Derrubada
de florestas amazônicas no período entre agosto e setembro é a maior desde 2009
O
desmatamento na Amazônia Legal entre agosto e setembro foi de 804 km2,
o maior nível do período nos últimos três anos, puxado pela seca intensa de
2012 e a expansão das áreas para plantio de soja, garimpo e pecuária. Apenas em
agosto, o desflorestamento foi de 522 km2 (mais de duas vezes o
tamanho da cidade do Recife), um aumento de 220% em relação ao mesmo período de
2011. Na série histórica, o pico só não foi mais alto que em julho de 2009,
quando o total destruído chegou a 835 km2.
Os
dados foram apresentados ontem pelos ministros do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, que anunciaram um pacote de
medidas para intensificar a prevenção e o combate ao desmatamento. A atuação do
governo se dará em cinco ações principais, sendo a mais importante a
fiscalização permanente na região. Parte delas será oficializada até o fim da
semana em decreto da presidente Dilma Rousseff.
Atualmente,
os agentes federais trabalham principalmente no período de seca, de abril a
outubro, quando os desmatadores atuam com mais facilidade e a falta de nuvens
favorece o monitoramento por satélite. Porém, a derrubada de floresta vem
ocorrendo mesmo em período chuvoso, apesar das dificuldades para a retirada de
madeira, o que forçou uma reorientação na repressão.
A
Força Nacional de Segurança criará uma companhia ambiental na Amazônia. As
atividades de inteligência vão contar com o background militar. Será criado
ainda o Proteger Ambiental, que voltará a estrutura e o efetivo das Forças
Armadas para ações de proteção da mata. O governo classificou o pacote como um
forte reforço, mas se negou a divulgar números. "Se eu disser o efetivo,
dou munição para o bandido", disse Cardozo.
Queda
de árvores
Pará,
Mato Grosso, Rondônia e Amazonas foram os Estados com maior desmate em agosto.
Apesar
dos dados negativos, a ministra ponderou que o reforço na fiscalização já
possibilitou a redução do ritmo da destruição em setembro, com 282 km2.
"Houve o aumento do preço do ouro (o que estimula a abertura de garimpos) e
da soja internacional. As pessoas estão desmatando por soja, pecuária, madeira
e ouro", disse Izabella. (OESP)
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