O encontro de Copenhague, COP-15, é um momento oportuno para discutir a inexplicável falta de políticas competentes nos portos brasileiros para reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa. Ainda que se possam ter divergentes opiniões sobre a questão sob a ótica climática, não resta dúvida que o material particulado do diesel (MPD) causa sérios problemas de saúde e afeta negativa e principalmente as cidades portuárias. Promover mais atraso para assumir essa responsabilidade com a qualidade de vida no Planeta poderá ser mais um tempo perdido a ser recuperado com maiores sacrifícios no futuro próximo (e imediato).
Desde novembro de 2006, o porto de Los Angeles (EUA) mostra ao mundo seu eficiente “Clean Air Action Plan”, um programa de redução de gases que o tornou mundialmente conhecido como Porto Verde e que, desde a sua implantação, já reduziu em 31% o MPD. O projeto inclui iniciativas como o “Clean Trucks”, para substituir caminhões obsoletos, e que representa nesse total uma redução de 46% do MPD por esse modal. São números muito interessantes. Essa partícula que polui a atmosfera é proveniente das fumaças dos navios, caminhões e locomotivas.
As dificuldades verificadas nos licenciamentos ambientais das dragagens contratadas mostram a deficiência de estrutura dos nossos portos para tratar das questões relativas ao meio ambiente. Ainda que possa haver algum excesso na exigência dos órgãos fiscalizadores, é gritante a falta de prioridade e competência para resolver ou propor soluções alternativas para o problema. É uma tarefa quase mística esperar resultados satisfatórios no tratamento desse assunto por parte das Autoridades Portuárias, se tomarmos como exemplo o maior porto brasileiro, o de Santos, e paradigma do plano portuário nacional, onde o setor de meio ambiente é dirigido por pessoa sem preparo e experiência para implantar um programa ambiental nos padrões modernos.
Desde a “Conference on the Changing Atmosphere” em Toronto, Canadá, em 1988, passando pela ECO-92, no Rio de Janeiro, foram discutidas questões que foram consolidadas no protocolo de Kyoto, Japão, em 1997, com compromissos rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa. O COP-15 pode reduzir menos do que se espera, mas vai influenciar mais ainda a efetiva e eficiente meta definida globalmente para implementar a redução de emissões desses gases. É irreversível o curso para reduzir o nível de concentração de gás carbônico na atmosfera e a adoção de uma atitude correta no sentido de preservar o clima e o meio ambiente. Isso implica também uma ampla reforma no setor de transporte.
Apesar do favoritismo que aponta a posição do Brasil no cenário mundial da crise ambiental em relação a países como Estados Unidos e China, na produção de CO2, convém dotar nossos portos de uma consciência para preservar a qualidade do meio ambiente. Relacionar a redução da emissão de MPD com o aumento da movimentação de contêineres é um interessante indicador da redução de emissão de gases nos portos. Implantar projetos de crédito carbono pode compensar os custos financeiros elevados de se reduzir a emissão desse gás em outras atividades. Independente dos discutíveis resultados esperados de Copenhague, a hora para agir é essa. E a direção é uma só: preservar a natureza.
O entendimento vem de acordo com o nível cultural e intelectual de cada pessoa. A aprendizagem, o conhecimento e a sabedoria surgem da necessidade, da vontade e da perseverança de agregar novos valores aos antigos já existentes.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Carga rodoviária responde por metade das emissões do transporte no Brasil
Carga rodoviária responde por quase metade das emissões do transporte no Brasil. Segunda maior fonte de emissões do país, o setor de transpo...
-
Quanto se gasta de água por dia no mundo. Todo mundo sabe que economizar água é o mínimo que podemos fazer pela saúde do planeta. Nã...
-
Mapa representando os aquíferos Guarani e Alter do Chão Localizado sob o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o aquífero Guarani é c...
-
Sete dicas para economizar água durante o banho Reservatórios podem estar mais cheios, mas ainda é preciso evitar desperdício. Desli...
Nenhum comentário:
Postar um comentário