segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Meteorologista diz que planeta Terra ficará inabitável até 2100

As regiões equatoriais ao nível do mar terão uma temperatura que o corpo humano não resiste, o ano todo. O planeta vai ficar inabitável para nós humanos em 2100”. O professor Carlos Nobre alerta: se passarmos de 1.5°C, vamos perder 70% da Amazônia e descongelar o permafrost (liberando gás metano 30x mais potente!).

Carlos Nobre reforça que aquecimento acima de 2°C pode levar a consequências irreversíveis se as emissões não forem reduzidas imediatamente.
Planeta Terra ficará inabitável até 2100, segundo diz especialista.

O renomado meteorologista e pesquisador Carlos Nobre, de 74 anos, voltou a alertar sobre o ritmo preocupante do aquecimento global e os efeitos devastadores que ele pode causar nas próximas décadas. Em entrevista ao programa Roda Viva, exibido em 13/10/25, o cientista afirmou que, se a temperatura média do planeta ultrapassar 2°C até 2050, o mundo enfrentará impactos irreversíveis, incluindo o colapso de ecossistemas fundamentais e a liberação maciça de gases do efeito estufa.

“A ciência mostra com clareza que, se a gente não rapidamente reduzir [as emissões] e deixar em 1,5 °C, chegamos em 2050 passando de 2°C”, disse Nobre. “Alguns estudos apontam que pode chegar até 2,5°C e a gente perde, até 2100, 70% da Amazônia”.

A projeção de Nobre vai além do limite estabelecido pelo Acordo de Paris, que busca conter o aquecimento global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Segundo o pesquisador, ultrapassar esse valor significa entrar em um ponto de não retorno climático, com consequências que se estenderão por séculos.

Queimada no Cerrado

Preocupações

Um dos pontos mais preocupantes destacados por Nobre é o degelo acelerado do permafrost, o solo permanentemente congelado encontrado em regiões como a Sibéria, o norte do Canadá e o Alasca.

Com o aumento da temperatura global, esse solo começa a descongelar, liberando metano, um gás que é 30 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO₂) na retenção de calor. Esse processo, segundo o cientista, já está em curso — e tende a se intensificar.

“Os estudos mostram que, se a temperatura chegar a dois graus até 2100, vamos liberar mais de 200 bilhões de toneladas de gases do solo congelado”, alertou Nobre.

Esse efeito cria um ciclo vicioso: quanto mais o planeta aquece, mais permafrost descongela e mais gases são liberados, acelerando ainda mais o aquecimento global.

Além do permafrost, Nobre chamou atenção para os impactos sobre a Amazônia, que corre o risco de perder até 70% de sua cobertura florestal até o final do século. O colapso da floresta tropical, considerada o maior sumidouro de carbono terrestre do planeta, resultaria na liberação de grandes quantidades de CO2 e na transformação da região em uma savana seca e degradada.

Segundo a CNN, o cientista também destacou o impacto sobre os ecossistemas marinhos, que já sofrem com o aumento da temperatura dos oceanos e a acidificação das águas.

“Isso também causará a extinção dos recifes de corais. E já há espécies sendo extintas em todo o mundo”, afirmou.

Os recifes de corais, fundamentais para a biodiversidade marinha, são altamente sensíveis às mudanças de temperatura. A perda desses ecossistemas afeta não apenas a vida aquática, mas também comunidades humanas que dependem da pesca e do turismo.
Futuro

O cenário traçado por Carlos Nobre é alarmante. Se as emissões continuarem crescendo no ritmo atual, o planeta pode registrar um aquecimento de até 3°C ou 4°C até 2100. Nesse caso, regiões equatoriais ao nível do mar poderiam atingir temperaturas que o corpo humano não suportaria durante todo o ano.

“É totalmente possível, se não reduzirmos rapidamente as emissões, chegarmos a 3°C ou 4°C em 2100. As regiões equatoriais ao nível do mar terão uma temperatura que o corpo humano não resiste, o ano todo. O planeta vai ficar inabitável para nós humanos em 2100”, alertou o meteorologista.

O alerta de Nobre reforça o consenso científico de que as próximas décadas serão decisivas para evitar um colapso climático global. A manutenção do aquecimento abaixo de 1,5°C exige reduções imediatas e profundas nas emissões de gases de efeito estufa, além da transição para fontes de energia renovável e da preservação de biomas como a Amazônia.

Caso contrário, como adverte o cientista, a humanidade poderá enfrentar um século de extremos — de incêndios florestais e secas severas a enchentes, escassez de alimentos e ondas de calor letais.

Especialistas alertam que planeta TERRA vai ficar inabitável até o ano de 2100, estamos caminhando rapidamente a passos largos para que isso ocorra em um futuro bem próximo.

“Estamos muito perto de cruzar limites que não poderão mais ser revertidos. A ciência está dizendo isso com todas as letras — agora, o que falta é ação”, concluiu Carlos Nobre. (aventurasnahistoria)

Nenhum comentário:

Poluição plástica contamina água, ar e alimentos

"Os plásticos não são biodegradáveis, e se descobriu que esses materiais não resistem à irradiação solar e se quebram em micropartícula...