segunda-feira, 5 de maio de 2025

Mudança climática mundial em 2025

As mudanças climáticas continuam a moldar a realidade do planeta, e as projeções para 2025 não deixam dúvidas: os impactos serão mais intensos e exigirão esforços conjuntos entre sociedade, empresas e governos.

Relatório sobre clima revela que planeta está emitindo “sinais de socorro”
Danos da mudança climática podem se tornar irreversíveis, segundo levantamento da ONU; 2024 foi primeiro ano a ficar mais de 1,5°C acima da temperatura na era pré-industrial; gelo marinho da Antártida atingiu segunda menor extensão já registrada.

As mudanças climáticas atingiram novos patamares em 2024 e as consequências podem ser irreversíveis por milhares de anos. Esse é o alerta do novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

A agência ressalta que o clima extremo também é responsável por “enormes turbulências econômicas e sociais”.

Maior número de deslocados pelo clima nos últimos 16 anos

O relatório Estado do Clima Global confirma que 2024 foi provavelmente o primeiro ano a ficar mais de 1,5°C acima da temperatura na era pré-industrial.   Com isso, se tornou o mais quente desde que começaram os registros, há 175 anos.

Ciclones tropicais, inundações, secas e outros desastres levaram ao maior número de novos deslocamentos registrados nos últimos 16 anos, contribuindo para o agravamento de crises alimentares e perdas econômicas.

O secretário-geral da ONU enfatizou que “o planeta está emitindo mais sinais de socorro”. Para António Guterres, limitar o aumento da temperatura global a longo prazo a 1,5°C “ainda é possível”.

Ele declarou que os líderes devem se esforçar, aproveitando os benefícios de energias renováveis baratas e limpas para seus povos e economias e criando novos planos climáticos nacionais, previstos para 2025.

Zona costeira de Shyamnagar, distrito de Khulna em Bangladesh, mulher e seu neto recolhem água que sobrou da seca para uso.

Causas e consequências do aquecimento

Temperaturas globais recordes, vistas em 2023 e quebradas em 2024, foram causadas principalmente pelo aumento contínuo nas emissões de gases de efeito estufa (GEE). A concentração atmosférica de dióxido de carbono está nos níveis mais altos dos últimos 800 mil anos.

A mudança de um fenômeno climático de resfriamento, conhecido como La Niña, para um de aquecimento o El Niño, também contribuiu com o calor extremo.

Segundo a OMM, vários outros fatores adicionais podem estar por trás de saltos incomuns e inesperados de temperatura, incluindo mudanças no ciclo solar e erupções vulcânicas.

A secretária-geral da agência, Celeste Saulo, disse que os dados de 2024 mostram que os oceanos continuaram a aquecer e os níveis do mar continuaram a subir.

No recorde de calor do oceano

De acordo com ela, as partes congeladas da superfície da Terra, conhecidas como criosfera, “estão derretendo a uma taxa alarmante” e as geleiras continuam a recuar.

O gelo marinho da Antártida atingiu sua segunda menor extensão já registrada.

Globalmente, cada um dos últimos 10 anos foram individualmente os mais quentes já registrados e cada um dos últimos oito anos estabeleceu um novo recorde para o conteúdo de calor do oceano.

Resiliência ao clima extremo

O relatório é baseado em contribuições científicas dos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais, Centros Climáticos Regionais da OMM, parceiros da ONU e dezenas de especialistas.

A OMM está intensificando esforços para fortalecer os sistemas de alerta precoce e os serviços para ajudar os tomadores de decisão e a sociedade em geral a serem mais resilientes ao clima extremo.

"Nós podemos - vocês podem - evitar o colapso e a queima do planeta. Temos as tecnologias para evitar o pior do caos climático - se agirmos agora. Mas precisamos de liderança, cooperação e vontade política para agir” - António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas (ONU).

Os sinais claros da mudança climática induzida pelo homem atingiram novos patamares em 2024, de acordo com relatório lançado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Relatório sobre o Estado do Clima Global 2024 confirmou que 2024 o mais quente no registro observacional estabelecido há 175 anos.

2024 foi o primeiro ano cuja temperatura média ficou mais de 1,5°C acima da era pré-industrial, registrando uma temperatura média global próxima à superfície de 1,55 ± 0,13 °C acima da média de 1850-1900.

O relatório Estado do Clima Global confirma que 2024 foi provavelmente o primeiro ano a ficar mais de 1,5°C acima da temperatura na era pré-industrial. Com isso, se tornou o mais quente desde que começaram os registros, há 175 anos.

O principal relatório anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostrou que:

A concentração atmosférica de dióxido de carbono está nos níveis mais altos dos últimos 800.000 anos.

Globalmente, cada um dos últimos 10 anos foi individualmente o mais quente já registrado.

Cada um dos últimos 8 anos estabeleceu um novo recorde para o conteúdo de calor do oceano.

As 18 menores extensões de gelo marinho do Ártico registradas foram todas nos últimos 18 anos.

As três menores extensões de gelo na Antártica ocorreram nos 3 anos.

A maior perda de massa de geleira em 3 anos já registrada ocorreu nos últimos 3 anos.

A taxa de aumento do nível do mar dobrou desde o início das medições por satélite.

Temperatura média global 1850-2024 e diferença em relação à média de 1850-1900.

O relatório afirma que o aquecimento global de longo prazo está atualmente estimado entre 1,34°C e 1,41°C em comparação com a linha de base de 1850-1900, com base em uma série de métodos, embora tenha observado as faixas de incerteza nas estatísticas de temperatura global. (news.un.org)

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