quarta-feira, 13 de julho de 2011

Em Paris, metade das casas já tem selo verde

Em Paris, metade das casas já tem selo verde
Cerca de 80% das escolas, hospitais, museus e edifícios comerciais e metade das habitações da cidade têm certificação de sustentabilidade.
Capital das artes e do turismo, Paris também virou referência mundial em patrimônio sustentável. Hoje, cerca de 80% das escolas, hospitais, museus e edifícios comerciais e metade das habitações da cidade têm certificação de sustentabilidade. Tanto o certificado quanto o cálculo de impacto ambiental dos produtos usados nas obras foram adotados como política pública.
Patrimônio: Prédios antigos também são certificados
O sistema de certificações de Paris teve início nos anos 90. Em 1996, surgiu a HQE, sigla em francês para alta qualidade ambiental, que se tornou uma das principais certificações de construção civil do mundo. Para recebê-la, a construção precisa atender a 14 critérios, como ter um canteiro de obras de baixo impacto e fazer o manejo da água adequado.
Em prédios já construídos, as modificações são feitas com o cuidado de não alterar características do patrimônio. “Aproveita-se o que é atual sob o ponto de vista de eficiência e tenta-se substituir o que é obsoleto, interferindo o mínimo possível na estrutura”, afirma Ana Cunha, engenheira portuguesa da Qualitel, organização não-governamental responsável pela certificação de residências em Paris. “Na performance energética, é mais fácil não interferir. E reformas para melhora acústica podem ficar limitadas.”
Além da Qualitel, que certifica conjuntos habitacionais e residências, existe na França o Centro Científico e Técnico de Construção (CSTB), ligado ao governo, que faz a certificação ambiental de museus, hospitais, bibliotecas e prédios comerciais.
A certificação tem custo alto. Mas isso não foi obstáculo a um acordo fechado em 2009 pelo Ministério do Meio Ambiente e outras agências do governo com as instituições francesas de certificação ambiental para transformar o HQE em política pública.
O compromisso inclui a exigência da Declaração Ambiental de Produto (EPD, na sigla em inglês), documento com o cálculo de impacto ambiental de cada produto em todo seu ciclo de vida. “A ideia é mensurar o desempenho ambiental de toda a malha urbana”, explica Julien Hans, chefe de Divisão Ambiental da CSTB e criador da base de dados com todos os parâmetros ambientais da maioria dos produtos da construção civil. Chamada de Inies, a base pode ser acessada na internet.
Tanto a base como a HQE foram incorporadas ao Plano de Ação Climática de Paris. “A meta é reduzir o consumo de energia em 25% entre 2004 e 2020”, disse o secretário de Emprego e Desenvolvimento Econômico, Christian Sautter. Coube a ele assinar outro plano, em 2007, com entidades da construção civil. “Vai facilitar a certificação das habitações privadas.”
A HQE já chegou ao Brasil, com a sigla Aqua. A responsável pela concessão é a Fundação Vanzolini. (OESP)

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