segunda-feira, 7 de julho de 2025

Microplásticos contaminam até as áreas marinhas mais protegidas do Brasil

Microplásticos estão contaminando áreas marinhas protegidas no Brasil, incluindo aqueles considerados santuários da biodiversidade, tais como, Fernando de Noronha e Abrolhos. A pesquisa revela que, mesmo em áreas de proteção integral e com restrições à presença humana, os microplásticos chegam transportados pelo vento e correntes marítimas.
Detalhes:

Áreas Marinhas Protegidas (AMPs):

As AMPs, que deveriam ser refúgios para a vida marinha, não estão livres da contaminação por microplásticos.

Contaminação:

Estudo da Unifesp indica que até mesmo reservas sem visitação turística, como o Atol das Rocas, são afetadas por microplásticos.

Origem:

Os microplásticos são fragmentos de plásticos maiores ou fabricados diretamente nesse formato, e podem chegar a áreas protegidas por meio do vento e das correntes marítimas.

Impactos:

A presença de microplásticos na vida marinha pode ter efeitos tóxicos e mecânicos, como redução da ingestão de alimentos, sufocamento, mudanças comportamentais e até alteração genética.

Soluções:

Além de medidas de gestão ambiental e fiscalização rigorosa em AMPs, é fundamental adotar medidas globais, como o Tratado Global dos Plásticos, para lidar com a poluição plástica.

Estudo internacional revela presença de partículas plásticas em santuários da biodiversidade, incluindo Fernando de Noronha e Abrolhos. As áreas marinhas protegidas do Brasil, consideradas santuários da biodiversidade nacional, não escapam da crescente poluição por microplásticos.

Estudo internacional revela presença de partículas plásticas em santuários da biodiversidade, incluindo Fernando de Noronha e Abrolhos

As áreas marinhas protegidas do Brasil, consideradas santuários da biodiversidade nacional, não escapam da crescente poluição por microplásticos.

Uma pesquisa conduzida por cientistas brasileiros e australianos revelou que mesmo as unidades de conservação mais restritivas do país apresentam contaminação significativa por essas microscópicas partículas de plástico.

O estudo, publicado na revista científica Environmental Research, analisou a presença de microplásticos em áreas de proteção integral – as chamadas “no-takes” na literatura internacional –, que são as mais rigorosas em termos de restrição à atividade humana. Entre elas estão parques nacionais como Abrolhos e Fernando de Noronha.

Ostras e mexilhões como “sentinelas do mar”

Para detectar a contaminação, os pesquisadores utilizaram moluscos bivalves – ostras, mexilhões, amêijoas e similares – como organismos indicadores. Esses animais, que possuem conchas divididas em duas partes, foram escolhidos por funcionarem como verdadeiras “sentinelas do mar”.

“Eles se alimentam filtrando a água do mar através de suas brânquias, que funcionam como peneiras naturais”, explica a pesquisa. Durante esse processo, qualquer contaminante presente na água, incluindo microplásticos, fica retido no organismo dos bivalves.

Partículas predominantemente pequenas e escuras

Os microplásticos encontrados – partículas que variam de 1 mícron a 5 milímetros – apresentaram características consistentes ao longo de toda a costa brasileira: eram predominantemente pretos, brancos ou transparentes, e a maioria tinha menos de 1 milímetro de tamanho.

Áreas marinhas protegidas no Brasil estão contaminadas por microplásticos.

A análise química conseguiu identificar 59,4% das partículas coletadas. Os principais componentes foram:

• Polímeros alquídicos (28,1%): utilizados em tintas e vernizes, possivelmente originados de embarcações e barcos turísticos

• Celulose (21%): que pode ter origem natural (plâncton, algas) ou ser resultado de atividade humana (papel, papelão, restos de alimentos)

• PET (14%): comum em embalagens plásticas e fibras sintéticas, liberado durante lavagem de roupas e levado ao mar pelo escoamento urbano

• PTFE ou teflon (12,3%): presente em revestimentos antiaderentes e aplicações industriais

Os 40,6% restantes das partículas não puderam ser identificados pelos métodos utilizados.

Contaminação varia entre as áreas protegidas

O estudo revelou diferenças significativas nos níveis de contaminação entre as diferentes áreas marinhas protegidas. O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes registrou a maior concentração, com 0,90 partículas por grama de tecido dos moluscos. Já a Reserva Biológica do Atol das Rocas apresentou a menor contaminação, com 0,23 partículas por grama.

Riscos para ecossistemas e cadeia alimentar

Os resultados da pesquisa evidenciam que a poluição plástica alcançou até mesmo os refúgios mais preservados da vida marinha brasileira, representando riscos potenciais para os ecossistemas e para toda a cadeia alimentar.
Santuários marinhos do Brasil estão contaminados por microplásticos

A descoberta reforça a necessidade de medidas mais eficazes de controle da poluição plástica, mesmo em áreas consideradas altamente protegidas, demonstrando que a contaminação por microplásticos é um problema que transcende fronteiras e sistemas de proteção ambiental. (ecodebate)

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