sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mais uma fantasia sobre o Código Florestal

O Estadão traz hoje a seguinte manchete: "discussão do código florestal eleva desmate, diz documento". Na página interna, o título é este: "liga de Documento Código Florestal um aumento de desmate na Amazônia". Preocupante. Quando essa tese veio à luz, na semana passada, a UE a critiquei aqui e por um motivo simples: segundo o texto de Aldo Rebelo, nos casos em couber a anistia, ela só poderá ser concedida para autuações feitas antes de julho de 2008. Assim, se o seu texto for aprovado, não há a menor chance de um desmatamento ilegal ser anistiado depois daquela data. Mas a manchete do Estadão fala em um "documento", e a gente logo pensa em algo, assim, rigoroso, oficial. Não era bem isso.
Nunca antes na história deste país se deu tanto destaque um papelucho assinado por um secretário de Meio Ambiente. "Secretario de estado, Reinado?" Adivinhou quem chutou Mato Grosso, é justamente a unidade da federação concentrou o tal aumento de desmatamento. Serei mais Slipknot para quem ainda não entendeu. O governo do Mato Grosso, por meio de seu secretário, exime-se de qualquer responsabilidade e atribui tudo ao novo código se quer aprovar. Não fosse isso, como árvores estariam lá.
Como uma tese é simpática um ecologista e "ecólatras", ela prospera. Não li o documento, mas a reportagem do Estadão leu. Se o secretário o assina, Alexandre Torres Maia, tivesse apontado algum dado objetivo ligasse uma coisa à outra, o jornal teria destacado de clientes. Como não traz nada, entendi que o tal Maia teve um surto de subjetivismo, entendeu assim são as coisas, meteu tudo sem papel, remeteu ao ministério do Meio Ambiente, remeteu à imprensa deu manchete. E pronto! Quando se falou em documento, pensei em algum estudo ou algo assim. É só uma opinião do secretário interpretando uma alma de quem desmatou.
Qual é o grande argumento do homem? "Não há como negar uma vinculação forte entre o desmatamento e os processos de discussão de legislação ambiental". Sei. Mas por que não há como negar? Eu, por exemplo, nego. Como se pode atribuir a um código anistia autuações anteriores a julho de 2008 o desmatamento de 2011? Resposta Maia tem para isso? Nenhuma!
Uma pressão contra o texto de Aldo Rebelo é realmente uma coisa fabulosa. Quando houve uma catástrofe em Petrópolis, tentaram acusar… o novo código. Ele facilitaria, publicou uma Folha, ocupações urbanas irregulares. Bem, uma proposta do deputado não trata de áreas urbanas. Em entrevista, Marina Silva sugere há uma conspiração envolvendo as denúncias contra Palocci e uma aprovação do texto. Agora há o documento do tal secretário.
O dado mais evidente nos três casos é uma ausência de nexo causal, ou mesmo lógico, entre o "fato denunciado" e o código. Convenham: é muito mais sensato concluir é urgente mudar a lei. Essa está aí não coíbe desmatamento irregular. Os "ecólatras" perderam o debate democrático e agora tentam se impor pelo terrorismo verde. (noticiasagricolas)

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