quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Desmatemento na Amazônia aumenta 35%

Os primeiros 11 meses da taxa anual já superam o acumulado no período anterior; se confirmado o aumento, será quebrada tendência de queda.
O desmatamento na Amazônia neste ano deverá superar o do ano passado. O primeiro sinal claro está nos alertas de desmatamento e degradação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O sistema Deter acumulou em 11 meses do período de coleta da taxa anual uma área maior que a captada entre agosto de 2009 e julho de 2010. Até junho, o Deter registrou 2.429,5 km² de floresta abatida. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o aumento foi de 35%. No mês, foi de 28%.
Os dados de julho, que completarão os 12 meses da taxa oficial, serão divulgados no final do mês. Mas os dados até aqui já superaram a área desmatada medida até julho de 2010, a menor da série histórica do INPE. O anúncio da taxa oficial está previsto para o final do ano.
Mauro Pires, diretor de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, prefere não especular sobre a nova taxa. "Vai ficar muito próxima da de 2009 e de 2010", disse. Em 2009, o sistema Prodes indicou o abate de 7.464 km². Em 2010, o Prodes mediu o corte de 6.451 km².
Qualquer número acima do recorde registrado em 2010 significará interrupção de uma queda no desmatamento registrada desde 2008. E pode comprometer os compromissos de redução das emissões de gases-estufa, responsáveis pelo aquecimento global. O desmatamento é a maior fonte de emissão de CO2 no País.
Diferenças
O diretor do INPE, Gilberto Câmara, chama atenção para as diferenças entre os dois sistemas. O Deter é responsável pelos alertas de desmatamento. É mais rápido e menos preciso, pois não alcança pequenas áreas. O Prodes, no qual se baseia a taxa oficial anual, alcança áreas pequenas, mas só considera o corte raso de árvores.
Câmara confirma o aumento de 35% nos alertas de desmatamento do Deter no período de 11 meses. Mas não autoriza o mesmo tipo de projeção para a taxa oficial anual. "É cedo para isso. Se os dados de julho deste ano forem muito inferiores aos de julho de 2010, como resultado da intensa fiscalização do governo, não se configurará cenário de aumento forte do desmatamento."
Em maio, o governo criou um gabinete de crise, com a participação da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança, para conter o aumento de desmatamento registrado no começo do ano, sobretudo em Mato Grosso. Em junho, o Pará foi recordista em desmate, sendo responsável por 38% do abate de árvores registrado nos seis Estados da Amazônia. (OESP)

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