quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tempestades no Sudeste dobrarão

Tempestades no Sudeste dobrarão em 60 anos
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, alterações na temperatura dos oceanos ampliarão fenômenos climáticos intensos no Brasil.
A incidência de tempestades e catástrofes naturais no Sudeste do Brasil deve dobrar nos próximos 60 anos por causa do aquecimento global, diz estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Desastres
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Com base em dados climáticos das últimas décadas, pesquisadores constataram que o aumento da temperatura do Atlântico no Hemisfério Sul e o resfriamento do Pacífico equatorial devem ampliar a ocorrência de fenômenos climáticos intensos. Nas regiões litorâneas, a ocorrência de eventos climáticos severos deve triplicar até 2070.
A pesquisa analisou a ocorrência de tempestades nas cidades de São Paulo, Rio e Campinas nos últimos 60 anos, calculando o efeito da variação da temperatura dos oceanos nas taxas de precipitação e na ocorrência de chuvas de granizo, raios, vendavais e tornados.
Segundo Osmar Pinto Júnior, coordenador do grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe, o Sudeste deve ser atingido por um número cada vez maior de desastres naturais nas próximas décadas, caso sejam mantidas condições como o ritmo de crescimento da temperatura do Atlântico e o resfriamento do Pacífico causado pelo fenômeno La Niña.
"O aumento da ocorrência de tempestades nessas cidades pode acontecer ainda mais cedo, caso o aquecimento global se intensifique", alertou o pesquisador do Inpe, que apresentou o estudo hoje na 14ª edição da Conferência Internacional sobre Eletricidade Atmosférica, no Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).
O INPE também anunciou que desenvolverá um novo sistema integrado de monitoramento atmosférico para detectar a ocorrência de raios nas nuvens, o que serve como indicativo da ocorrência de tempestades. O Sistema Brasileiro de Detecção de Descargas atmosféricas (BrasilDat) receberá informações de 75 sensores, que poderão detectar atividade elétrica em nuvens e permitirão a geração de alertas para chuvas severas com até 30 minutos de antecedência.
O sistema será instalado até o fim de 2012, com um custo de R$ 10 milhões. O modelo será um aprimoramento do Rindat, conjunto de sensores de 1998. (OESP)

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