Como o desmatamento afeta as
chuvas: Redução da evapotranspiração: As árvores da Amazônia funcionam como
bombas d'água, absorvendo água do solo e liberando-a para a atmosfera em forma
de vapor d'água. O desmatamento diminui essa quantidade de vapor, impactando a
formação de nuvens e a precipitação.
Alteração do ciclo hídrico: A
remoção da floresta interfere diretamente no ciclo natural da água na região,
tornando o clima mais seco e intensificando a estação seca.
Criação de um ciclo vicioso:
Menos chuva e menos vapor d'água deixam o solo e a vegetação mais secos,
tornando a floresta mais vulnerável a incêndios. Esses incêndios destroem mais
árvores, liberam carbono e intensificam o aquecimento global, o que, por sua
vez, agrava a seca e a perda de chuvas.
Impactos a longo prazo:
Savanização: Se esse ciclo de
degradação e desmatamento continuar, a Amazônia corre o risco de atingir um
ponto crítico, transformando-se em uma savana, um ecossistema mais seco com
menor capacidade de armazenamento de carbono e reciclagem de água.
Fenômenos climáticos
extremos: O desmatamento contribui para a alteração dos padrões da monção
sul-americana, resultando em condições mais secas e prolongadas, como as secas
de 2023 e 2024.
Impacto na temperatura: Além da redução das chuvas, o desmatamento também causa um aumento significativo da temperatura na Amazônia, especialmente durante os meses de seca.
Este episódio, do Podcast EcoDebate, discute o desmatamento como fator central na redução de chuvas na Amazônia
Um estudo recente publicado
na Nature Communications estabelece o desmatamento como o principal responsável
pelo declínio das chuvas na Amazônia, atribuindo-lhe diretamente cerca de 75%
da queda na precipitação.
Liderada por pesquisadores da
Universidade de São Paulo, a análise quantificou pela primeira vez a
contribuição específica do desmatamento em relação a outras mudanças
climáticas, revelando um impacto maior do que o esperado.
O estudo também correlaciona
a perda de cobertura florestal a um aumento de aproximadamente 2°C nos dias
mais quentes da região.
A remoção de árvores
interrompe o processo de evapotranspiração, do qual mais de 40% das chuvas
locais dependem, criando um ciclo vicioso de degradação: menos árvores levam a
secas mais prolongadas, que por sua vez alimentam incêndios mais intensos,
resultando em mais desmatamento.
Este ciclo ameaça levar a
floresta a um ponto de inflexão ecológico, onde poderia se transformar
permanentemente em uma savana seca. O fenômeno tem implicações globais catastróficas,
uma vez que a Amazônia armazena a maior quantidade de carbono irrecuperável do
planeta.
As taxas de destruição continuam alarmantes, com o desmatamento no primeiro semestre de 2025 superando em 27% o mesmo período de 2024.
Menos árvore, menos humidade e menos chuva
Menos árvores causam menos
umidade, pois a vegetação libera vapor d'água pela transpiração, e essa umidade
é crucial para a formação de nuvens e chuvas. O desmatamento, ao interromper o
ciclo da evapotranspiração, reduz a quantidade de vapor na atmosfera, o que,
por sua vez, diminui a frequência e o volume das chuvas. Esse processo cria um
ciclo vicioso: menos floresta leva a mais seca, e a falta de chuva impede o
crescimento de novas árvores, impactando o clima local e regional.
Como as árvores influenciam a
umidade e a chuva:
Evapotranspiração: As árvores
absorvem água do solo e a liberam para a atmosfera na forma de vapor d'água, um
processo chamado transpiração.
Formação de nuvens e chuva:
Essa umidade liberada pelas florestas é essencial para a formação de nuvens,
que se condensam e caem como chuva, muitas vezes a centenas ou milhares de
quilômetros de distância.
Bomba biótica de umidade: Florestas grandes, como a Amazônia, funcionam como "fábricas de chuva", transportando essa umidade para o interior dos continentes, sustentando o ciclo hidrológico e a formação de rios voadores.
O ciclo vicioso do desmatamento:
Desmatamento: A remoção de
árvores reduz drasticamente a quantidade de água liberada para a atmosfera.
Redução da umidade e chuva:
Com menos vapor d'água, menos nuvens se formam, levando a uma diminuição da
umidade do ar e, consequentemente, das chuvas.
Aumento da seca: A falta de
umidade e chuva torna o ambiente mais seco, o que dificulta o crescimento de
novas árvores e intensifica a desertificação.
Impacto no clima: Esse ciclo
negativo não apenas afeta o regime de chuvas local, mas também pode influenciar
o clima de regiões distantes, com sérias consequências para a biodiversidade, a
segurança alimentar e a economia. (ecodebate)




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