Destinação final
conjunta entre matéria orgânica e lodos de ETAs e ETEs
O crescimento das
estações de tratamento de águas e esgotos em todos os municípios está
aumentando ou tende a crescer em curto espaço de tempo, pois existe um consenso
social de que são necessários investimentos cada vez maiores em saneamento
básico para manutenção e melhoria da qualidade de vida das populações.
As estações de
tratamento águas e de esgotos produzem quantidades significativas e relevantes
de lodo e não é possível tratar os esgotos e depois ter de enfrentar um
problema ainda maior com a destinação dos lodos das ETEs (estações de
tratamento de esgotos).
Análises
bibliográficas (JANUÁRIO et al., 2007 e WANKE et al, 2002, dentre outros) indicam
que a geração de lodo grosseiramente, equivale a 1 tonelada/dia para cada m3 de
vazão da central de tratamento, e portanto podem ser esperados volumes de
algumas toneladas por dia em cada um dos municípios que implanta centrais de
tratamento de esgotos.
Não é conveniente
fica aguardando para a adoção de soluções simplistas como a incorporação como
adubo orgânico em solos, pois este tipo de solução necessita de tratamentos
prévios como calagem para neutralização da acidez e geralmente infraestruturas
deste tipo, embora não sejam caras, não são planejadas para montagem e operação
em grande escala.
Não é econômica a
destinação para aterros sanitários de resíduos sólidos, embora esta seja uma
solução tecnicamente adequada. Mas o custo final das operadoras das estações de
tratamento torna proibitiva a adoção desta solução em escala de empreendimento
e em caráter permanente.
Os lodos de estações
de tratamento de esgotos são muito ricos em matéria orgânica e carbono, tendo
já os efeitos microbiológicos de coliformes fecais e outros elementos sido
neutralizado em geral por sistemas de tratamento que tenham sido eficientes.
Os lodos de ETEs
constituem um resíduo extremamente rico para ser utilizado em processos de
compostagem em associações com os resíduos de poda dos municípios, que
constituem outra fonte rica em matéria orgânica, carbono e biomassa.
A incineração destes
lodos após a desidratação completa também é indicada como recomendável
(JANUÁRIO et al, 2007), não sendo apropriada quando realizada de forma isolada,
mas sem qualquer contraindicação quando associada a restos de matéria orgânica
em geral, em processos que podem prever formas de compostagem em seu fluxograma
ou mesmo se restringirem a incineração simples.
Quando realizada
isoladamente, a incineração tem custos caros, mas quando realizada em
consorciamento com outros resíduos sólidos urbanos não passíveis de reciclagem
pode ser uma solução muito adequada. Separadamente os lodos podem não
apresentar alto poder calorífico, mas em consorciamento com os demais resíduos
orgânicos pode se tratar de uma boa alternativa.
Isoladamente o volume
de cinzas corresponde a um máximo de 10 a 15% do volume de lodo inicial de
estações de tratamento de efluentes que foi submetido ao processo de
incineração.
Mas em qualquer que
seja o caso, não se recomenda a utilização da destinação final através de
incineração tanto para lodos de ETAs (estações de tratamento de água) e ETEs
(estações de tratamento de esgotos) isolados ou consorciados com os demais
resíduos sólidos, sem que os lodos tenham sido submetidos a rigorosos processos
de desidratação para não prejudicar a operação dos sistemas de caldeiras
associados a procedimentos com incineradores.
As estações de
tratamento de água ou de esgotos produzem quantidades de lodos que variam
conforme a qualidade da água e quantidade de produtos químicos utilizados nos
tratamentos. A quantidade de lodo varia bastante durante o ano em função das
características e da qualidade da água e dos esgotos a serem tratados,
influenciando muito a pluviosidade de uma região.
Estes lodos de ETAs
ou ETEs podem ser incorporados aos solos como fertilizante orgânico ou pode ser
misturado às argilas vermelhas para utilização em processos produtivos de
cerâmicas em pequenas quantidades, mas ambas as destinações embora tecnicamente
muito adequadas, padecem da falta de gerenciamento sistêmico.
Por isto, na hora de
realizar um planejamento integrado e sistematizado para todas as questões que
envolvem os resíduos sólidos, não se pode deixar de planejar uma destinação
final conjunta ou isolada para os lodos das ETAs ou ETEs. (EcoDebate)
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