Satélites registram degelo incomum
na superfície da Groenlândia
Meio Ambiente
Satélites registram degelo incomum na superfície da Groenlândia
Segundo a
NASA, o derretimento da massa de gelo que cobre a ilha saltou de 40% para 97%
em quatro dias. Pesquisadores agora estudam as consequências do acontecimento
para o meio ambiente.
Um fenômeno
registrado na Groenlândia chamou a atenção dos pesquisadores: em apenas quatro
dias, entre 8 e 12 de julho, o degelo da massa polar que cobre o território
saltou de 40% para 97% da superfície da grande ilha no extremo norte do globo.
Três
satélites da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) observaram o que eles
chamaram de um degelo sem precedentes. Nos últimos 30 anos, o maior registro
feito pelos satélites havia sido de 55%. A maior parte das camadas mais largas
de gelo, porém, permaneceram intactas.
Lora Koenig,
especialista em geleiras no centro Goddard da NASA, explica que o fenômeno
acontece a cada 150 anos. O último registro de um acontecimento semelhante é de
1889. No entanto, ela acredita que o derretimento deste ano pode ter
implicações.
"Se continuarmos
a observar eventos como este nos próximos anos, será preocupante", disse
Koenig.
Segundo a
NASA, durante o verão do hemisfério norte (de junho a setembro), em média cerca
de metade da superfície da Groenlândia costuma derreter naturalmente. A maior
parte do gelo derretido em altitudes elevadas volta a congelar rapidamente. Já
na costa, uma parte da água é retida pela camada de gelo. A outra é liberada
para o oceano.
Não era erro
Geleira de
Petermann perdeu enorme iceberg
Em um
comunicado divulgado no site da NASA em 24/07, os cientistas admitem que a
diferença entre as imagens do dia 8 e do dia 12 era tão grande que pensaram
haver algum erro. "Era tão extraordinário que no início questionei o
resultado: era mesmo real ou ele se devia a uma falha nos dados?", diz Son
Nghiem, do laboratório de propulsão a jato da Nasa, em Pasadena.
A notícia
foi divulgada poucos dias após imagens de um satélite da agência
norte-americana terem mostrado um iceberg duas vezes o tamanho da ilha de
Manhattan se desprender da geleira de Peterman, também na Groenlândia.
Pesquisadores agora querem avaliar se este derretimento, que coincide com uma
forte onda de ar quente sobre a Groenlândia, vai contribuir com o futuro
aumento do nível dos oceanos.
"O fato
de vermos eventos extremos em função do aquecimento global nos últimos anos não
chega a ser intrigante. É até mesmo esperado", afirma Anders Levermann,
professor de dinâmica de sistemas climáticos do Instituto Potsdam, na Alemanha.
"Por
enquanto não temos como medir as consequências. Não sabemos o que significa um
período de derretimento tão extremo. Neste momento nós só sabemos que mais água
está fluindo para o oceano", diz. (dw.de)
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