Sacolinhas plásticas:
supermercados ainda desrespeitam consumidores
Apesar de a Justiça
ter determinado a volta das sacolinhas plásticas nos supermercados,
consumidores de Santos relatam dificuldades um mês após a decisão. Outros até
citam descaso de funcionários. Os depoimentos estão na coluna do Consumidor de A
Tribuna desta terça-feira.
"Fiz compras no
Hipermercado Extra, na Avenida Ana Costa, em 14 de julho, adquirindo uma grande
quantidade de itens. Ao passar pelo caixa, indaguei se tinham caixas de papelão
disponíveis para serem utilizadas, recebendo como resposta que não e que no
caixa 10, que fica no final do hipermercado, talvez houvesse e, se eu quisesse
ir até lá, tudo bem. Assim procedi, mas não havia. Retornei ao local onde
passava as compras, me abaixando a cada caixa na tentativa de conseguir alguma
sacola, pois o hipermercado oferecia apenas sacos plásticos utilizados para
embalar legumes, sendo impossível colocar as minhas compras neles".
E continua: "O
que chateou foi o jeito que me foram oferecidas tais embalagens, pois aos risos
a atendente me disse que, segundo sua chefe, agora esses sacos são sacolas. O
desrespeito pelo consumidor é lamentável. Será que as “preciosas sacolas”, são
mais importantes que os clientes que compram e que ajudam a manter o
hipermercado e tudo que está dentro dele? Deixo claro que sempre levo sacolas
para as compras, mas nesse dia havia esquecido, um erro imperdóavel da minha
parte, segundo o Hipermercado Extra", diz Cláudia Couto Pazos.
"No sábado, 14
de julho, estive no Hipermercado Extra, na Avenida Ana Costa, e pasmem, mais
uma vez as benditas sacolinhas tinham acabado. Será que o supermercado não
controla seus estoques e vem com aquelas desculpas esfarrapadas de que a
encomenda feita não foi suficiente para atender aos consumidores? A desculpa do
caixa que me atendeu foi de que tinham acabado em todo hipermercado e que a
entrega das tais sacolinhas não havia chegado. Será que estarão esperando a
liminar ser cassada, por isso não as mantêm em estoque?", indaga Dênis Benedito
Pinto de Azevedo.
O hipermercado Extra
foi contatado por e-mail, mas não se manifestou. Você tem enfrentado
dificuldades em obter as sacolinhas nos supermercados? Envie relato, com nome e
telefone para o e-mail digital@atribuna.com.br
Supermercados têm que
fornecer as sacolinhas. Próximo passo são as sacolas biodegradáveis
Entenda o caso
Por unanimidade, o
Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo decidiu, no dia 20 de
junho, que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que limitava o direito do
consumidor em receber gratuitamente as sacolas plásticas, não é válido.
Com isso, os
estabelecimentos foram obrigados a distribuir novamente as sacolinhas de graça
em cumprimento ao Código de Defesa do Consumidor. O Ministério Público ainda
deu prazo de um mês para que os estabelecimentos passassem a distribuir
sacolinhas biodegradáveis.
A Associação Paulista
de Supermercados (Apas) e a outras três redes - Grupo Pão de Açúcar, Walmart e
Sonda -, recorreram da decisão. Mas o pedido de cassação de liminar foi negado
pela desembargadora Berenice Marcondes Cesar, no último dia 11.
Impasse
O extenso impasse entre varejistas e representantes da indústria plástica se intensificou no início deste ano, quando o governo do estado de São Paulo e a Apas assinaram acordo que previa o fim da distribuição gratuita de sacolas nos supermercados. No dia 3 de fevereiro, já com a distribuição gratuita suspensa, o Ministério Público determinou, por intermédio da TAC, que os estabelecimentos deveriam fornecer aos consumidores, por um prazo de 60 dias e de forma gratuita, alternativas para o transporte de mercadorias.
O extenso impasse entre varejistas e representantes da indústria plástica se intensificou no início deste ano, quando o governo do estado de São Paulo e a Apas assinaram acordo que previa o fim da distribuição gratuita de sacolas nos supermercados. No dia 3 de fevereiro, já com a distribuição gratuita suspensa, o Ministério Público determinou, por intermédio da TAC, que os estabelecimentos deveriam fornecer aos consumidores, por um prazo de 60 dias e de forma gratuita, alternativas para o transporte de mercadorias.
Findo esse prazo, no
entanto, os supermercadistas voltaram a interromper a distribuição de sacolas
plásticas, medida que recebeu críticas da Plastivida Instituto Sócio Ambiental
dos Plásticos, que decidiu entrar com ação na qual pedia que o Conselho
Superior do MP-SP não homologasse o TAC, entre outras medidas. Desde o início de
abril deste ano, os supermercados paulistas deixaram de distribuir 1,1 bilhão
de sacolas plásticas descartáveis em todo o Estado. (atribuna)
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