80%
dos pobres do mundo vivem em áreas de alto risco climático, aponta relatório de
Oxford.
Índice
de Pobreza Multidimensional Global revela que mudanças climáticas e pobreza
estão intrinsecamente ligadas, ameaçando reverter décadas de progresso no
desenvolvimento.
Um
relatório divulgado pela Universidade de Oxford traz um alerta severo sobre a
intersecção entre duas das maiores crises da humanidade: a pobreza e as
mudanças climáticas.
O
Índice de Pobreza Multidimensional Global (IPM) de 2025 conclui que
aproximadamente 80% das pessoas pobres do mundo estão concentradas em regiões
gravemente expostas a ameaças climáticas e ambientais.
O
estudo, que vai além da renda para medir privações em saúde, educação e padrão
de vida, demonstra que a vulnerabilidade não é uma coincidência, mas uma
característica estrutural da pobreza moderna. Enquanto a crise climática é um
problema global, seus impactos recaem com força desproporcional sobre aqueles
que menos contribuíram para o problema e que têm menos recursos para se
adaptar.
A
dupla injustiça: Pobreza multidimensional e risco climático
De acordo com a pesquisa, a esmagadora maioria das pessoas multidimensionalmente pobres reside em áreas rurais, que são frequentemente as mais dependentes de climas estáveis para a agricultura de subsistência e que carecem de infraestrutura para resistir a eventos extremos.
Relatório da ONU aponta que crise climática afeta 80% das pessoas que vivem na pobreza
Os
dados mostram que essas populações enfrentam uma “dupla injustiça”:
1.
Privações Concorrentes: Elas já sofrem com falta de acesso a água potável,
nutrição adequada, saneamento e energia limpa.
2. Amplificação
pelo Clima: Secas, inundações, tempestades e a degradação do solo agravam
diretamente essas privações, destruindo meios de subsistência, prejudicando a
saúde e interrompendo a educação das crianças.
“O
relatório deixa claro que não se pode combater a pobreza sem enfrentar a crise
climática, e vice-versa”, analisa um especialista em desenvolvimento
sustentável. “São duas frentes de uma mesma batalha. Um ciclo vicioso se forma:
a pobreza aumenta a vulnerabilidade, e os choques climáticos aprofundam a
pobreza”.
Implicações
para políticas públicas e a agenda global
As descobertas do relatório de Oxford têm implicações profundas para governos e agências internacionais. Elas sugerem que as estratégias tradicionais de redução da pobreza, se não integrarem a resiliência climática em seu cerne, se tornarão progressivamente ineficazes.
Clima extremo contribui para recorde de desabrigados no mundo
Entre
as recomendações implícitas no estudo estão:
•
Investimento em Infraestrutura Resiliente: Desenvolver sistemas de alerta
precoce, barragens e estradas que resistam a intempéries.
•
Transição para Agricultura Sustentável: Oferecer suporte a pequenos
agricultores para técnicas de cultivo resistentes à seca e às inundações.
•
Expansão de Redes de Segurança Social: Criar mecanismos de proteção financeira
para famílias pobres atingidas por desastres climáticos.
• Foco em Energia Limpa: Garantir o acesso a energia solar e eólica para comunidades vulneráveis, reduzindo a dependência de combustíveis poluentes e caros.
Síntese




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