acumulados inferiores a 10 mm neste período.
Na segunda semana, a dinâmica muda: as chuvas ficam concentradas entre a região Sul e a costa do Sudeste, no entanto, é uma chuva bastante irregular, sempre alternada por períodos de tempo firme e temperaturas elevadas. A partir da segunda metade do mês, o potencial de chuvas aumenta no centro-norte do Brasil e deve ficar mais próxima da quantidade média esperada para essa época do ano. “Será um aumento gradual, ao longo da quinzena, que deve proporcionar, ainda, alguns períodos de chuvas irregulares”, complementa a porta-voz da Tempo OK. No Nordeste, um cavado em altitude limita o desenvolvimento de nuvens potenciais para chuva, deixando assim a região mais seca, e consequentemente mais quente.
“A variabilidade de temperaturas durante o mês de fevereiro reflete os contrastes regionais do país, influenciados por fatores como sistemas de alta e baixa pressão, que influenciam na condição de chuva e tempo firme, além da circulação de ventos e umidade”, conclui Sassaki. (pv-magazine-brasil)
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