Meio Ambiente
O entendimento vem de acordo com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. A aprendizagem, o conhecimento e a sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança de agregar novos valores aos antigos já existentes.
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Decrescimento e envelhecimento populacional em Hong Kong
Decrescimento populacional
Baixa taxa de natalidade: A
taxa de natalidade em Hong Kong é muito inferior ao nível de reposição
populacional de 2,1 filhos por mulher, resultando em um decrescimento
populacional acelerado.
Expectativa de vida: Apesar
do decrescimento, a expectativa de vida ao nascer é uma das mais altas do
mundo, chegando a aproximadamente 85,8 anos em 2025. A projeção para 2100 é de
uma expectativa de vida ainda maior, em torno de 94,4 anos.
População envelhecida: A
combinação de baixa natalidade e alta longevidade está levando a um
envelhecimento populacional significativo.
Impacto econômico: As projeções
indicam que o envelhecimento da população pode impactar o crescimento
econômico, já que a base de jovens e trabalhadores ativos diminui, enquanto a
demanda por serviços de saúde e aposentadorias aumenta.
Medidas do governo
Incentivos: Para combater a
tendência, as autoridades de Hong Kong têm incentivado a imigração de talentos
estrangeiros.
Alívio da imigração: O
governo chinês (já que Hong Kong é uma Região Administrativa Especial da China)
tem sugerido algumas medidas para liberalizar e incentivar o nascimento, como a
redução dos custos de educação e cuidados com os filhos.
Outras considerações
Crise demográfica: O
decrescimento e o envelhecimento populacional em Hong Kong são parte de uma
tendência demográfica maior na China e em outros países da Ásia, Europa e até
mesmo no Brasil.
Mudança de mentalidade:
Muitos chineses, incluindo aqueles em Hong Kong, optam por ter menos filhos
devido à instabilidade financeira, ao alto custo de vida e à busca por outras
prioridades de vida.
Hong Kong será a região mais
envelhecida do mundo já na próxima década e, em especial, na segunda metade do
século XXI. A ilha de Hong Kong tornou-se uma colônia do Império Britânico após
a Primeira Guerra do Ópio (1839-1842).
As fronteiras da colônia
foram ampliadas em etapas para a Península de Kowloon em 1861 e, em seguida,
para os Novos Territórios, em 1899. Tornou-se um entreposto comercial
estratégico no Leste Asiático, com um sistema jurídico e administrativo de
inspiração britânica e considerado um lugar onde o “Oriente encontra o
Ocidente”.
Pelo acordo sino-britânico,
Hong Kong voltou à soberania chinesa sob o princípio “um país, dois sistemas”,
garantindo autonomia administrativa, liberdade econômica e direitos civis por
50 anos. Desde 2014 (Movimento dos Guarda-Chuvas) e especialmente em 2019
(protestos contra a lei de extradição), aumentaram os conflitos sobre
liberdades civis e o grau de controle de Pequim. A Lei de Segurança Nacional de
2020 ampliou o poder do governo central, reduzindo a autonomia política.
No final da Segunda Guerra,
Hong Kong tinha menos de 1 milhão de habitantes, mas recebeu muitos migrantes,
refugiados e empresários chineses após a Revolução Chinesa de 1949. A economia
cresceu impulsionando a industrialização nas áreas têxtil, eletrônicos, brinquedos.
Mas, gradualmente, Hong Kong se tornou um dos maiores centros financeiros
globais, com foco em serviços, comércio, logística e turismo, apoiado por baixa
tributação e ambiente pró-mercado.
Hoje em dia é um hub para
investimentos internacionais na China continental, mas enfrenta competição de
cidades como Xangai e Shenzhen. Hong Kong apresentou uma renda per capita, em
preços constantes, em poder de paridade de compra de US$ 66 mil, uma das mais
altas do continente asiático.
O gráfico abaixo mostra que a
população de Hong Kong era de 2 milhões de habitantes em 1950, cresceu até
atingir o pico populacional de 7,5 milhões de habitantes em 2020 e deve
diminuir para 2 milhões de habitantes em 2100. Todo o crescimento populacional
ocorrido nos 70 anos entre 1950 e 2020 deverá ser perdido nos 80 anos entre
2020 e 2100.
A Divisão de População da ONU
projeta um aumento da TFT no restante do atual século, mas com uma taxa de 1,2
filho por mulher em 2100. Portanto, com uma taxa de fecundidade tão baixa o
resultado é um decrescimento populacional acelerado (especialmente na ausência
de um grande fluxo imigratório).
O gráfico abaixo também mostra que a expectativa de vida ao nascer estava em 58 anos em 1950 e chegou a 85,8 anos em 2025, valor superior à expectativa de vida do Japão e somente um pouco menor do que Mônaco com 86,6 anos. Para o final do século a estimativa é de uma expectativa de vida ao nascer de 94,4 anos em 2100.
A despeito do decrescimento e do envelhecimento populacional, espera-se que a economia continue apresentando um crescimento moderado nos próximos anos, com aumento da renda per capita e avanço do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Hong Kong deverá continuar sendo um centro financeiro e logístico influente, especialmente especializado em serviços financeiros internacionais.
Em resumo, Hong Kong enfrenta
um futuro econômico mais moderado e demograficamente desafiador.
Para se manter relevante e
sustentável, precisará acelerar reformas, diversificar sua economia, sobretudo
nos setores tecnológico e de serviços — e buscar estratégias para aumentar a
participação da força de trabalho idosa e contrabalançar os efeitos do
envelhecimento.
Mas o sucesso futuro
dependerá da capacidade garantir um envelhecimento saudável e ativo e da
agilidade em construir uma economia prateada dinâmica, com o aproveitamento de
todo o potencial de sua enorme população madura. (ecodebate)
Oceanos sofrem os efeitos da tripla crise planetária
Oceanos sofrem os efeitos da
tripla crise planetária, que combina aquecimento global, perda de
biodiversidade e poluição. Essa crise afeta 100% das regiões oceânicas, com
consequências como aquecimento acelerado, acidificação, derretimento de gelo
polar, aumento do nível do mar e proliferação de espécies invasoras, que
ameaçam ecossistemas, cadeias alimentares e a estabilidade climática do
planeta.
Aquecimento global
Absorção de calor: Os oceanos
absorvem cerca de 90% do excesso de calor dos gases de efeito estufa, o que
causa um aquecimento acelerado. A temperatura da superfície do mar em 2024
atingiu o nível mais alto já registrado.
Derretimento de gelo: O
aquecimento leva ao derretimento das massas de gelo nos polos.
Aumento do nível do mar: O
degelo contribui para o aumento do nível do mar, que se tornou mais rápido,
ameaçando comunidades costeiras.
Impactos em ecossistemas: O aquecimento causa ondas de calor marinhas, prejudica ecossistemas e favorece a proliferação de espécies invasoras, como vermes de fogo e siri, que podem inviabilizar a pesca.
Perda de biodiversidade
Ameaça aos ecossistemas: O
aumento da temperatura e a acidificação, que ocorre devido à absorção de CO2,
ameaçam a vida marinha, especialmente recifes de coral e espécies como o atum.
Pressão sobre a cadeia
alimentar: A perda de biodiversidade afeta toda a cadeia alimentar marinha e a
segurança alimentar humana.
Poluição
Poluição plástica: Os oceanos
estão globalmente contaminados com plásticos e microplásticos, com origem no
descarte inadequado, lavagem de roupas sintéticas, entre outras fontes.
Outros poluentes: Além do
plástico, outras formas de poluição também impactam os ecossistemas marinhos.
Consequências interligadas
Causas e efeitos: A tripla
crise é um conjunto de problemas interligados. A mudança climática, a perda de
biodiversidade e a poluição se intensificam mutuamente, criando uma série de
consequências negativas.
Ameaças à estabilidade do
planeta: A saúde dos oceanos está diretamente ligada à estabilidade climática
global, à produção de alimentos e ao sustento de comunidades costeiras.
Impactos na costa brasileira: O aquecimento do oceano na costa brasileira já está ocorrendo a uma velocidade superior à média global, o que pode levar a eventos climáticos extremos mais frequentes no futuro.
Nenhuma região do oceano escapou dos impactos combinados da mudança climática, da perda de biodiversidade e da poluição.
A constatação é da 9ª edição
do Copernicus Ocean State Report (Relatório Copernicus sobre o Estado do
Oceano, em português), divulgado pelo Serviço Marinho Copernicus, da União
Europeia.
Responsável por absorver 90%
do calor excedente gerado pelas emissões de gases de efeito estufa, o oceano
está se aquecendo em ritmo acelerado. Os impactos são diretos sobre
ecossistemas, pesca, cadeias alimentares, culturas costeiras e a própria
estabilidade climática do planeta.
O relatório é considerado uma
das principais referências globais para a formulação de políticas oceânicas e
climáticas. “Estamos perigosamente próximos de ultrapassar os limites
planetários: todas as partes do oceano agora são afetadas pela tripla crise
planetária”, afirmou Pierre Bahurel, diretor-geral da Mercator Ocean
International, responsável pela implementação do serviço.
O levantamento — elaborado
por cientistas ligados ao programa europeu de monitoramento da Terra — alerta
para o desequilíbrio do sistema climático global e reforça o papel do oceano
como indicador e regulador das mudanças em curso.
No Brasil, a costa atlântica
registra aquecimento acima da média global. O país também lidera o lançamento
de plástico no oceano entre as nações das Américas. As ondas de calor marinhas,
cada vez mais frequentes, impõem risco crescente à pesca e à aquicultura.
A cientista Karina von Schuckmann, presidente da iniciativa, reforça que a compreensão científica é a chave para orientar decisões públicas. “O oceano está mudando rapidamente. Sabemos o porquê e conhecemos os impactos. Esse conhecimento é um plano de ação para restaurar o equilíbrio entre humanidade e natureza”.
Recordes de calor e colapso nos ecossistemas
Desde a década de 1960, o
aquecimento oceânico vem ganhando velocidade, indicando que o sistema da Terra
está perigosamente desequilibrado devido às mudanças climáticas. Em 2024, a
temperatura média da superfície do mar chegou a 21°C — a mais alta já
registrada. Embora variações pareçam pequenas, a elevação térmica tem efeitos
devastadores em todo o sistema climático.
Em 2023 e 2024, o oceano
passou por ondas de calor que superaram os picos históricos de 2015 e 2016 em
0,25°C. No Atlântico, houve locais que permaneceram mais de 300 dias sob
condição de onda de calor marinha. Os efeitos são visíveis: colapso de estoques
pesqueiros, perda de espécies e prejuízos crescentes para comunidades
costeiras.
No Atlântico Tropical Norte,
2023 registrou a onda de calor marinha mais intensa da história. Ilhas do
Caribe enfrentaram mais de 250 dias seguidos de calor extremo. Entre Colômbia e
Brasil, foram mais de 180 dias — seis meses — de temperaturas anormalmente
elevadas.
Os efeitos são visíveis:
colapso de estoques pesqueiros, perda de espécies e prejuízos crescentes para
comunidades costeiras. No Mediterrâneo, a onda de calor de 2023 elevou a
temperatura da água em até 4,3°C acima da média, favorecendo espécies invasoras
e dizimando cultivos tradicionais, como as amêijoas no delta do rio Pó, na
Itália.
Biodiversidade ameaçada
O
relatório mostra que áreas de alta biodiversidade estão acidificando mais
rápido que a média global. O fenômeno, somado ao aumento da temperatura e à
poluição por plásticos, compromete a sobrevivência de espécies já vulneráveis.
Os recifes de corais são um
exemplo da sobreposição de pressões. O estudo destaca que 75% dos países que
mais poluem o oceano com plástico — mais de 10 mil toneladas por ano — têm
recifes em situação crítica.
A migração de micronekton (pequenos organismos marinhos que sustentam a cadeia alimentar) em direção aos polos evidencia uma transformação silenciosa, mas profunda, dos ecossistemas oceânicos.
Poluição plástica global
Resíduos plásticos oriundos
de todos os continentes já atingem todas as bacias oceânicas. No recorte
latino-americano, o Brasil aparece como o maior emissor de plástico para o mar.
Corais da costa leste da América do Sul e do Caribe estão entre os mais
ameaçados.
No Pacífico da América
Central e do Sul, zonas altamente produtivas encolheram mais de 25% desde 1998,
afetando algumas das pescarias mais ricas do mundo.
Degelo polar e aumento do
nível do mar
As regiões polares seguem
batendo recordes negativos de cobertura de gelo. No oceano Ártico, entre dezembro
de 2024 e março de 2025, foram registrados quatro recordes de perda. Em março,
havia 1,94 milhão de km² a menos de gelo marinho em relação à média histórica —
uma área equivalente a seis vezes a Polônia.
Na Antártida, fevereiro/2025
marcou o 3º ano consecutivo de retração da calota, totalizando uma área quase 3
vezes maior que a da França.
Nível médio do mar já subiu 228 mm desde 1901. A aceleração preocupa autoridades globais: apenas na Europa, 200 milhões de pessoas vivem em áreas costeiras. Sítios históricos tombados pela Unesco também estão sob risco crescente de inundações nos próximos séculos.
(ecodebate)
sábado, 25 de outubro de 2025
Mudanças climáticas prejudicam a saúde humana e exigem ação urgente
Os impactos das mudanças
climáticas na saúde já são sentidos em todo planeta e irão se intensificar nas
próximas décadas sem uma ação urgente.
Neste resumo, escrevemos os
impactos significativos e crescentes das mudanças climáticas na saúde humana e
a necessidade crítica de uma ação governamental acelerada e abrangente.
Impactos principais na saúde
• Doenças e Mortes
Relacionadas ao Calor: Ondas de calor mais frequentes e intensas estão levando
a um aumento de insolação, exaustão pelo calor e agravamento de condições
cardiovasculares e respiratórias preexistentes. Idosos, crianças pequenas e
pessoas com doenças crônicas são particularmente vulneráveis.
• Impactos na Saúde Mental e
Bem-Estar: Eventos climáticos extremos, como inundações e ciclones, causam
trauma psicológico, estresse pós-traumático e angústia. A “ecoansiedade” – o
medo crônico de um desastre ambiental – está se tornando mais comum,
especialmente entre os jovens. A perda de lares, locais de significado cultural
e meios de subsistência tem profundos impactos no bem-estar mental.
• Aumento de Doenças
Infecciosas: Temperaturas mais altas e mudanças nos padrões de chuva expandem o
alcance geográfico de vetores de doenças, como mosquitos que transmitem dengue
e febre do Ross River. Há também um risco maior de doenças transmitidas por
alimentos e água (como salmonela e campilobacter) devido a condições mais
quentes.
• Má Qualidade do Ar: A
poluição do ar por partículas finas (PM2.5) de incêndios florestais (cada vez
mais frequentes e severos) agrava a asma, bronquite e outras doenças
respiratórias. Temporadas de pólen mais longas e intensas também pioram as
alergias e a asma.
• Insegurança Alimentar e
Hídrica: Eventos climáticos extremos, secas e a acidificação dos oceanos
perturbam a produção agrícola e a pesca, levando à insegurança alimentar e desnutrição.
Enchentes podem contaminar fontes de água potável, aumentando o risco de
doenças.
A necessidade de ação urgente
A comunidade de saúde pública
exorta o Governo a agir imediatamente para proteger a saúde dos neozelandeses,
implementando políticas ousadas que:
1. Mitiguem as Mudanças
Climáticas: Acelerar drasticamente a transição para uma economia de energia
limpa e renovável, descarbonizar o setor de transportes e reduzir rapidamente
as emissões de gases de efeito estufa em todos os setores. Estas são,
fundamentalmente, ações de saúde pública.
2. Adaptem e Construam
Resiliência: Fortalecer os sistemas de saúde para que possam resistir a choques
climáticos e atender à demanda crescente. Investir em habitação, infraestrutura
urbana (espaços verdes, sombreamento) e planejamento comunitário que protejam
as populações mais vulneráveis de perigos como calor e inundações.
3. Promovam a Saúde e a Equidade: Apoiar políticas que tenham benefícios simultâneos para a saúde e o clima, como dietas baseadas em plantas, mobilidade ativa (caminhar e andar de bicicleta) e cidades mais verdes. Essas ações reduzem as emissões e, ao mesmo tempo, combatem doenças não transmissíveis, melhoram a saúde mental e criam comunidades mais saudáveis.
As mudanças climáticas representam uma crise de saúde pública. Proteger a saúde e o bem-estar deve ser uma consideração central em todas as políticas climáticas.
Uma ação decisiva e urgente
para reduzir as emissões e adaptar-se aos impactos atuais não só evitará um
sofrimento generalizado e custos de saúde enormes, mas também criará um futuro
mais saudável, justo e resiliente para todos. (ecodebate)
Urgência de ações integradas de mitigação e adaptação
Crise climática no Brasil: A urgência de ações integradas de mitigação e adaptação.
A crise climática impõe uma
exigência imediata de ações integradas de mitigação e adaptação no Brasil.
Esses dois conceitos fundamentais devem caminhar lado a lado: a mitigação busca
reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) para frear o aquecimento
global, enquanto a adaptação consiste na prática de ajuste aos efeitos
climáticos que já são inevitáveis.
No contexto brasileiro, a implementação urgente de ambas as frentes é considerada uma questão de segurança nacional e desenvolvimento socioeconômico.
Adaptação e Mitigação: as respostas às mudanças climáticas
A urgência de mitigar: Freando
o dano
A mitigação é essencial para
que o Brasil não continue a agravar os danos ao seu vasto patrimônio natural e
ao seu clima. Essa estratégia passa, primordialmente, pela definição de metas
líquidas zero (net-zero).
No entanto, a lentidão global na adoção de ações climáticas efetivas significa que certas alterações no clima já se configuram como uma realidade irreversível. É aqui que a adaptação ganha um papel central e urgente.
Ações urgentes contra mudança climática são necessárias para garantir um futuro melhor e muito mais habitável em todos os aspectos.
Adaptação como redução de
risco
A adaptação é um termo que
pode ser equiparado diretamente à “redução de risco climático”. Para o Brasil,
um país extremamente exposto a eventos climáticos extremos, a adaptação já é
uma necessidade prática e imediata.
É crucial entender que o
risco climático não é definido apenas pelo evento em si (como uma inundação ou
seca), mas também pela exposição de pessoas e patrimônios a esse perigo e pela
sua vulnerabilidade. Os riscos destacados em avaliações, como o Plano Nacional
de Adaptação à Mudança do Clima, não são um destino imutável; eles representam
a projeção do que acontecerá caso não haja ações efetivas para reduzir a
vulnerabilidade e a exposição da população.
As ações de adaptação devem ser integradas e coordenadas entre União, estados e municípios.
Ações de adaptação na prática: Detalhando soluções urgentes
Para enfrentar o cenário de
riscos, as soluções práticas de adaptação devem ser robustas e direcionadas:
1. Combate ao calor extremo
em centros urbanos: Centros urbanos brasileiros precisam investir massivamente
em arborização e verde urbano. Inspirando-se em exemplos de cidades
australianas, o aumento de árvores oferece mais sombra e resfriamento, sendo
fundamental para combater as perigosas “ilhas de calor” formadas pelo concreto.
Essa medida é vital para a saúde pública, especialmente para idosos e
populações vulneráveis.
2. Proteção de trabalhadores
ao ar livre: São urgentes a criação de políticas públicas e a realização de
pesquisas voltadas à proteção de trabalhadores que atuam ao ar livre, como nos
setores da agricultura e construção civil. É necessário mapear e adaptar as
jornadas de trabalho, especialmente durante os períodos mais quentes do dia, a
fim de reduzir riscos à saúde desses profissionais.
3. Defesa de regiões costeiras: Com o aumento do nível do mar, os governos locais em regiões litorâneas devem priorizar projetos de proteção. Isso inclui a recuperação de manguezais, a instalação de recifes artificiais e o engordamento de praias. Em certas áreas de baixa altitude, planos de relocação planejada de comunidades podem se tornar inevitáveis, o que exige consulta comunitária extensa e um planejamento colaborativo e sensível.
Riscos compostos: A amplificação da crise
Um dos aspectos mais
perigosos da crise climática são os riscos compostos, ou seja, eventos
consecutivos e simultâneos. O Brasil já vivencia essa realidade.
Um exemplo dessa sobrecarga ocorre quando uma seca severa (que afeta a produção de alimentos e energia) é imediatamente seguida por chuvas torrenciais e inundações (que destroem a infraestrutura e desabrigam populações). Tais eventos, sobrepostos a crises sociais e econômicas preexistentes, criam um efeito cascata que amplifica os danos, sobrecarrega a capacidade de resposta do poder público e torna a recuperação muito mais custosa e lenta.
Ações urgentes contra mudança climática são necessárias para garantir um futuro habitável
Conclusão: Janela de ação
está se fechando
A mensagem é inequívoca: os
riscos climáticos delineados hoje representam um retrato do presente que se
agravará no futuro. A janela para a ação está se fechando.
É imperativo que o Brasil
adote políticas públicas robustas, que envolvam investimentos direcionados e
uma governança coordenada entre as esferas federal, estadual e municipal.
Mitigar para frear o avanço da crise e adaptar para enfrentar o que já está a caminho não é mais apenas uma opção, mas sim uma necessidade urgente para a proteção do povo brasileiro, da economia e do território.
As florestas são as nossas melhores aliadas contra todos os efeitos nocivos das mudanças climáticas, destruí-las é o mesmo que acabar com todos os seres viventes no planeta TERRA. (ecodebate)
quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Corrente oceânica no Atlântico Norte entrará em colapso e causará resfriamento global
Um novo estudo da
Universidade de Exeter sugere que uma importante e grandiosa corrente oceânica
no Atlântico Norte, a circulação meridional do Atlântico (AMOC), perdeu
estabilidade e pode colapsar em breve devido à mudança climática, o que
causaria resfriamento global, afetando especialmente a Europa e a América do
Norte. O colapso significaria um enfraquecimento do transporte de calor para o
Atlântico Norte, resultando em invernos mais rigorosos, mudanças na agricultura
e aumento do nível do mar na costa atlântica dos EUA.
O que é a circulação e por
que ela é importante?
A AMOC (Atlântic Meridional
Overturning Circulation) é um sistema de correntes oceânicas que transporta
água quente dos trópicos para o Atlântico Norte, sendo vital para a regulação
do clima global.
Esse sistema de correntes é
movido pelo afundamento de águas frias e salgadas no Atlântico Norte.
O que está acontecendo?
O aquecimento do Ártico está
derretendo o gelo, liberando água doce e menos salgada no Atlântico Norte.
Essa água doce interfere no
processo de afundamento da água salgada, enfraquecendo o sistema da AMOC.
Novos estudos indicam que o
sistema está se aproximando de um ponto de instabilidade, com base em dados
históricos de temperatura e salinidade.
Quais são as consequências?
Um colapso da AMOC provocaria
um resfriamento significativo na Europa e na América do Norte, com invernos
muito mais frios.
Isso poderia causar uma
Pequena Idade do Gelo, com impacto na agricultura e na economia.
Outras regiões sentiriam os
efeitos, incluindo o deslocamento de sistemas de monções tropicais, com
consequências para a agricultura em diversas partes do mundo.
Os níveis do mar poderiam
aumentar ao longo da costa atlântica dos Estados Unidos.
Uma das principais correntes
oceânicas do planeta, o Giro Subpolar do Atlântico Norte, está se enfraquecendo
a ponto de entrar em colapso total devido ao avanço das mudanças climáticas,
segundo um novo estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Exeter,
no Reino Unido.
De acordo com o jornal inglês
Daily Mail, o sistema, localizado ao sul da Groenlândia, é responsável por
transportar calor dos trópicos para o Atlântico Norte, regulando as
temperaturas da Europa e da América do Norte. Cientistas afirmam que o
enfraquecimento da corrente pode levar o planeta a um “ponto crítico”, com
mudanças bruscas e imprevisíveis no clima global.
A análise mostra que o Giro
Subpolar vem perdendo estabilidade desde a década de 1950, aproximando-se de um
colapso que, se confirmado, poderia causar um resfriamento intenso em parte do
hemisfério norte. O fenômeno é comparado à Pequena Era do Gelo, registrada
entre os séculos XIV e XIX, quando rios europeus congelaram e colheitas foram
destruídas por uma queda média de 2°C nas temperaturas.
O estudo utilizou uma
metodologia inovadora baseada na análise de conchas de moluscos do Atlântico
Norte, como o quahog e o berbigão-americano. Esses organismos formam faixas
anuais de crescimento que registram, em sua composição química, as condições
ambientais da água em que viveram — um processo semelhante ao dos anéis de
árvores usados para medir variações climáticas.
Os dados coletados mostraram
alterações consistentes na temperatura e salinidade dos mares subpolares, reforçando
as evidências de que o sistema está se aproximando de um ponto de
instabilidade.
Circulação do oceano
Atlântico Norte vai entrar em colapso até o fim do século por causa da mudança
climática, projeta estudo.
Artigo de pesquisadores da Universidade de Copenhague publicado na 'Nature' alerta que mudança na circulação das águas do Atlântico Norte deve ocorrer entre os anos de 2025 e 2095, um processo que afeta o clima global. Comunidade científica debate tema e cita desafios da análise. (oglobo)
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