terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Uso da sacola plástica pode recuar 30% até 2015

Expectativa da indústria e do varejo, que hoje produzem e consomem cerca de 14 bilhões de unidades, é chegar a 10 bilhões em quatro anos
Cerca de mil empresas fabricam no Brasil-entre outros produtos -as sacolinhas plásticas utilizadas para empacotamento nos supermercados.
Juntas, faturam cerca de R$ 490 milhões por ano e empregam em torno de 50 mil pessoas diretamente. Em 2010, o Brasil produziu e consumiu 14 bilhões dessas sacolas. Mas elas já somaram17,9 bilhões em2007 e o decréscimo deve continuar até atingir cerca de 10 bilhões em 2015. Reportagem no Brasil Econômico.
A expectativa de redução do consumo, segundo Miguel Bahiense, diretor da Plastivida Instituto Socio ambiental dos Plásticos, é a meta de um projeto de reeducação e ação conjunta entre indústria e varejo para tentar sanar o grande problema ambiental envolvido nessa questão: o consumo excessivo. Para isso, dois pontos centrais destacados por Bahiense são a educação dos empacotadores e a compra de sacolas fabricadas dentro de normas (para o carregamento de produtos com até seis quilos) pelos supermercados.
“Simplesmente proibir o uso das sacolas plásticas não resolve a questão de imediato, porque alguma coisa vai ser posta no lugar”, diz Bahiense. Hoje, explica ele, são necessários apenas quatro gramas de plástico para a fabricação de uma sacola que atenda às normas de qualidade.
“E o custo desse processo é o mais viável economicamente quando comparado a qualquer outro. Ainda não apareceu um substituto com essa relação entre custo e benefício”, afirma.
Ocorre que uma sacola plástica leva cerca de 400 anos para se decompor na natureza. E, aos poucos, os consumidores brasileiros começam a descobrir outros tipos de embalagem que prejudicam menos o meio ambiente.
Resta saber se vão querer pagar por elas, como propõe inicialmente a lei para a substituição dessas embalagens.
José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria Plástica (Abiplast) e da empresa Vitopel, acrescenta que atualmente é perceptível pela sociedade a necessidade de reduzir a quantidade que se produz de lixo. “Ocorre que sustentabilidade é algo difícil de se impor. É um conceito a ser ainda mais conhecido e aprendido pelas pessoas”, diz.
Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) indicam que sacolas plásticas chegam a locais distantes, considerados paraísos ecológicos e turísticos. Além disso, as sacolas, se descartadas incorretamente, entopem bueiros e poluem rios, lagos e mares.
No ano passado, o governo federal lançou no Brasil o programa Saco é um Saco. A iniciativa, que envolveu grandes redes de supermercados e organizações não governamentais, conseguiu evitar o consumo de 600 milhões de sacolas em um ano de campanha.
De acordo com a avaliação do programa nacional, porém, 45% das pessoas atingidas pela campanha não sabiam onde colocar o lixo e outras 33% não queriam gastar com a compra de sacos de lixo.O material usado na fabricação das sacolas é plástico virgem que pode ser reciclado, enquanto o plástico dos sacos de lixo, por exemplo, é menos nobre.
O imbróglio em torno da questão da adoção da sacola plástica também passa outro outro ponto. Diferentemente do que ocorre com as sacolas retornáveis, de tecido, por exemplo, a embalagem plástica facilita o consumo por impulso, incentivando a compra. Isso é benéfico para lojas que, apesar de não quererem assumir postura ambientalmente incorreta, não teriam interesse em fazer disso um prejuízo aos negócios. Daí a discussão sobre a cobrança pelos tais saquinhos.
Cerca de mil empresas fabricam sacolas plásticas no Brasil. Elas empregam em torno de 50 mil pessoas e faturam R$ 490 milhões. (EcoDebate)

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