Explicação Detalhada:
O que é a acidificação dos
oceanos?
A acidificação é um processo
que ocorre quando a água do mar absorve CO2 da atmosfera, reduzindo
o seu pH e tornando-a mais ácida.
O que causa a acidificação?
A principal causa é o aumento
das emissões de CO2 na atmosfera devido à atividade humana, como a
queima de combustíveis fósseis.
Como afeta os oceanos e a
vida marinha?
A água do mar mais ácida
torna-se corrosiva para as conchas e esqueletos de muitos organismos marinhos,
incluindo corais, ostras, mariscos e outros, comprometendo o seu crescimento e
desenvolvimento.
Quais são as consequências?
A acidificação dos oceanos
pode ter impactos significativos nos ecossistemas marinhos, alterando a cadeia
alimentar, reduzindo a biodiversidade e afetando a pesca e a economia.
A acidificação dos oceanos
está a ocorrer de forma rápida?
Sim, as alterações no pH da água do mar estão a ocorrer mais rapidamente do que o previsto, e a acidificação dos oceanos está a superar limites de alerta, com impacto na estabilidade planetária e na capacidade de resiliência, de acordo com cientistas.
O que se pode fazer para mitigar a acidificação dos oceanos?
A redução das emissões de CO2,
através de mudanças nos hábitos de consumo e na produção de energia, pode
ajudar a mitigar a acidificação dos oceanos.
Impactos e Consequências:
Redução da capacidade de
formação de conchas e esqueletos:
A água mais ácida torna mais
difícil para os organismos marinhos formarem e manterem as suas estruturas
calcárias.
Alterações na cadeia
alimentar:
A acidificação pode afetar o
desenvolvimento e o crescimento de organismos marinhos que são a base da cadeia
alimentar, como o fito plâncton.
Impacto nos recifes de coral:
Os recifes de coral, que são
ecossistemas de grande importância para a biodiversidade marinha, são
especialmente vulneráveis à acidificação dos oceanos, com risco de
branqueamento e morte.
Impacto na pesca e na
economia:
A acidificação pode afetar as
espécies de peixes e a qualidade das pescas, com implicações económicas para as
comunidades pesqueiras.
Em suma, a acidificação dos oceanos é um problema ambiental global que requer medidas urgentes para reduzir as emissões de CO2 e proteger os ecossistemas marinhos e a vida marinha.
Limite planetário de acidificação dos oceanos. (a) Porcentagem (%) redução entre o estado de saturação de aragonita pré-industrial para o oceano global de superfície e as sete regiões oceânicas, também em comparação com a avaliação planetária de Richardson et al. (2023) (círculo azul e linha azul). Os círculos vermelhos representam o conjunto multimodelo mediano com os erros propagados associados para o desvio padrão multimodelo e as incertezas pré-industriais.
Um estudo publicado
recentemente pela revista Global Change Biology descobriu que a acidificação
dos oceanos — o processo em que os oceanos absorvem o excesso de dióxido de
carbono da atmosfera, tornando-se mais ácidos — ultrapassou um “limite
planetário” ou em outras palavras, atingiu-se uma “zona de perigo”.
A acidificação reduz a
quantidade de carbonato de cálcio presente na água. Nina Bednaršek, uma das
autoras do estudo e pesquisadora Oregon State University, afirmou que esses
limites já foram atingidos por todos os oceanos – eles são atingidos quando a
quantidade de carbonato de cálcio na água, essencial para que organismos
marinhos desenvolvam conchas, cai para menos de 20% dos níveis registrados nos
tempos pré-industriais. O novo relatório estima que esse valor está ao redor de
17%.
“A maior parte da vida
marítima não está na superfície ou próxima dela— as águas mais profundas
abrigam muitos outros tipos de plantas e animais”, disse Helen Findlay,
oceanógrafa do laboratório de Plymouth e também autora do estudo. “Como essas
águas profundas estão mudando tanto, os impactos da acidificação dos oceanos
podem ser muito piores do que pensávamos”.
O aumento da acidez dos
oceanos já levou à perda de mais de 40% dos habitats dos recifes tropicais e
subtropicais.
Nas regiões polares,
borboletas-do-mar — um importante componente das cadeias alimentares marinhas —
perderam mais de 60% de seu habitat. Espécies costeiras de moluscos perderam
13% das áreas em que conseguem sobreviver.
O estudo foi divulgado enquanto os principais especialistas em políticas oceânicas e pesquisadores marinhos se reuniam na França para a recente Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, que tinha como objetivo discutir a crescente crise dos mares, desde a poluição por plásticos até a mineração em águas profundas.
“Vivemos uma época em que estudos como este não estão mais tendo impacto imediato nas políticas, o que é lamentável”, disse Bednaršek. “Mas acho extremamente importante documentar essas mudanças, e espero que isso tenha algum efeito sobre as políticas e os políticos”. (ecodebate)
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