terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Chuvas de verão serão devastadoras

As chuvas de verão que costumam castigar o estado de São Paulo podem ser mais devastadoras ainda nesta temporada. A estação vai até março, mas só em dezembro já ocorreram 32 mortes no estado - de acordo com o governo paulista, no último verão foram registradas 29. E os meteorologistas preveem um mês de janeiro ainda mais assombroso. "Estamos sob influência do fenômeno El Niño, e isso deve trazer chuvas intensas para as regiões Sul e Sudeste do país", diz Adilson Nazário, técnico em meteorologia do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da cidade de São Paulo. O fenômeno meteorológico causa o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, que por sua vez culminam com chuvas anormais. Segundo o estudioso Adilson Nazário, a média histórica de chuva em dezembro para a capital é de 201 milímetros. Mas em 2009, até o dia 29, choveu 248 milímetros. "Para janeiro, a média prevista é de 239 milímetros, mas devemos nos basear no que aconteceu em dezembro e esperar algo mais forte."
O elevado Costa e Silva, conhecido como Minhocão, no centro, ficou interditado nas duas vias por cerca de uma hora. Carros encobertos pela água no bairro do Bom Retiro, na região central da cidade.
Alagamento após o transbordamento do rio Tietê, na Marginal, sob a ponte Aricanduva, sentido centro, na zona leste.
Rua Sampaio Correia, no bairro do Limão, na zona norte da capital. Em sete horas, a precipitação na cidade superou o esperado para 15 dias do mês.
Marginal Tietê com as pistas expressa e local interditadas, na altura da ponte Atílio Fontana, no sentido da rodovia Ayrton Senna.
Trecho da Marginal Tietê por volta das 16h. Pouco antes das 13h50, a CET registrava 117 km de lentidão e 56 pontos de alagamento.
Alagamento na avenida Ordem e Progresso, próximo à ponte do Limão, na zona norte.
Alagamento na estrada das Lágrimas, sobre o Córrego dos Meninos, em São Caetano, na Grande São Paulo.
Alagamento na rua Carmo Zaccour, no Bom Retiro, região central. Prevenção - Em 2008/2009 a prefeitura de São Paulo estreou o Plano Preventivo de Chuvas, coordenado pela Defesa Civil, para reunir recursos de órgãos e secretarias municipais, para reduzir perdas e danos causados à cidade e aos cidadãos. Entre as metas estavam remover famílias de áreas de risco, além de realizar operações de desobstrução de bueiros e limpeza de ruas. Quando VEJA.com entrou em contato com a Defesa Civil para saber sobre a preparação da cidade para enfrentar as chuvas, a assessoria do órgão copiou o texto de seu site como resposta. O texto está publicado desde o dia em que o plano foi anunciado, em novembro de 2008. Até o dia 29 de dezembro, a capital registrou cinco mortes, dois feridos, 267 desabrigados e 2.544 desalojados. Ao falar sobre como a cidade estaria preparada, o secretario adjunto Penido diz que "a capital está estruturada para a chuva". E que "a atuação sistemática em um curto prazo e médio prazo estão sendo executados nas bacias. Mas se chover acima do que a cidade aguenta, não temos muito o que fazer." E quanto a cidade aguenta? De acordo com Flávio dos Santos Rodrigues, engenheiro do CGE, o limite suportável da cidade é de 20 milímetros de chuva num dia. "As tradicionais pancadas de chuvas de verão costumam ser de 30 milímetros", segundo o engenheiro.

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