segunda-feira, 1 de março de 2010

Desmate cai e governo analisa antecipar metas

Desmate cai e governo fala em antecipar meta de 2020.
Para atingir objetivo, País não pode ultrapassar 3,5 mil km² de florestas derrubadas no ano. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou ontem que o Brasil poderá antecipar para este ano a meta de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia, prevista para ser alcançada em 2020, segundo documento entregue à Organização das Nações Unidas (ONU). Minc disse que isso ocorrerá se o País mantiver o ritmo de devastação florestal alcançado nos últimos meses do ano passado. De acordo com Minc, se a Amazônia fechar este ano com 3,5 mil km² de desmatamento, cumprirá com dez anos de antecedência a meta para 2020. O ministro fez a afirmação enquanto comentava os dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Conforme o levantamento, nos meses de outubro e novembro de 2009, o desmate atingiu 247,6 km² de floresta, número 72,5% menor do que o registrado no mesmo período de 2008 (896 km²). No quadrimestre agosto-novembro, o desmatamento da Amazônia caiu de 2.238 km², em 2008, para 1.144 km² em 2009 - redução de 49%. A cobertura de nuvens na região no período foi de 17% - ou 14% menor do que os 31% registrados em 2008 -, o que permitiu maior visibilidade na observação dos satélites. "Ninguém pode dizer que não vimos desmatamento porque estava tudo coberto", disse Minc. O Pará liderou o ranking dos Estados que mais derrubaram florestas, com 108 km² desmatados em outubro e novembro. A taxa, porém, ficou 60% abaixo do índice do mesmo período do ano anterior. Em Mato Grosso, o segundo colocado, foram devastados 50 km² de floresta, mas o índice também caiu significativamente. O destaque negativo ficou por conta do Amazonas. Apesar de ostentar a menor taxa da região, o Estado registrou crescimento de mais de 200% no desmatamento nos meses de outubro e novembro. TECNOLOGIA Minc também anunciou um reforço tecnológico: entra em operação neste ano o Satélite de Observação Avançada da Terra (Alos, sigla em inglês), um equipamento japonês. O sistema, contratado há dois anos pelo IBAMA, permitirá o monitoramento do desmatamento por entre as nuvens, o que é impossível com os equipamentos atuais do INPE. Com isso, segundo o ministro, "acaba a cegueira" do satélite em alguns meses do ano, como dezembro, quando a cobertura de nuvens passa de 50%. "Tremei, poluidores, a invisibilidade vai acabar", disse. Minc atribuiu a redução dos índices à repressão, atualmente feita pelo Comitê Interministerial de Combate aos Crimes e Infrações Ambientais (Ciccia), combinada com apoio financeiro à produção sustentável. O órgão permite a realização de ações articuladas entre diversos órgãos policiais e fiscais da União, como Polícia Federal, Receita, Polícia Rodoviária, Força Nacional de Segurança Pública, IBAMA e Instituto Chico Mendes. A meta de reduzir o desmatamento em 80% até 2020 - tendo como ponto de partida o índice de 19,5 mil km² de floresta desmatada, de 2002 - foi assumido pelo governo brasileiro diante da ONU como contribuição do País ao combate ao aquecimento global.

Nenhum comentário:

Poluição plástica pode matar embriões de animais oceânicos

Oceanos em 2050 vão ter mais plástico do que peixes, alerta Fórum de Davos. Altos níveis de poluição plástica podem matar os embriões de uma...