Onde os microplásticos são
encontrados na agricultura:
Solo:
Microplásticos são
encontrados em solos agrícolas devido ao uso de fertilizantes, lodo de esgoto,
resíduos de culturas e até mesmo pela deposição atmosférica.
Alimentos:
A contaminação do solo pode
levar à absorção de microplásticos pelas plantas, que acabam sendo consumidas
por nós. Além disso, alimentos podem ser contaminados durante o processamento e
embalagem.
Água:
A poluição por microplásticos também afeta a água utilizada na agricultura, contaminando ainda mais os alimentos.
Impactos da contaminação por microplásticos:
Saúde humana:
Microplásticos podem ser
ingeridos e acumulados em órgãos, com potenciais efeitos negativos à saúde.
Estudos preliminares sugerem relação com inflamações e danos celulares, mas
mais pesquisas são necessárias para entender os impactos a longo prazo.
Meio ambiente:
A contaminação do solo afeta
a qualidade do solo, a dinâmica de nutrientes e o crescimento das plantas.
Medidas para reduzir a
contaminação:
Redução do uso de plástico:
Diminuir a quantidade de
plástico descartado e promover o uso de materiais alternativos é fundamental.
Melhoria do tratamento de
efluentes:
Tratamentos mais eficientes
de esgoto podem reduzir a quantidade de microplásticos em lodos usados como
fertilizantes.
Pesquisa e conscientização:
Mais estudos sobre os impactos dos microplásticos e conscientização sobre o problema são necessários para promover mudanças de comportamento e políticas públicas.
Estudo da Universidade Murdoch revela que solos agrícolas contêm 23 vezes mais microplásticos que os oceanos, criando risco silencioso para a saúde humana
Uma revisão da Universidade
Murdoch destacou que os solos agrícolas agora contêm cerca de 23 vezes mais
microplásticos do que os oceanos. Entre as revelações da avaliação abrangente
está a de que os plásticos presentes no solo podem estar expostos a até 10.000
aditivos químicos, a maioria dos quais não regulamentados na agricultura.
“Esses microplásticos estão
transformando terras produtoras de alimentos em um sumidouro de plástico”,
disse o candidato a doutorado Joseph Boctor, que liderou o estudo agora
publicado na Environmental Sciences Europe.
Tanto microplásticos quanto
nanoplásticos já foram encontrados em plantações de alface, trigo e cenoura.
Isso acontece por diversos meios, desde cobertura plástica, fertilizantes e até
mesmo por meio de lançamentos de nuvens.
Isso é particularmente
preocupante quando combinado com descobertas desses plásticos nos pulmões,
cérebro, coração, sangue e até mesmo na placenta humanos.
“E ser livre de BPA não significa ser isento de riscos”, disse Boctor. “Produtos químicos substitutos, como BPF e BPS, apresentam atividade de desregulação endócrina comparável ou superior”.
O desafio é que as regulamentações são mais lentas que a ciência e a indústria é mais rápida que ambas.
Além disso, a avaliação da
toxicidade dos aditivos é frequentemente negligenciada, disse Boctor, devido à
falta de transparência na indústria do plástico e ao grande número de aditivos
produzidos.
“Isso torna a crise do
plástico descontrolada e a saúde humana exposta”, disse ele. “Esta revisão
tenta trazer esse perigo crescente para longe dos holofotes e lançar uma luz
sobre os reguladores”.
Além dos desreguladores
endócrinos, a revisão identificou outros aditivos no solo, como ftalatos
(ligados a problemas reprodutivos) e PBDEs (retardadores de chamas
neurotóxicos).
Esses aditivos têm sido associados
a doenças neurodegenerativas, aumento dos riscos de derrame e ataque cardíaco e
morte precoce.
“Essas não são possibilidades
distantes — elas estão se desenvolvendo dentro de sistemas biológicos —
silenciosa e sistematicamente”, disse Boctor.
Para enfrentar essa crise,
Boctor está trabalhando com seus colegas no Bioplastics Innovation Hub para
criar um tipo de plástico que não seja apenas seguro, mas também se decomponha
no solo, na terra e na água, sem deixar nenhum legado.
Uma inovação atualmente em
desenvolvimento é o Projeto Smart Sprays, que demonstrará e testará um spray
não tóxico à base de bioplástico para solo, que forma uma barreira de água para
coletar água da chuva e reduzir a evaporação, podendo ser facilmente aplicado
com equipamentos agrícolas existentes.
A esperança é que, por meio
do trabalho do Hub, eles introduzam um plástico verde no mercado que minimize
e, eventualmente, anule a necessidade de produção de plástico não sustentável
em todo o mundo.
“Esta revisão destaca a necessidade urgente de esforços científicos e regulatórios coordenados”, disse Boctor. “Reguladores, cientistas e indústria devem colaborar para fechar as brechas antes que a poluição plástica se fixe ainda mais na cadeia alimentar global”.
Visualização das várias vias de entrada de microplásticos (MPs), nanoplásticos (NPs) e aditivos para o corpo humano. Juntamente com os impactos negativos desses contaminantes e seus mecanismos impactados. (ecodebate)
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