quinta-feira, 23 de julho de 2009

Países desenvolvidos concordam em reduzir emissões de carbono em até 80%

O G8 (grupo dos sete países mais desenvolvidos e a Rússia) firmaram um acordo para reduzir em até 80%, até 2050, as emissões de dióxido de carbono. O objetivo é impedir que a temperatura global cresça mais de 2ºC. As nações mais ricas do planeta, reunidas em L’Aquila, centro da Itália, decidiram reduzir pela metade suas emissões de gases de efeito estufa até 2050 em relação ao ano de 1990, "ou a anos mais recentes", e diminuir em 80% as emissões das nações industrializadas, para limitar o aquecimento global em 2ºC, segundo a declaração final da reunião de cúpula. Isso deixa a porta aberta aos Estados Unidos, que se comprometeram com reduções de mais de 80% de suas emissões até 2050, mas em comparação com 2005. A diferença é significativa: desde 1990, as emissões de carbono dos Estados Unidos cresceram 23%. Mudança O texto estipula logo depois que "os níveis de referência podem variar" sendo necessário "que os esforços empreendidos sejam comparáveis". É a primeira vez que o G8, que conta, agora, com a participação do presidente americano Barack Obama, chega a um acordo para máximo de 2ºC no aquecimento, já aprovado por mais de uma centena de países, entre eles a União Europeia. É também a primeira vez que este grupo --que representa 13% da população e 40% das emissões mundiais-- adota um objetivo para apenas as nações industrializadas, consideradas "poluidoras históricas" da atmosfera. Para especialistas no clima, o acordo é importante porque obriga os países a fazerem algo sobre o assunto. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, classificou como "histórico" o consenso, enquanto Angela Merkel, a chanceler alemã, afirmou que se trata de "um claro passo adiante". "Depois de uma longa disputa, todas as nações do G8 finalmente aceitaram a meta dos 2ºC, Dos Estados Unidos ao Japão e a Europa, todos aceitaram esse objetivo", afirmou Merkel. Hoje, durante uma reunião para discutir o tema, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que havia um acordo sobre mudança climática entre os membros do bloco, integrado por Estados Unidos, Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Canadá e Rússia. Berlusconi acrescentou que amanhã, quando os membros do G8 se reunirão com os G5 (Brasil, México, Índia, China, África do Sul e Egito), será verificada a disponibilidade da China e da Índia aderirem ao acordo, já que os dois países são um dos maiores emissores de poluentes. A 35ª Cúpula do G8, que foi iniciada hoje e ocorre até a próxima sexta-feira na cidade italiana de L’Aquila, tem o objetivo de discutir os problemas mundiais, como a crise econômica, as mudanças climáticas e a não proliferação nuclear.

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