domingo, 31 de agosto de 2025

Desvendando as mudanças climáticas

As mudanças climáticas, impulsionadas pelas atividades humanas, estão causando alterações significativas no clima da Terra, com impactos em diversas regiões e setores. O aumento da temperatura global, o derretimento das geleiras e o aumento do nível do mar são apenas alguns dos efeitos visíveis, com consequências que afetam desde a disponibilidade de água até a segurança alimentar.

Causas e Efeitos:

Emissões de gases de efeito estufa:

A queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e atividades industriais liberam gases como dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, aprisionando o calor e causando o aquecimento global.

Aquecimento global:

A temperatura média da Terra está aumentando, com a última década (2011-2020) sendo a mais quente já registrada.

Eventos climáticos extremos:

A mudança climática intensifica eventos como secas, inundações, ondas de calor e tempestades, causando perdas humanas, econômicas e ambientais.

Aumento do nível do mar:

O derretimento das geleiras e a expansão térmica da água do mar estão elevando o nível do oceano, ameaçando cidades costeiras e ecossistemas.

Impactos na saúde:

A mudança climática pode aumentar a incidência de doenças respiratórias, doenças transmitidas por vetores e problemas de saúde mental.

Ações para Mitigação e Adaptação:

Redução das emissões:

É crucial reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio da transição para energias renováveis, eficiência energética e práticas agrícolas sustentáveis.

Adaptação às mudanças:

É necessário desenvolver estratégias para se adaptar aos impactos inevitáveis da mudança climática, como o aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos.

Conscientização e educação:

A conscientização pública sobre as mudanças climáticas e suas consequências é fundamental para promover a ação individual e coletiva.

Engajamento político:

É importante que governos e empresas implementem políticas e ações para enfrentar a mudança climática, incluindo investimentos em tecnologias limpas e infraestrutura resiliente.

Conclusão:

As mudanças climáticas são um desafio global que exige ação imediata e coordenada. A conscientização, a educação e o engajamento de todos são cruciais para construir um futuro mais sustentável e resiliente.

O futuro em nossas mãos: Desvendando as mudanças climáticas

Bem-vindos a uma jornada de conhecimento que pode mudar a sua perspectiva sobre o mundo. O clima do nosso planeta está em constante transformação, e as mudanças climáticas são, sem dúvida, um dos maiores desafios da nossa era.

Este texto foi criado para ajudar você a entender o que está acontecendo, porque está acontecendo, quais são as consequências e, o mais importante, o que podemos fazer a respeito.

Prepare-se para desvendar a “nova realidade climática” e descobrir como a ciência, a sociedade e a ação individual são cruciais para moldar o nosso futuro.

1. O que está acontecendo com o clima?

O aquecimento global e as mudanças climáticas são termos que ouvimos com frequência, mas você sabe realmente o que eles significam? Basicamente, o nosso planeta está aquecendo a uma taxa sem precedentes, e isso está causando uma série de alterações em todo o sistema climático.

1.1 Gases de Efeito Estufa: Os Vilões Invisíveis A principal causa desse aquecimento é o aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Esses gases, como o dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso, atuam como um cobertor, retendo o calor do sol e aquecendo a Terra. Em 2024, as concentrações desses gases atingiram níveis recordes históricos.

• O CO2 médio global chegou a 422,8 partes por milhão (ppm), um aumento de 52% em relação aos níveis pré-industriais (~278 ppm).

• O crescimento anual do CO2 acelerou significativamente, passando de 0,6 ppm por ano na década de 1960 para uma média de 2,4 ppm por ano entre 2011 e 2020, e um crescimento de 3,4 ppm de 2023 para 2024. As atividades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, são as grandes responsáveis por essa liberação, com cerca de 53 bilhões de toneladas de CO2 equivalente liberadas por ano na última década.

1.2 Temperaturas em Ascensão: Um Recorde Atrás do Outro O resultado direto é um aumento implacável das temperaturas. Em 2024, a temperatura anual da superfície global estabeleceu um novo recorde, pelo segundo ano consecutivo, superando os registros desde meados de 1800.

• A temperatura global foi de 1,13 a 1,3°C acima da média de 1991-2020.

• Um forte evento de El Niño, que começou em 2023 e terminou em 2024, contribuiu para esse calor recorde.

• Os últimos 10 anos (2015-2024) foram os mais quentes já registrados. O relatório “Indicators of Global Climate Change” revela que o ritmo do aquecimento global praticamente dobrou desde a década de 1980. Em 2024, o aquecimento observado já atingiu 1,52°C acima dos níveis pré-industriais, sendo 1,36°C diretamente atribuído à atividade humana. É importante lembrar que atingir 1,5°C em um único ano não é o mesmo que um aquecimento de longo prazo, mas é um sinal alarmante. O aquecimento só cessará quando as emissões de CO2 chegarem a zero líquido.

1.3 Oceanos em Perigo: Mais Quentes, Mais Altos e Mais Ácidos Os oceanos são reguladores cruciais do clima, mas também estão sofrendo impactos severos.

• Os oceanos absorveram mais de 90% do excesso de energia retido pelos gases de efeito estufa.

• Em 2024, o conteúdo global de calor do oceano (até 2000m de profundidade) atingiu novos recordes.

• As temperaturas médias diárias da superfície do mar também registraram níveis recordes desde o início de 2024 até junho, com a média anual de 2024 superando o recorde anterior de 2023.

• Aproximadamente 91% da superfície do oceano experienciou pelo menos uma onda de calor marinha em 2023.

• O nível médio global do mar bateu recorde pelo 13º ano consecutivo, chegando a 105,8 mm acima da média de 1993. O aquecimento dos oceanos e o derretimento de geleiras são os principais contribuintes.

• Além do aquecimento, o oceano também está passando por acidificação, uma ameaça que, por ser mais lenta e com menor possibilidade de reversão, merece grande atenção, especialmente pela concentração populacional e de atividades na zona costeira.

1.4 O Gelo Desaparecendo: Um Sinal Preocupante As calotas polares e as geleiras são indicadores visíveis do aquecimento.

• Em 2024, o Ártico teve o segundo ano mais quente em 125 anos, com o outono registrando calor recorde.

• A extensão máxima de gelo marinho no Ártico em 2024 foi a segunda menor já registrada, e a extensão mínima a sexta menor.

• A Antártida também apresentou níveis baixos de gelo marinho, com extensões mínimas e máximas diárias sendo as segundas mais baixas da história, após 2023.

• Todas as 58 geleiras de referência globais perderam massa em 2024, marcando a maior perda média de gelo em 55 anos. Países como Venezuela e Colômbia já registraram a perda total de algumas de suas geleiras. O encolhimento das camadas de gelo é uma mudança em grande escala que o planeta está passando.

1.5 O Ciclo da Água: Mais Intenso e Imprevisível O aquecimento global também intensifica o ciclo da água, tornando-o mais volátil.

• A evaporação da água da terra no Hemisfério Norte atingiu um dos maiores valores anuais já registrados.

• A atmosfera global continha a maior quantidade de vapor d’água já registrada em 2024.

• Isso resultou em precipitação globalmente alta, tornando 2024 o terceiro ano mais chuvoso desde 1983. Chuvas extremas, como os 250 mm registrados em Dubai em 24 horas (quase 3 vezes a média anual), foram as mais intensas já documentadas. A água é o principal meio pelo qual sentimos os impactos climáticos.

2. Extremos múltiplos e seus efeitos cascata

As mudanças climáticas não se manifestam apenas como um aumento gradual da temperatura. Elas impulsionam eventos climáticos extremos, que estão se tornando mais frequentes, intensos e prolongados.

2.1 Ondas de Calor: Mais Longas e Aceleradas As ondas de calor são um dos perigos mais diretos e silenciosos do aquecimento global.

• Novas pesquisas indicam que as ondas de calor não só se tornarão mais quentes e longas, mas o alongamento delas acelerará a cada fração adicional de grau de aquecimento.

• As ondas de calor mais longas e raras em cada região, que podem durar semanas, são as que apresentam os maiores aumentos de frequência.

• Regiões tropicais e equatoriais, como o Sudeste Asiático e partes da América do Sul e África, provavelmente sofrerão os maiores impactos, com ondas de calor com duração superior a 35 dias ocorrendo 60 vezes mais frequentemente no futuro próximo na África equatorial. A duração de uma onda de calor agrava os riscos para pessoas, animais, agricultura e ecossistemas. Eventos como a cúpula de calor nos EUA, que causou doenças e danos, e o calor sufocante na Europa em 2024, que levou ao fechamento da Torre Eiffel, demonstram a urgência.

2.2 Eventos Compostos: Uma Ameaça Amplificada O aquecimento global também aumenta a probabilidade de eventos extremos compostos.

• São situações em que múltiplos perigos ocorrem simultaneamente ou em rápida sucessão, como ondas de calor, inundações e poluição do ar.

• Esses eventos cobrem áreas maiores, duram mais e causam danos mais severos do que eventos isolados, amplificando os riscos à saúde de maneiras frequentemente ignoradas.

• Exemplos incluem extremos de calor contínuos (diurnos e noturnos), eventos de temperatura e umidade combinadas, e eventos de alta temperatura e ozônio.

2.3 Tempestades e Ciclones Tropicais A atividade de ciclones tropicais em 2024 ficou abaixo da média geral, mas as tempestades ainda estabeleceram recordes e causaram grandes danos. Furacões como Helene e Milton nos EUA, e o Super Tufão Yagi na China e Vietnã, causaram destruição generalizada e centenas de mortes.

2.4 A Realidade Brasileira: Ameaças Regionais O Brasil, devido à sua extensão continental e localização tropical, é um dos países que mais devem sofrer com as mudanças climáticas. O Primeiro Relatório Bienal de Transparência do Brasil à Convenção do Clima identificou 14 ameaças climáticas para as cinco macrorregiões brasileiras, mesmo que as metas do Acordo de Paris sejam atingidas.

• Aumento de temperatura e ondas de calor são apontados com alta confiança em todas as macrorregiões.

• Aumento da chuva anual no Sul e de chuva extrema no Norte, Sudeste e Sul.

• Aumento de secas no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

• Aumento de vento severo nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.

• Impactos severos nos oceanos da costa brasileira, como aumento do nível do mar, temperatura do mar, ondas de calor marinha e acidificação. Essas projeções mostram que a adaptação é essencial, pois os sinais de mudança continuarão mesmo no cenário mais otimista do Acordo de Paris.

3. Pontos de não retorno: O perigo da irreversibilidade

Imagine um interruptor que, uma vez acionado, não pode ser desligado. No sistema climático, esses são os pontos de não retorno (tipping points).

• São limiares críticos que, uma vez ultrapassados, desencadeiam efeitos em cascata irreversíveis, mesmo que as emissões de carbono sejam reduzidas depois.

• Pequenas mudanças podem iniciar ciclos de reforço que transformam um sistema de um estado estável para um estado profundamente diferente.

• Essa mudança pode levar décadas ou séculos para se estabilizar, e seus impactos totais podem não ser aparentes por centenas ou milhares de anos.

3.1 Sinais de Alerta: O Relatório Global de Pontos de Inflexão O Global Tipping Points Report de 2023 é um chamado urgente.

• O estudo revela que 5 pontos de não retorno já podem ter sido ativados devido ao aquecimento global de 1,1°C acima dos níveis pré-industriais.

• Com um aumento de 1,5°C a 2°C, outros sistemas cruciais podem entrar em colapso.

• Os principais riscos identificados incluem:

- Derretimento acelerado das calotas polares (Groenlândia e Antártida Ocidental), elevando o nível do mar.

- Colapso de corais marinhos, essenciais para a biodiversidade oceânica, que já ultrapassaram seu ponto de inflexão e estão sofrendo perda sem precedentes.

- Morte em massa da Floresta Amazônica, transformando-a em savana e liberando quantidades gigantescas de CO2, um risco agravado pelo desmatamento.

- Interrupção de correntes oceânicas, como a AMOC (Circulação Meridional do Atlântico), que regula o clima global e pode mergulhar o noroeste da Europa em invernos rigorosos e comprometer a segurança alimentar global.

- Regiões do permafrost.

- O Mar de Labrador e a circulação de giros subpolares.

3.2 O Efeito Dominó: Uma Cascata de Desastres O cruzamento de um ponto de não retorno pode levar ao desencadeamento de outros, criando uma reação em cadeia de efeitos dominó.

- Por exemplo, o aquecimento do Ártico acelera o derretimento do gelo da Groenlândia, o que pode desacelerar a AMOC, impactando o sistema de monções na América do Sul. As mudanças nas monções podem contribuir para secas na Amazônia, diminuindo sua capacidade de armazenamento de carbono e intensificando o aquecimento.

- Essas “cascatas inflexivas” podem ser mais severas e generalizadas.

3.3 Previsão e Detecção Cientistas usam modelos climáticos avançados, como os 57 modelos da Fase 6 do Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados (CMIP6), para identificar essas mudanças abruptas. Eles aplicam métodos como a detecção de bordas Canny (originalmente usada para imagens de computador) aos dados climáticos para identificar pontos no tempo e no espaço onde ocorreram mudanças abruptas em variáveis como salinidade da superfície do mar e teor de umidade do solo.

- 84% dos modelos climáticos preveem mudanças abruptas em pelo menos um subsistema.

- Com aquecimento de 1,5°C acima da média pré-industrial, 6 em cada 10 subsistemas climáticos estudados apresentaram mudanças abruptas em larga escala em vários modelos.
4. Os impactos diretos na sociedade

As mudanças climáticas não são apenas fenômenos naturais; elas têm consequências profundas e alarmantes para a vida humana e a sociedade.

4.1 Ameaça à Saúde Humana O calor extremo é uma ameaça silenciosa, mas letal.

- Até 2050, cerca de 5 bilhões de pessoas estarão expostas a pelo menos um mês de calor prejudicial à saúde humana. Uma temperatura de 32°C é o limite considerado nocivo, podendo aumentar a mortalidade.

- Cidades brasileiras, como Manaus (258 dias/ano acima de 32°C), Belém, Porto Velho, Rio Branco e Boa Vista, estarão entre as mais quentes do mundo. A combinação de altas temperaturas com alta umidade, especialmente na Amazônia, dificulta a capacidade do corpo de se resfriar, tornando a situação mais perigosa.

- Um estudo de 2021 apontou cerca de meio milhão de mortes anuais devido ao calor excessivo, e o número de doenças crônicas desencadeadas por esse contexto está em crescimento.

- Eventos climáticos compostos (calor, inundações, poluição) amplificam os riscos à saúde, especialmente para populações vulneráveis como idosos ou pessoas com condições preexistentes.

4.2 Crise Alimentar: O Desafio da Produção de Alimentos A agricultura, base da nossa alimentação, está sob grave ameaça.

- Pesquisas indicam que a produtividade de safras globais de trigo, milho e cevada está entre 4% e 13% menor do que seria sem as tendências climáticas observadas.

- Um estudo da Nature projeta uma redução de 24% na produção global de calorias provenientes de culturas básicas até 2100 em um cenário de altas emissões, mesmo com a adaptação dos agricultores.

- Cada grau Celsius adicional de aquecimento global pode reduzir a capacidade mundial de produzir alimentos em 120 calorias por pessoa por dia, o equivalente a 4,4% do consumo diário atual.

- O milho é a cultura mais afetada negativamente, com previsão de queda de quase um quarto no rendimento até o final do século, especialmente na América do Norte e Central, África Ocidental, Ásia Central e Oriental.

- A escassez de água é uma ameaça crescente, com a previsão de que a seca aumentará em mais de 80% das terras agrícolas do mundo até 2050.

- Além disso, as mudanças climáticas intensificam as emissões de gases de efeito estufa da agricultura, degradam o solo, favorecem pragas e doenças, e causam perda de biodiversidade agrícola.

- Os ganhos de trigo no Norte Global não compensarão as perdas de milho no Sul Global, exacerbando as desigualdades alimentares.

4.3 Impacto Econômico: Um Custo Insuportável As consequências econômicas são igualmente devastadoras.

- Um relatório de especialistas em gestão de risco (IFoA) alerta que a crise climática pode reduzir o PIB global em cerca de 50% até 2090, ignorando efeitos severos como pontos de inflexão e migração.

- Outro estudo estima que os danos macroeconômicos de apenas 1°C de aquecimento global já reduzem o PIB mundial em 12%.

- Um cenário de aquecimento “business-as-usual” implica uma perda de bem-estar atual de 25%.

- Os investimentos em adaptação climática, apesar de urgentes, são altamente rentáveis, podendo gerar US$ 10 em benefícios para cada dólar investido ao longo de dez anos, com um retorno potencial de mais de US$ 1,4 trilhão.

4.4 Desigualdade Social e Injustiça Geracional A crise climática aprofunda as injustiças sociais preexistentes, penalizando desproporcionalmente aqueles que menos contribuíram para o problema: as populações mais vulneráveis.

- Países mais pobres concentrarão 80% da população afetada pelo calor extremo até 2050, enquanto apenas 2% viverão nas localidades mais ricas. A falta de acesso a sistemas de saúde ou ar-condicionado agrava a situação.

- Trabalhadores ao ar livre, frequentemente em países de maior risco (como a Índia com 56% de sua força de trabalho ao ar livre), são os mais afetados.

- Em cenários de aquecimento extremo, a mortalidade humana pode chegar a 2 bilhões ou 4 bilhões de óbitos, com grave redução da expectativa de vida.

- As crianças nascidas hoje viverão mais eventos climáticos extremos do que qualquer geração anterior. Mesmo no cenário otimista de 1,5°C, 52% das crianças nascidas em 2020 enfrentarão um número inédito de ondas de calor ao longo da vida, comparado a 16% das nascidas em 1960.

- Em Madagascar, jovens em regiões vulneráveis já enfrentam ansiedade, depressão e desesperança devido a secas, tempestades de areia e escassez de água e alimentos. Isso demonstra que as mudanças climáticas geram uma crise silenciosa de saúde mental.

- No Brasil, tragédias como as de Petrópolis e Rio Grande do Sul expõem a “crueldade social” da falta de políticas públicas e a incompetência governamental em prevenir desastres, deixando milhões de brasileiros pobres e invisíveis vulneráveis. A ausência de dispositivos legais que penalizem a administração pública por omissão agrava o problema.
5. O caminho para a solução: Mitigação e adaptação

Diante desse cenário desafiador, a ação imediata é essencial. Não podemos mais tratar as mudanças climáticas como uma ameaça distante.

5.1 Redução Urgente de Emissões (Mitigação) A principal estratégia é a redução drástica de gases de efeito estufa.

- As emissões globais devem ser reduzidas pela metade até 2030 em comparação com os níveis de 2010.

- Isso exige uma aceleração sem precedentes na descarbonização para atingir emissões líquidas zero e, eventualmente, retornar a níveis abaixo de 1,5°C.

- As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e metas vinculativas atuais limitarão o aquecimento global a apenas cerca de 2,1°C, o que é insuficiente. Por isso, é preciso estabelecer metas mais ambiciosas.

- Políticas devem banir a venda futura de carros a gasolina/diesel, caminhões a diesel e caldeiras a gás, e aumentar o investimento em tecnologias limpas como hidrogênio e amônia verde, e aço verde.

- No setor de alimentos e agricultura, políticas comerciais devem catalisar a produção sustentável e transferir o dinheiro público do setor pecuário para proteínas de origem vegetal, o que também ajuda a proteger ecossistemas como a Amazônia.

5.2 Proteção e Restauração de Ecossistemas Naturais A natureza é uma aliada poderosa na luta contra as mudanças climáticas.

- É crucial proteger e restaurar ecossistemas naturais como florestas e oceanos.

- Isso inclui a valorização justa e transparente da natureza, apoio a iniciativas de conservação lideradas pela comunidade e proteção dos direitos indígenas. Essas ações ajudam a atingir metas de restaurar 30% dos ecossistemas degradados e conservar 30% das terras, águas e mares.

5.3 Investimento em Adaptação e Resiliência Mesmo com a redução de emissões, alguns impactos já são inevitáveis. A adaptação é crucial.

- Ampliar o financiamento para a adaptação e resiliência climática é uma das melhores decisões de desenvolvimento da atualidade, com retorno de US$ 10 para cada dólar investido.

- Benefícios incluem a proteção de vidas (especialmente na saúde, com retornos superiores a 78%), ganhos econômicos (empregos, aumento da produtividade agrícola), e benefícios sociais e ambientais mais amplos (sistemas de saúde aprimorados, biodiversidade).

- Projetos de adaptação geram valor diariamente, mesmo sem a ocorrência de desastres climáticos. Por exemplo, sistemas de irrigação apoiam colheitas diversificadas o ano todo.

- As soluções baseadas na natureza, como proteção de bacias hidrográficas e zonas costeiras, fornecem benefícios ecológicos e de lazer adicionais.

- Quase metade dos investimentos em adaptação também contribuem para a redução de gases de efeito estufa, revelando sinergias importantes entre adaptação e mitigação.

- Para o Brasil, é imperativo fortalecer o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil com recursos e estrutura capilarizada para atuar na prevenção e reação a desastres. Isso inclui investir em infraestrutura resiliente e desenvolver planos de emergência.

- Na agricultura, soluções incluem práticas de conservação de água (cobertura morta, plantio direto), melhoria da infraestrutura de irrigação e investimento em pesquisa e desenvolvimento para evitar declínios na produtividade.

5.4 A Importância da Ciência e Colaboração A ciência do clima é a nossa bússola.

- A observação da Terra por satélites é crucial para monitorar e compreender os pontos de não retorno, acompanhando mudanças em camadas de gelo, taxas de desmatamento, temperaturas oceânicas e salinidade.

- Apesar dos avanços, a pesquisa climática precisa de investimento contínuo, pois a despriorização e o corte de financiamento limitam nossa capacidade de fazer projeções regionais específicas e de planejar a adaptação.

- É fundamental promover a colaboração interdisciplinar, multirregional e intersetorial para enfrentar esses desafios.

- Líderes mundiais devem usar relatórios científicos, como o 35º Relatório Anual sobre o Estado do Clima e o Relatório Bienal de Transparência do Brasil, para guiar decisões políticas e garantir a segurança alimentar global.

O nosso papel no amanhã

A crise climática é uma crise de direitos humanos. Ela exige que países desenvolvidos e grandes corporações assumam sua dívida histórica, financiando adaptação e reparação nos territórios mais afetados.

É essencial que as políticas climáticas incluam mecanismos de proteção social, auxílio a deslocados ambientais, investimento em agricultura resiliente e garantia de moradia segura para comunidades em risco. Além disso, a justiça climática é uma necessidade imediata.

Como estudantes do nível médio, vocês têm um papel fundamental. O conhecimento é poder, e ao entender a dimensão da crise climática, vocês podem se tornar agentes de mudança. Discutam o tema, informem-se e cobrem ações de seus líderes.

Lembrem-se das palavras de Tim Lenton, principal autor de uma análise crucial: “Não podemos mais tratar as mudanças climáticas como uma ameaça distante. Os sinais estão aqui, e a janela para agir está se fechando rapidamente”.

O futuro do nosso planeta está, de fato, em nossas mãos. Agir com urgência e ambição não é apenas uma escolha, mas um imperativo para a sobrevivência da humanidade. (ecodebate)

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Impostos de carbono falham em reduzir emissões

Impostos de carbono falham em reduzir emissões: Estudo revela que 76% servem apenas para arrecadação.

Estudo internacional revela que 19 de 25 países implementaram impostos de carbono insuficientes para reduzir emissões, priorizando arrecadação sobre ação climática.
Pesquisa internacional analisa 19 países e mostra que maioria dos impostos ambientais permanece abaixo do mínimo necessário para impacto climático real.

Estudo publicado na revista One Earth questiona eficácia de políticas tributárias ambientais implementadas entre 1990 e 2023 em 25 países.

Os impostos sobre o carbono são amplamente considerados uma das opções políticas mais eficazes para a redução de emissões. No entanto, a principal justificativa por trás de impostos inicialmente baixos sobre o carbono muitas vezes não é reduzir as emissões, mas gerar receitas fiscais ou atender às expectativas internacionais, de acordo com um estudo publicado na revista One Earth, da Cell Press, em 13/08/25. Conforme observado pelos autores, as observações levantam dúvidas sobre se os impostos sobre o carbono devem ser sempre considerados políticas climáticas.

“A redução de emissões muitas vezes não é a principal justificativa para os impostos sobre o carbono no mundo real”, afirma o autor principal do estudo, Johan Lilliestam, da Universidade Friedrich Alexander de Erlangen-Nürnberg, Alemanha. “Um país com um imposto sobre o carbono não é, por si só, uma indicação de progresso na política climática, e o número crescente de esquemas de precificação de carbono não é, por si só, evidência de que a precificação de carbono seja um instrumento bem-sucedido de política climática”.

Em muitos países, os impostos sobre o carbono são definidos e mantidos em níveis muito baixos para reduzir significativamente as emissões, o que, segundo os autores, indica que a mitigação das mudanças climáticas pode não ser sua principal justificativa. Em 2023, havia 25 impostos nacionais sobre o carbono, dos quais 19 foram inicialmente implementados em um nível abaixo dos parâmetros mínimos para os impactos esperados na redução de emissões.

“Compreender os fatores explicativos desses impostos de baixo carbono é um tópico fundamental na pesquisa sobre políticas climáticas”, afirma Lilliestam. “No entanto, até o momento, nenhum estudo multicaso investigou as justificativas dos impostos de baixo carbono além de avaliações binárias sobre a existência ou não de tal imposto”.

Para ajudar a preencher essa lacuna de conhecimento, a equipe de Lilliestam analisou a concepção das políticas, a evolução tributária e a justificativa expressa para todos os 19 impostos nacionais sobre o carbono de países ao redor do mundo que foram inicialmente implementados abaixo do parâmetro de eficácia climática relevante entre 1990 e 2023. Eles constataram que, nos primeiros anos após a implementação, a maioria dos impostos nacionais sobre o carbono, inicialmente baixos, seguia principalmente justificativas não climáticas. Por exemplo, algumas políticas foram implementadas para gerar receita para financiar uma reforma tributária geral ou para gastos não relacionados ao clima.
Taxação de carbono pode reduzir emissões, mas famílias com menor renda seriam as mais afetadas

Nos primeiros 5 anos após a adoção das políticas, apenas Suíça, França e Canadá apresentaram fortes evidências de sequenciamento dentro das políticas, começando com um imposto baixo, mas politicamente viável, e aumentando-o posteriormente, à medida que as coalizões de apoio se fortaleciam e as reformas se tornavam mais viáveis. Embora vários países tenham aumentado posteriormente os impostos sobre o carbono — às vezes de forma expressiva —, demonstrando que o sequenciamento dentro das políticas de fato ocorre, tais processos têm sido lentos no passado, levando até três décadas.

Os resultados também revelaram que 12 dos 19 países com um imposto de carbono inicialmente baixo ainda tinham impostos de carbono abaixo dos níveis de referência em 2023, e muitos mantiveram isenções substanciais de elegibilidade fiscal. “Isso indica que muitos impostos de carbono — da forma como foram implementados — não foram projetados principalmente ou de forma alguma para reduzir as emissões”, afirma Lilliestam. “Dos 25 sistemas nacionais de impostos de carbono existentes, quase metade dos impostos permaneceu abaixo do limite para afetar significativamente as emissões, mesmo após o aumento de vários impostos de carbono inicialmente baixos”.

Uma limitação do estudo foi o fato de o estudo ter se concentrado nos 19 impostos nacionais de carbono inicialmente baixos, o que significa que os resultados não se relacionam explicitamente ao comércio de emissões, aos impostos subnacionais de carbono ou aos quatro países que implementaram impostos de carbono elevados acima do parâmetro de referência, incluindo Suécia e Alemanha. Estudos adicionais são necessários para investigar as justificativas por trás dos sistemas de comércio de emissões, incluindo a justificativa para a escolha contra um imposto de carbono, mas também para continuar o trabalho de comparação entre as justificativas de impostos de carbono baixos e altos.
“O número crescente de países implementando sistemas de precificação de carbono é, em princípio, uma boa notícia, indicando que a proteção climática está presente nas agendas políticas em todo o mundo”, afirma Lilliestam. “No entanto, a mera existência desses instrumentos revela pouco sobre seu potencial para facilitar uma transição rápida para emissões líquidas zero, visto que podem ser concebidos para outros fins. Se a justificativa principal de um imposto sobre o carbono não estiver diretamente relacionada à ação climática, esses impostos podem permanecer baixos por muitos anos, e os países podem se esconder atrás do lema ‘temos um imposto sobre o carbono’ e adiar ainda mais políticas climáticas transformadoras mais ambiciosas e urgentemente necessárias”. (ecodebate)

Ondas de calor batem recordes de temperatura

Europa registra 2.300 mortes em 10 dias: Ondas de calor batem recordes de temperatura.
Continente mais afetado pelo aquecimento global enfrenta crise sem precedentes com temperaturas 48,8°C.

Ondas de calor transformam Europa no epicentro de emergência climática global. Organização Meteorológica Mundial confirma: junho de 2025 foi o terceiro mais quente da história, com mortalidade 65% maior devido ao calor extremo.

Ondas de calor na Europa: O continente mais atingido pelas mudanças climáticas

As temperaturas escaldantes que têm assolado o sul da Europa nos últimos anos ilustram de forma dramática a intensificação das ondas de calor no continente, que os cientistas consideram um resultado direto das mudanças climáticas. O monitor climático da União Europeia, Copernicus, classifica a Europa como o “continente com aquecimento mais rápido da Terra”, uma realidade alarmante que tem custado dezenas de milhares de vidas anualmente.

O marco trágico de 2003

A intensa onda de calor que atingiu a Europa Ocidental durante a primeira quinzena de agosto de 2003 foi um choque enorme para a região e marcou o início de uma nova era de extremos climáticos. As temperaturas excepcionais registradas na França, Itália, Espanha e Portugal causaram mais de 70.000 mortes em 16 países, segundo estimativas científicas.

O episódio de 2003 não foi apenas um evento isolado. Tornou-se um catalisador para mudanças nas políticas públicas, com vários países implementando sistemas de alerta para ondas de calor, como o “plano para ondas de calor” introduzido na França. No entanto, os dados mostram que a situação apenas piorou nas décadas seguintes.

Todo o continente em risco

Embora a onda de calor de 2003 tenha afetado essencialmente o oeste e o sul da Europa, todo o continente europeu tem sido impactado por ondas de calor desde o início deste século. Os padrões mostram uma expansão geográfica preocupante:

• 2010: A Europa Oriental foi a mais afetada, especialmente a Rússia, com um episódio excepcionalmente longo de 45 dias que registrou temperatura recorde de 37,2°C em Moscou durante julho. Este evento resultou em 56.000 “mortes em excesso”, de acordo com a agência de estatísticas russa Rosstat.

• 2019: Em junho e julho, foi principalmente a metade norte da Europa que sofreu com o calor, com temperaturas recordes registradas na Holanda, Bélgica, Alemanha e Grã-Bretanha.

• 2021: O sul da Europa voltou a sofrer com o que o governo grego descreveu como a pior onda de calor desde 1987, estabelecendo recordes históricos de temperatura.

• 2022-2023: Um calor anormal atingiu inicialmente o norte da Europa em junho. No verão, o sul ficou abafado, com temperaturas chegando entre 38°C e 46°C, segundo dados do Copernicus.

Impacto mortal crescente

Os dados mais recentes revelam o custo humano devastador das ondas de calor europeias. As estimativas da equipe de pesquisa sugerem que o continente enfrentará uma média de mais de 68.000 mortes prematuras a cada verão até 2030 e mais de 94.000 até 2040, segundo estudo publicado no EcoDebate.

Os números são ainda mais preocupantes quando analisamos os dados recentes:

• 2022: sequências de ondas de calor contribuíram para cerca de 60.000 mortes na Europa

• 2023: O calor causou mais de 47 mil mortes na Europa

O perfil das vítimas também revela desigualdades preocupantes. A mortalidade por calor foi 55% maior em mulheres do que em homens, e 768% maior em pessoas com mais de 80 anos de idade do que em pessoas entre 65 e 79 anos.

Calor fora de época

As ondas de calor europeias não apenas se tornaram mais intensas, mas também estão se estendendo no calendário. Geograficamente mais extensas, elas agora começam mais cedo e terminam mais tarde:

• Início precoce: Em 2019 e novamente em 2022, a primeira onda de calor chegou em meados de junho, com recordes de temperatura quebrados na Alemanha e Áustria já em junho.

• Extensão tardia: Em 2023, a onda de calor europeia se estendeu até setembro, agravando as condições de seca no sul da Europa e complicando eventos como a organização da Copa do Mundo de Rúgbi na França.

Frequência crescente é a nova realidade climática

Estudos e organizações científicas são unânimes: o uso de um conjunto de dados observacionais de 100 anos e as técnicas mais recentes para modelar extremos climáticos revelou a evolução da dinâmica das ondas de calor em toda a Europa sob a influência das mudanças climáticas.

Um estudo acadêmico publicado em 2025 no periódico Weather and Climate Extremes, analisando ondas de calor de 1921 a 2021, concluiu que houve uma “tendência ascendente significativa na ocorrência de ondas de calor na maioria das regiões europeias, com um aumento notável nas últimas três décadas”.

Os dados franceses são particularmente reveladores: das 50 ondas de calor registradas em todo o país desde 1947, 33 ocorreram desde o ano 2000, demonstrando uma aceleração dramática do fenômeno.

Recordes absolutos de temperatura

As ondas de calor europeias deste século foram acompanhadas por temperaturas locais recordes, incluindo o pico absoluto da Europa alcançado em 11 de agosto de 2021, em Siracusa, Itália, com 48,8°C – um recorde certificado pela Organização Meteorológica Mundial.

Outros recordes absolutos registrados nos últimos anos incluem:

• França: 46°C (junho de 2019)

• Portugal: 47,3°C (agosto de 2003)

• Espanha: 47,4°C (agosto de 2021)

• Alemanha: 41,2°C (julho de 2019)

• Grã-Bretanha: 40,3°C (julho de 2022)

O contexto global das mudanças climáticas

As temperaturas na Europa aumentaram mais que o dobro da média global nos últimos 30 anos – as mais altas de qualquer continente do mundo, segundo dados publicados no EcoDebate. Esta realidade coloca a Europa no epicentro das mudanças climáticas globais.

Devido ao aquecimento global, as ondas de calor recordes aumentaram cinco vezes nas últimas décadas e se tornaram um dos desastres naturais mais mortais, com letalidade comparável à de pandemias, alertam especialistas.

Impactos econômicos devastadores

Além do custo humano, as ondas de calor têm impactos econômicos significativos. Globalmente, as ondas de calor provocadas pelo colapso climático causado pelo homem custaram à economia global cerca de US$ 16 trilhões desde a década de 1990, segundo estudo publicado na Science Advances.

Na Europa especificamente, as regiões mais ricas do mundo, como áreas da Europa e América do Norte, sofreram uma perda média de 1,5% do PIB per capita por ano devido ao calor extremo.

Perspectivas futuras

Tais ondas de calor são consistentes com cenários climáticos que preveem eventos de calor mais frequentes, prolongados e intensos, advertem os cientistas. No futuro próximo, tais condições meteorológicas extremas tornar-se-ão mais frequentes e a mortalidade excessiva relacionada com o calor aumentará.

Embora eventos extremos como esse possam ocorrer naturalmente, especialistas afirmam que as ondas de calor ocorrerão mais frequentemente por causa da crise climática, enfatizando a urgência de ações de mitigação e adaptação.

A necessidade urgente de adaptação

A realidade das ondas de calor na Europa evidencia a necessidade urgente de sistemas de alerta mais eficazes, infraestrutura adaptada e políticas públicas robustas para proteger as populações mais vulneráveis.

Os eventos de temperatura extrema provavelmente aumentarão e causarão graves danos à sociedade humana e ao ecossistema natural sob mudanças climáticas e urbanização.

A Europa, como o continente que mais rapidamente se aquece no planeta, serve como um laboratório natural para as adaptações necessárias em um mundo cada vez mais quente.

A resposta a esta crise não apenas determinará o futuro do continente, mas também servirá como modelo para outras regiões que enfrentarão desafios similares nas próximas décadas.

Onda de calor na Europa, em 9/8/2025. (ecodebate)

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

GDSUN destina 50 toneladas de módulos à reciclagem

Companhia estruturou um processo integrado de coleta, reciclagem e reaproveitamento de módulos fotovoltaicos, após um projeto-piloto desenvolvidos em 2024, que encaminhou 7,3 toneladas de resíduos para reciclagem, servindo de base para a operação atual.
A usina fotovoltaica Ituverava II é a 22ª instalação GD da GDSun no estado de São Paulo

Após estruturar um processo integrado de coleta, reciclagem e reaproveitamento de módulos fotovoltaicos, a GDSUN concluiu a operação de retirada e destinação ambientalmente adequada de aproximadamente 50 toneladas de módulos avariados, adotando um modelo de aterro zero e reinserindo materiais como vidro, alumínio e cobre em novas cadeias produtivas.

A iniciativa marca a consolidação de práticas desenvolvidas desde 2024, quando um projeto-piloto encaminhou 7,3 toneladas de resíduos para reciclagem, servindo de base para a operação atual. Todo o processo envolveu etapas logísticas complexas, com planejamento de rotas, transporte seguro e triagem técnica dos equipamentos, além da parceria com empresas especializadas em reciclagem e economia circular.

Grande parte dos frutos mais fáceis já foram colhidos quando se trata de reciclagem de módulos fotovoltaicos. Alumínio e cobre são facilmente reciclados.

“Assumimos a responsabilidade por todo o ciclo de vida dos nossos ativos, do início ao fim. Não se trata apenas de gerar energia limpa, mas de garantir a adoção de práticas responsáveis quando a vida útil de nossos equipamentos se encerra”, afirma Simone Suarez, CEO da GDSUN.

Os módulos retirados eram constituídos de vidro temperado, células fotovoltaicas, alumínio, cabos e polímeros. Após descaracterização industrial e separação técnica, o vidro é transformado em insumos para indústrias de cerâmica, tintas e isolantes térmicos; o alumínio foi direcionado à indústria metalúrgica; e o cobre, reciclado para a produção de fios e motores.

Os rejeitos foram coprocessados, evitando envio para aterros e reduzindo impactos ambientais.

A operação contou com rastreabilidade completa e emissão do Certificado de Destinação Final (CDF), documento que detalha volumes e destinos de cada material. A ação reforça o alinhamento da GDSUN aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU).

Reciclagem de placas solares residuais Luzia evita a emissão de 26 toneladas de CO2. (pv-magazine-brasil)

Mudanças climáticas reduzem populações de aves tropicais

Mudanças climáticas reduzem populações de aves tropicais em 33% desde 1980.
Aves tropicais são vítimas do calor extremo

Pesquisa internacional identifica o calor extremo como principal causa do declínio, superando até mesmo o desmatamento em regiões de baixa latitude

Aves tropicais enfrentam hoje 10 vezes mais dias de calor extremo que há 40 anos, com algumas espécies perdendo mais de 50% de sua abundância populacional, segundo estudo publicado na Nature Ecology and Evolution

As populações de aves tropicais diminuíram em desde 1980, em comparação com um mundo sem alterações climáticas

As populações de pássaros nos trópicos caíram em cerca de (25%-38%) desde 1980 devido à intensificação dos extremos de calor, em comparação a um mundo sem mudanças climáticas, com algumas espécies tendo sua abundância diminuída em mais de 50%, de acordo com um novo estudo publicado na Nature Ecology and Evolution com contribuições do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK), da Universidade de Queensland e do Centro de Supercomputação de Barcelona (BSC).

De acordo com o estudo, as aves tropicais estão expostas a 10 vezes mais calor extremo hoje do que há 40 anos: de uma média de 3 dias por ano de calor extremo para 30 dias.

Aquecimento global fez populações de aves tropicais diminuírem

O estudo combina dados observados com modelos para identificar os efeitos das mudanças climáticas nas populações de aves ao redor do mundo – com foco no calor e na precipitação. As maiores quedas nos números ocorreram nos trópicos, mas quase todas as regiões relataram perda de abundância populacional, com o calor extremo tendo o maior impacto no declínio populacional.

Mudanças climáticas são uma ameaça crescente à biodiversidade

Até o momento, tem sido desafiador distinguir o impacto das mudanças climáticas na biodiversidade das perdas devido a pressões humanas mais diretas, como o desmatamento. Os métodos da equipe de pesquisa foram capazes de fazer isso e indicaram que, em regiões tropicais de latitudes mais baixas, a intensificação dos extremos de calor já está tendo um impacto maior na perda populacional de aves do que o desmatamento e a destruição do habitat.

Isso potencialmente ajuda a explicar descobertas recentes de florestas tropicais intocadas na Amazônia e no Panamá, onde grandes declínios em aves foram observados sem uma causa clara.

Exposição das populações de aves terrestres à pressão humana e à intensificação dos extremos de alta temperatura.
(ecodebate)

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Mudanças simples na direção podem reduzir em 30% as emissões de veículos

Segundo o MIT, essas técnicas podem diminuir as emissões de CO2 em até 20% em percursos urbanos e 30% em tráfego intenso. Mas o desafio vai além da técnica: é preciso reeducar motoristas acostumados a dirigir de forma agressiva ou desperdiçando energia.

Eco-driving: Mudanças simples na direção podem reduzir em 30% as emissões de veículos.
Estudo do MIT revela que técnicas de direção eficiente, somadas a um esforço global de reeducação no trânsito, podem ter impacto imediato no combate às mudanças climáticas

Pesquisa comprova: motoristas que adotam aceleração suave, frenagem antecipada e outras práticas de eco-driving não só economizam combustível como reduzem drasticamente a poluição – mas implementação em larga escala exige transformação cultural.

Um estudo recente do MIT (Massachusetts Institute of Technology) revela que medidas simples de eco-driving – técnicas de direção mais eficientes – podem reduzir as emissões de veículos, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

No entanto, a pesquisa também destaca que o sucesso dessa estratégia depende de algo mais complexo do que apenas mudanças individuais: exige um grande esforço global de reeducação dos motoristas e da sociedade como um todo.

Enquanto governos e indústrias investem em veículos elétricos e combustíveis sustentáveis, o eco-driving surge como uma solução imediata e acessível. Mas sua adoção em larga escala só será possível com uma transformação cultural na forma como entendemos e praticamos a direção.

O que é eco-driving e por que depende de reeducação?

O eco-driving é um conjunto de práticas que priorizam a eficiência energética, como:

• Aceleração suave – Evitar arrancadas bruscas, que aumentam o consumo de combustível.

• Manutenção de velocidade constante – Reduzir oscilações desnecessárias no tráfego.

• Antecipação do fluxo – Diminuir frenagens repentinas, aproveitando a inércia do veículo.

• Redução de peso e arrasto aerodinâmico – Eliminar cargas desnecessárias e evitar acessórios que aumentem a resistência do ar.

Segundo o MIT, essas técnicas podem diminuir as emissões de CO2 em até 20% em percursos urbanos e 30% em tráfego intenso. Mas o desafio vai além da técnica: é preciso reeducar motoristas acostumados a dirigir de forma agressiva ou desperdiçando energia.

Reduzir gastos com combustível é uma das maiores vantagens do eco-driving.

O desafio da mudança comportamental

Aplicar o eco-driving em escala global não é apenas uma questão de divulgar dicas, mas de repensar a cultura do trânsito. Muitos motoristas aprendem a dirigir com foco apenas em velocidade e conveniência, sem considerar o impacto ambiental de cada aceleração ou frenagem.

Algumas barreiras incluem:

• Falta de conscientização: Muitos não sabem que pequenas mudanças no volante fazem diferença.

• Hábitos enraizados: Dirigir de forma mais agressiva é muitas vezes visto como “normal”.

• Infraestrutura inadequada: Semáforos mal sincronizados e vias congestionadas dificultam a direção eficiente.

Manter a manutenção em dia é fundamental para o eco-driving.

Como promover essa transformação?

O estudo do MIT sugere que a mudança exige ações integradas:

1. Campanhas educativas – Governos e empresas podem promover treinamentos e materiais didáticos sobre eco-driving.

2. Tecnologia a favor da eficiência – Sistemas de navegação (como GPS) poderiam sugerir rotas e velocidades ideais para reduzir emissões.

3. Incentivos financeiros – Descontos em seguros ou impostos para motoristas que adotem práticas sustentáveis.

4. Mudanças no ensino da direção – Incorporar o eco-driving nas aulas de autoescola e testes de habilitação.

Alguns países, como Alemanha e Suécia, já incluíram o tema em seus programas oficiais de trânsito, com resultados positivos.

Mobilidade Sustentável: cenário nacional e as oportunidades dessa iniciativa

Trânsito sustentável exige esforço coletivo

O eco-driving não é apenas uma técnica, mas parte de uma mudança cultural na relação entre sociedade, mobilidade e meio ambiente.

Seu potencial só será plenamente alcançado com políticas públicas, engajamento de empresas e, principalmente, a disposição dos motoristas em repensar seus hábitos.

Enquanto tecnologias como carros elétricos e hidrogênio verde ainda estão em expansão, o eco-driving oferece uma redução imediata nas emissões – mas seu sucesso depende de todos nós. (ecodebate)

Diferentes ritmos de envelhecimento populacional mundial

Envelhecimento da população tem efeitos mais graves na América Latina

O envelhecimento populacional ocorre em ritmos diferentes ao redor do mundo, com países desenvolvidos tendendo a envelhecer mais rapidamente do que países em desenvolvimento. A transição demográfica, marcada pela queda da mortalidade e natalidade, é o principal motor desse processo, mas a velocidade com que ele acontece varia significativamente entre as nações.

Diferenças nos ritmos de envelhecimento:

Países desenvolvidos:

Tendem a envelhecer mais rapidamente, com taxas de natalidade mais baixas e esperança de vida mais alta. O Japão, por exemplo, já possui uma população significativamente envelhecida, com uma idade mediana de 50 anos.

Países em desenvolvimento:

Embora também estejam envelhecendo, o processo tende a ser mais lento devido a fatores como taxas de natalidade mais altas e menor esperança de vida em comparação com países desenvolvidos. No entanto, alguns países em desenvolvimento, como China e Índia, estão experimentando um rápido envelhecimento populacional, com uma transição demográfica mais acelerada.

Exemplos:

A França levou cerca de 150 anos para que a população acima de 60 anos passasse de 10% para 20%.

Brasil, China e Índia devem passar pela mesma mudança em apenas 20 anos.

Fatores que influenciam o ritmo do envelhecimento:

Transição demográfica:

A transição demográfica, com queda da mortalidade e da natalidade, é o principal fator que leva ao envelhecimento da população.

Taxas de natalidade:

Países com taxas de natalidade mais baixas tendem a envelhecer mais rapidamente.

Esperança de vida:

Aumento da esperança de vida, devido a melhorias na saúde e condições de vida, também contribui para o envelhecimento populacional.

Políticas públicas:

As políticas públicas de cada país, como investimentos em saúde, educação e bem-estar social, podem influenciar o ritmo do envelhecimento.

Desafios e oportunidades:

O envelhecimento populacional traz desafios como o aumento da demanda por serviços de saúde e assistência social, o impacto na força de trabalho e a necessidade de adaptação das estruturas sociais e econômicas.

Por outro lado, o envelhecimento populacional também pode trazer oportunidades, como o desenvolvimento de novas tecnologias e serviços voltados para idosos, o aumento do conhecimento e experiência da população mais velha e o potencial de aumento do mercado para produtos e serviços para idosos.

É importante que os países se preparem para lidar com as mudanças demográficas, implementando políticas públicas que promovam o envelhecimento saudável e ativo, garantam a segurança social e econômica dos idosos e aproveitem os potenciais benefícios do envelhecimento da população, segundo o Politize!

Pirâmide demográfica achata e vira obelisco: envelhecimento global traz desafios

Os diferentes ritmos do envelhecimento populacional no mundo

O envelhecimento populacional é a tendência inexorável do século XXI. O mundo todo terá uma mudança da estrutura etária. Mas o ritmo e a intensidade serão diferentes, pois, dependem da evolução da queda das taxas de mortalidade e natalidade.

O gráfico abaixo, com dados da Divisão de População da ONU, mostra que a idade mediana do mundo era de 22 anos em 1950 e deve chegar a 42 anos em 2100. Isto quer dizer que metade da população mundial terá menos de 42 anos e a outra metade terá mais de 42 anos no final do século.

O Japão atualmente (2025) é o país mais envelhecido do mundo com uma idade mediana de 50 anos. Isto quer dizer que a geração 50+ já é maioria da população japonesa. Em 2100 a idade mediana do Japão será de 53 anos.

Hong Kong vai se tornar o país mais envelhecido do mundo a partir de meados da próxima década e deve chegar em 2100 com uma impressionante idade mediana de 72 anos. Ou seja, metade da população terá mais de 72 anos.

No Brasil a geração 50+ será maioria da população nas duas últimas décadas do atual século. No outro extremo, Níger continuará sendo um dos países mais rejuvenescidos do mundo, mesmo assim a idade mediana passará de 14 anos em 1950 para 35 anos em 2100.

O envelhecimento populacional não é uma hipótese ou uma possibilidade remota. É uma realidade demográfica já em curso e com projeções sólidas para as próximas décadas.

Esse fenômeno é resultado direto da transição demográfica que mencionamos anteriormente: a queda das taxas de mortalidade (especialmente a infantil) e o subsequente declínio das taxas de fecundidade. As pessoas estão vivendo mais e tendo menos filhos. Essa combinação gera uma mudança na pirâmide etária, onde a base (crianças e jovens) se estreita e o topo (idosos) se alarga.

Não há nenhum indício de que essas tendências se reverterão globalmente a ponto de impedir o envelhecimento da população. Mesmo com eventuais flutuações, a direção geral é clara: o mundo terá, proporcionalmente, mais pessoas idosas.

Embora os países desenvolvidos (como Japão) já estejam em estágios avançados de envelhecimento, nações em desenvolvimento (como Brasil, Índia e China) estão passando por essa transição em um ritmo acelerado. A diferença é que os países ricos tiveram mais tempo para se adaptar e construir sistemas de suporte. Os países em desenvolvimento, muitas vezes, enfrentam o envelhecimento antes mesmo de terem completado o desenvolvimento econômico e social que poderia mitigar seus impactos negativos. Isso representa um desafio único e urgente.

A população está passando por um processo de envelhecimento em praticamente todos os países do mundo, mesmo que em ritmos diferentes.

A inexorabilidade e a globalidade do envelhecimento populacional exigem uma revisão profunda de paradigmas sociais, econômicos e políticos. As implicações são vastas e incluem:

• Sustentabilidade dos sistemas de previdência e saúde: Aumentar a idade de aposentadoria, incentivar a previdência privada, investir em saúde preventiva e em modelos de cuidado de longo prazo.

• Mercado de trabalho: Adaptar ambientes de trabalho, promover o aprendizado contínuo, incentivar a permanência de trabalhadores mais velhos e valorizar a experiência.

• Urbanismo e mobilidade: Cidades mais amigáveis ao idoso, com acessibilidade, segurança e transporte público adequado.

• Coesão social: Promover a intergeracionalidade e combater o idadismo (preconceito contra idosos).

• Inovação e Economia Prateada: Como discutido, o envelhecimento gera novas demandas e oportunidades para produtos e serviços voltados para a população sênior.

Sem dúvida, o Futuro será prateado. O reconhecimento de que o envelhecimento populacional é uma tendência inescapável do século XXI nos obriga a sair da inércia.

O envelhecimento da população associado às quedas da fertilidade na maior parte do mundo está invertendo as estruturas etárias tradicionais. Com o surgimento de uma nova ordem populacional, de contrastes demográficos extraordinários, caem por terra as tradicionais pirâmides populacionais para surgir uma nova forma, mais parecida com um obelisco, bem mais achatada no piso.

As nações que conseguirem antecipar e se adaptar a essa nova estrutura etária serão as mais bem-sucedidas em promover o bem-estar de seus cidadãos, garantindo que a longevidade seja, de fato, a grande conquista da humanidade, e não uma fonte de problemas. (ecodebate)

Mudança climática deve impulsionar epidemia de dengue no Brasil e vizinhos

Pesquisa mostra que o aumento das temperaturas está criando condições ideais para a explosão de doenças transmitidas por vetores, com o Bras...