As regiões equatoriais ao nível do mar
terão uma temperatura que o corpo humano não resiste, o ano todo. O planeta vai
ficar inabitável para nós humanos em 2100”. O professor Carlos Nobre alerta: se
passarmos de 1.5°C, vamos perder 70% da Amazônia e descongelar o permafrost
(liberando gás metano 30x mais potente!).
O renomado meteorologista e pesquisador
Carlos Nobre, de 74 anos, voltou a alertar sobre o ritmo preocupante do
aquecimento global e os efeitos devastadores que ele pode causar nas próximas
décadas. Em entrevista ao programa Roda Viva, exibido em 13/10/25, o cientista
afirmou que, se a temperatura média do planeta ultrapassar 2°C até 2050, o
mundo enfrentará impactos irreversíveis, incluindo o colapso de ecossistemas
fundamentais e a liberação maciça de gases do efeito estufa.
“A ciência mostra com clareza que, se a
gente não rapidamente reduzir [as emissões] e deixar em 1,5 °C, chegamos em
2050 passando de 2°C”, disse Nobre. “Alguns estudos apontam que pode chegar
até 2,5°C e a gente perde, até 2100, 70% da Amazônia”.
A projeção de Nobre vai além do limite estabelecido pelo Acordo de Paris, que busca conter o aquecimento global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Segundo o pesquisador, ultrapassar esse valor significa entrar em um ponto de não retorno climático, com consequências que se estenderão por séculos.
Queimada no Cerrado
Preocupações
Um dos pontos mais preocupantes
destacados por Nobre é o degelo acelerado do permafrost, o solo permanentemente
congelado encontrado em regiões como a Sibéria, o norte do Canadá e o Alasca.
Com o aumento da temperatura global,
esse solo começa a descongelar, liberando metano, um gás que é 30 vezes mais
potente que o dióxido de carbono (CO₂) na retenção de calor. Esse processo,
segundo o cientista, já está em curso — e tende a se intensificar.
“Os estudos mostram que, se a
temperatura chegar a dois graus até 2100, vamos liberar mais de 200 bilhões de
toneladas de gases do solo congelado”, alertou Nobre.
Esse efeito cria um ciclo vicioso:
quanto mais o planeta aquece, mais permafrost descongela e mais gases são
liberados, acelerando ainda mais o aquecimento global.
Além do permafrost, Nobre chamou
atenção para os impactos sobre a Amazônia, que corre o risco de perder até 70%
de sua cobertura florestal até o final do século. O colapso da floresta
tropical, considerada o maior sumidouro de carbono terrestre do planeta,
resultaria na liberação de grandes quantidades de CO2 e na
transformação da região em uma savana seca e degradada.
Segundo a CNN, o cientista também
destacou o impacto sobre os ecossistemas marinhos, que já sofrem com o aumento
da temperatura dos oceanos e a acidificação das águas.
“Isso também causará a extinção dos
recifes de corais. E já há espécies sendo extintas em todo o mundo”, afirmou.
O cenário traçado por Carlos Nobre é
alarmante. Se as emissões continuarem crescendo no ritmo atual, o planeta pode
registrar um aquecimento de até 3°C ou 4°C até 2100. Nesse caso, regiões
equatoriais ao nível do mar poderiam atingir temperaturas que o corpo humano
não suportaria durante todo o ano.
“É totalmente possível, se não
reduzirmos rapidamente as emissões, chegarmos a 3°C ou 4°C em 2100. As regiões
equatoriais ao nível do mar terão uma temperatura que o corpo humano não
resiste, o ano todo. O planeta vai ficar inabitável para nós humanos em 2100”,
alertou o meteorologista.
O alerta de Nobre reforça o consenso
científico de que as próximas décadas serão decisivas para evitar um colapso
climático global. A manutenção do aquecimento abaixo de 1,5°C exige reduções
imediatas e profundas nas emissões de gases de efeito estufa, além da transição
para fontes de energia renovável e da preservação de biomas como a Amazônia.
Caso contrário, como adverte o cientista, a humanidade poderá enfrentar um século de extremos — de incêndios florestais e secas severas a enchentes, escassez de alimentos e ondas de calor letais.
Especialistas alertam que planeta TERRA vai ficar inabitável até o ano de 2100, estamos caminhando rapidamente a passos largos para que isso ocorra em um futuro bem próximo.
“Estamos muito perto de cruzar limites que não poderão mais ser revertidos. A ciência está dizendo isso com todas as letras — agora, o que falta é ação”, concluiu Carlos Nobre. (aventurasnahistoria)




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