Decrescimento populacional
Baixa taxa de natalidade: A
taxa de natalidade em Hong Kong é muito inferior ao nível de reposição
populacional de 2,1 filhos por mulher, resultando em um decrescimento
populacional acelerado.
Expectativa de vida: Apesar
do decrescimento, a expectativa de vida ao nascer é uma das mais altas do
mundo, chegando a aproximadamente 85,8 anos em 2025. A projeção para 2100 é de
uma expectativa de vida ainda maior, em torno de 94,4 anos.
População envelhecida: A
combinação de baixa natalidade e alta longevidade está levando a um
envelhecimento populacional significativo.
Impacto econômico: As projeções
indicam que o envelhecimento da população pode impactar o crescimento
econômico, já que a base de jovens e trabalhadores ativos diminui, enquanto a
demanda por serviços de saúde e aposentadorias aumenta.
Medidas do governo
Incentivos: Para combater a
tendência, as autoridades de Hong Kong têm incentivado a imigração de talentos
estrangeiros.
Alívio da imigração: O
governo chinês (já que Hong Kong é uma Região Administrativa Especial da China)
tem sugerido algumas medidas para liberalizar e incentivar o nascimento, como a
redução dos custos de educação e cuidados com os filhos.
Outras considerações
Crise demográfica: O
decrescimento e o envelhecimento populacional em Hong Kong são parte de uma
tendência demográfica maior na China e em outros países da Ásia, Europa e até
mesmo no Brasil.
Mudança de mentalidade:
Muitos chineses, incluindo aqueles em Hong Kong, optam por ter menos filhos
devido à instabilidade financeira, ao alto custo de vida e à busca por outras
prioridades de vida.
Hong Kong será a região mais
envelhecida do mundo já na próxima década e, em especial, na segunda metade do
século XXI. A ilha de Hong Kong tornou-se uma colônia do Império Britânico após
a Primeira Guerra do Ópio (1839-1842).
As fronteiras da colônia
foram ampliadas em etapas para a Península de Kowloon em 1861 e, em seguida,
para os Novos Territórios, em 1899. Tornou-se um entreposto comercial
estratégico no Leste Asiático, com um sistema jurídico e administrativo de
inspiração britânica e considerado um lugar onde o “Oriente encontra o
Ocidente”.
Pelo acordo sino-britânico,
Hong Kong voltou à soberania chinesa sob o princípio “um país, dois sistemas”,
garantindo autonomia administrativa, liberdade econômica e direitos civis por
50 anos. Desde 2014 (Movimento dos Guarda-Chuvas) e especialmente em 2019
(protestos contra a lei de extradição), aumentaram os conflitos sobre
liberdades civis e o grau de controle de Pequim. A Lei de Segurança Nacional de
2020 ampliou o poder do governo central, reduzindo a autonomia política.
No final da Segunda Guerra,
Hong Kong tinha menos de 1 milhão de habitantes, mas recebeu muitos migrantes,
refugiados e empresários chineses após a Revolução Chinesa de 1949. A economia
cresceu impulsionando a industrialização nas áreas têxtil, eletrônicos, brinquedos.
Mas, gradualmente, Hong Kong se tornou um dos maiores centros financeiros
globais, com foco em serviços, comércio, logística e turismo, apoiado por baixa
tributação e ambiente pró-mercado.
Hoje em dia é um hub para
investimentos internacionais na China continental, mas enfrenta competição de
cidades como Xangai e Shenzhen. Hong Kong apresentou uma renda per capita, em
preços constantes, em poder de paridade de compra de US$ 66 mil, uma das mais
altas do continente asiático.
O gráfico abaixo mostra que a
população de Hong Kong era de 2 milhões de habitantes em 1950, cresceu até
atingir o pico populacional de 7,5 milhões de habitantes em 2020 e deve
diminuir para 2 milhões de habitantes em 2100. Todo o crescimento populacional
ocorrido nos 70 anos entre 1950 e 2020 deverá ser perdido nos 80 anos entre
2020 e 2100.
A Divisão de População da ONU
projeta um aumento da TFT no restante do atual século, mas com uma taxa de 1,2
filho por mulher em 2100. Portanto, com uma taxa de fecundidade tão baixa o
resultado é um decrescimento populacional acelerado (especialmente na ausência
de um grande fluxo imigratório).
O gráfico abaixo também mostra que a expectativa de vida ao nascer estava em 58 anos em 1950 e chegou a 85,8 anos em 2025, valor superior à expectativa de vida do Japão e somente um pouco menor do que Mônaco com 86,6 anos. Para o final do século a estimativa é de uma expectativa de vida ao nascer de 94,4 anos em 2100.
A despeito do decrescimento e do envelhecimento populacional, espera-se que a economia continue apresentando um crescimento moderado nos próximos anos, com aumento da renda per capita e avanço do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Hong Kong deverá continuar sendo um centro financeiro e logístico influente, especialmente especializado em serviços financeiros internacionais.
Em resumo, Hong Kong enfrenta
um futuro econômico mais moderado e demograficamente desafiador.
Para se manter relevante e
sustentável, precisará acelerar reformas, diversificar sua economia, sobretudo
nos setores tecnológico e de serviços — e buscar estratégias para aumentar a
participação da força de trabalho idosa e contrabalançar os efeitos do
envelhecimento.
Mas o sucesso futuro
dependerá da capacidade garantir um envelhecimento saudável e ativo e da
agilidade em construir uma economia prateada dinâmica, com o aproveitamento de
todo o potencial de sua enorme população madura. (ecodebate)





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