Em apenas quatro dias, neste mês, a
superfície da manta de gelo da Groenlândia derreteu em uma quantidade nunca
antes observada por satélite, afirmou a agência espacial dos Estados Unidos
(NASA). As medições são feitas há 30 anos.
Em média, cerca de metade da superfície
gelada derrete durante o verão do Hemisfério Norte, mas, entre os dias 9 de 12
deste mês, o índice de derretimento do gelo subiu de 40% para 97%, afirmam
cientistas.
"Comecei a olhar as imagens de satélite
e vi algo sem precedentes", afirmou anteontem Thomas Mote, climatologista
da Universidade da Georgia que estuda mudanças no gelo da Groenlândia há 20
anos.
Enquanto cientistas descreveram o evento como
"extremo", eles ressaltam que, em um contexto histórico mais amplo,
ele pode ser visto como normal. Isso porque amostras de gelo retirado das
profundezas mostram que, nos últimos 10 mil anos, a cada 150 anos um grande
derretimento semelhante ocorreu - o último foi em 1889.
Mesmo assim, os cientistas afirmam que o
derretimento deste mês foi significativo, porque a manta de gelo da Groenlândia
está diminuindo por causa do aquecimento dos oceanos.
"Ainda que esse evento seja parte de uma
variação normal, não deixa de ser um experimento fantástico para que entendamos
como a manta de gelo vai se alterar", afirmou Thomas Wagner, líder do
programa de estudos da criosfera - as regiões da superfície terrestre cobertas
permanentemente por gelo e neve - da NASA. (OESP)
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