quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Alerta da ONU referente à lixo eletrônico

Relatório da ONU alerta que geração de lixi eletrônico cresce em torno de 40 toneladas ao ano.
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu medidas urgentes contra o crescimento exponencial do lixo de origem eletrônica em países emergentes como o Brasil. Ela considera o fato um problema grave para o ambiente e a saúde pública. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apresentou hoje na Indonésia um relatório sobre o tema. Nele, prevê sérias consequências ainda nesta década pelas montanhas de resíduos “perigosos” e “tóxicos” que se acumulam sem nenhum controle nas economias em desenvolvimento. A geração de lixo eletrônico global cresce a uma taxa de cerca de 40 milhões de toneladas por ano, segundo o relatório. “Este documento ressalta a urgência de estabelecer um processo ambicioso e regulado de coleta e gestão adequada do lixo eletrônico”, afirmou o alemão Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma e subsecretário da ONU. Steiner explicou que Brasil, China, Índia e México serão os principais prejudicados pelo lixo e enfrentam “crescentes danos ambientais e problemas de saúde pública”. O estudo destaca, por tamanho, taxa de crescimento econômico e perspectivas, os casos da Índia e, sobretudo, China, o segundo maior produtor de lixo eletrônico do mundo (2,3 milhões de toneladas ao ano) atrás apenas dos Estados Unidos. Até 2020 Os especialistas do Pnuma estimam que, até 2020, o volume de resíduos procedentes de computadores abandonados crescerá 500% na Índia em relação a 2007, e 400% na China e África do Sul. Nesse mesmo ano, a quantidade de telefones celulares abandonados na Índia e na China seria 18 e 7 vezes maior que a atual, respectivamente, enquanto as televisões e geladeiras sem uso em ambos os países se multiplicariam por pelo menos dois. A China é um dos maiores lixões internacionais de resíduos de origem eletrônica, apesar de ter proibido a importação de tais produtos. O relatório, intitulado “Reciclando – Do lixo eletrônico a recursos”, aponta que a maioria dos eletrodomésticos e aparelhos comuns em casas e empresas contém dezenas de peças perigosas. Admite também a dificuldade de enfrentar o desafio, devido à “complexidade” de desenvolver programas integrais de reciclagem em países em desenvolvimento e aos obstáculos que um sistema de transferência de tecnologia de nações industrializadas para emergentes encontraria. No entanto, o Pnuma apresenta soluções que requerem a participação de toda a comunidade internacional. Exportação de lixo “Temos que chegar às pessoas prejudicadas por esses produtos químicos e apresentar soluções aos líderes locais, nacionais e regionais que representem uma diferença”, assinalou Donald Cooper, especialista em resíduos perigosos do Pnuma. Nessa linha, a agência da ONU propõe a aplicação de novas tecnologias e mecanismos, além do estabelecimento de “centros de gestão de lixo eletrônico” nos países em desenvolvimento. O Pnuma adverte sobre a resistência apresentada pelo setor que até o momento lucrou com a gestão desses resíduos e dos problemas que surgiram em certas nações pela falta de infraestrutura. O documento sugere enviar as peças especialmente perigosas, entre elas circuitos integrados e pilhas, a países industrializados com capacidade de processá-los adequadamente.“O lixo de uma pessoa pode ser a matéria-prima de outra. O desafio dos resíduos eletrônicos representa um passo importante na transição a uma economia ecológica”, afirmou Konrad Osterwalder, reitor da Universidade das Nações Unidas (UNU).

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